Braskem (BRKM5) prepara o maior investimento petroquímico em 15 anos; veja o valor

O projeto, batizado de Transforma Rio, será o maior aporte da indústria petroquímica no Brasil em 15 anos, afirmou a empresa.

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Publicado em 03/06/2025 às 19:50h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 03/06/2025 às 19:50h Atualizado 1 dia atrás por Matheus Silva
Apesar do otimismo da Braskem com o investimento, o mercado financeiro permanece cauteloso (Imagem: Shutterstock)
Apesar do otimismo da Braskem com o investimento, o mercado financeiro permanece cauteloso (Imagem: Shutterstock)

🚨 A Braskem (BRKM5) anunciou nesta terça-feira (3) um investimento de R$ 4,3 bilhões para ampliar sua capacidade de produção de polietileno em 230 mil toneladas por ano no polo petroquímico de Duque de Caxias (RJ).

O projeto, batizado de Transforma Rio, tem inauguração prevista para 2028 e, segundo a companhia, será o maior aporte da indústria petroquímica no Brasil em 15 anos.

Atualmente, o polo da Braskem em Duque de Caxias conta com três unidades industriais, empregando mais de 1.400 profissionais diretos e terceirizados.

Além disso, movimenta anualmente cerca de R$ 80 milhões com fornecedores locais, mantendo uma rede de 122 empresas parceiras.

Com o novo projeto, a Braskem reforça sua posição no mercado de plásticos, de olho na crescente demanda por polietileno na América Latina.

Segundo comunicado da empresa, a iniciativa também visa impulsionar o desenvolvimento econômico da região, ampliando a geração de empregos diretos e indiretos.

BTG mantém posição neutra e corta preço-alvo

Apesar do otimismo da Braskem com o investimento, o mercado financeiro permanece cauteloso.

O BTG Pactual (BPAC11) manteve sua recomendação neutra para as ações da companhia e reduziu o preço-alvo de R$ 14 para R$ 13, o que ainda implica um potencial de alta de cerca de 23% em relação ao fechamento da última segunda-feira (2), quando os papéis encerraram cotados a R$ 10,40.

Segundo o BTG, a perspectiva para o setor continua desafiadora, em especial pela pressão nos spreads petroquímicos e pelo alto custo da matéria-prima — no caso da Braskem, a nafta.

O banco projeta um Ebitda ajustado de US$ 1,3 bilhão para 2025, mas com a expectativa de que a empresa registre um prejuízo de cerca de US$ 453 milhões no período.

“Mantemos visão cautelosa sobre a Braskem, cuja tese segue centrada na recuperação dos spreads petroquímicos. A empresa ainda opera com nafta cara, o que pressiona a geração de caixa. Apesar do fluxo operacional positivo, a dívida elevada retarda a desalavancagem”, destacaram os analistas.

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Riscos e possíveis gatilhos para valorização

Apesar da visão conservadora, o BTG sinaliza alguns gatilhos que poderiam destravar valor para a companhia, incluindo:

  • Mudança no controle acionário: A venda da participação da Novonor (ex-Odebrecht) ainda está em aberto e, caso ocorra, poderia beneficiar acionistas minoritários por meio de cláusulas de tag along.
  • Medidas regulatórias: A prorrogação do Regime Especial da Indústria Química (REIQ) e a aplicação de tarifas antidumping sobre o PVC são vistas como potenciais impulsionadores do Ebitda, com incremento estimado em até US$ 210 milhões anuais.

Entretanto, o BTG avalia que as ações da Braskem ainda negociam a múltiplos considerados altos em relação ao risco do setor e ao cenário de baixa visibilidade para recuperação dos spreads.

Performance recente das ações

📊 Neste cenário misto de expectativas, as ações da Braskem caíram 1,23% nesta terça-feira, sendo negociadas a R$ 10,40. No acumulado do ano, o papel apresenta uma desvalorização superior a 10%.

Enquanto o investimento bilionário no Rio de Janeiro sinaliza a aposta da companhia em um horizonte de crescimento, o mercado permanece atento às incertezas macroeconômicas e às condições do setor petroquímico global.

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