Bolsonaro coloca tornozeleira e dispara: "Suprema humilhação"

Ex-presidente ainda foi impedido de usar as redes sociais e falar com o filho Eduardo Bolsonaro.

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Publicado em 18/07/2025 às 12:11h - Atualizado Agora Publicado em 18/07/2025 às 12:11h Atualizado Agora por Marina Barbosa
Bolsonaro negou tentativa de fuga (Imagem: Shutterstock)
Bolsonaro negou tentativa de fuga (Imagem: Shutterstock)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou como uma "suprema humilhação" a decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que lhe impôs uma série de restrições nesta sexta-feira (18).

🗣️ Bolsonaro falou sobre o assunto depois de receber uma tornozeleira eletrônica, na Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal. "No meu entender, o objetivo é uma suprema humilhação", afirmou.

Ele também foi proibido de usar as redes sociais; deixar a residência no período noturno e aos finais de semana; aproximar-se de embaixadas e consulados de países estrangeiros ou manter contato com autoridades estrangeiras; e falar com o filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos.

💵 Moraes ainda determinou o cumprimento de mandados de busca e apreensão na casa de Bolsonaro, em Brasília. Na operação, a PF (Polícia Federal) encontrou um pen drive escondido no banheiro, US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie.

Bolsonaro, contudo, negou a intenção de fugir do país ou de ir para uma Embaixada. Além disso, garantiu ter o recibo de todos os dólares apreendidos na sua residência, dizendo que sempre guardou dólar em casa. Ele afirmou, por outro lado, que não tinha conhecimento do conteúdo do pen drive.

Por que Bolsonaro foi alvo de uma operação?

Ao determinar essas medidas, Moraes afirmou que Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro estariam atuando para obstruir e interferir no processo que investiga a participação do ex-presidente e de seus aliados na tentativa de um golpe de estado no Brasil em 2022.

⚖️ A decisão do ministro ainda fala que os dois tinham o objetivo de interferir na atividade judiciária e também de "abalar a economia do país, com a imposição de sanções econômicas estrangeiras à população brasileira com a finalidade de obtenção de impunidade penal".

A declaração remete à tarifa de 50% que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu aplicar contra os produtos brasileiros por causa de, entre outros fatores, o julgamento de Bolsonaro.

Diante disso, Bolsonaro voltou a dizer que o pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) para que ele seja condenado por golpe de Estado pelo STF "não tem prova de nada". E lembrou: "Meu filho está nos Estados Unidos justamente para lutar contra isso, por soberania e liberdade".

Ele negou, no entanto, que a tarifa americana tenha relação com o julgamento. "A tarifa foi para o mundo todo. A carta dele me cita porque fizemos um bom governo juntos, lá atrás. Ele tem um carinho especial por mim", alegou.

Bolsonaro ainda voltou a dizer que, se conseguisse recuperar o acesso ao seu passaporte, que foi apreendido pela PF em fevereiro, poderia buscar uma audiência com Trump para negociar a taxação.