Bolsas da Ásia derretem e levantam temor de Segunda-Feira Negra

Futuros de Nova York também operam no vermelho, em reação às tarifas de Donald Trump.

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Publicado em 07/04/2025 às 07:28h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 07/04/2025 às 07:28h Atualizado 1 minuto atrás por Marina Barbosa
Mercados reagem ao tarifaço de Trump (Imagem: Shutterstock)
Mercados reagem ao tarifaço de Trump (Imagem: Shutterstock)

O tarifaço de Donald Trump continua assombrando os mercados nesta segunda-feira (7). Na Ásia e na Oceania, as bolsas caíram tão forte que as negociações chegaram a ser interrompidas temporariamente no Japão e na Coreia do Sul. E os futuros de Nova York seguem a mesma tendência.

📉 No Japão, o índice de referência Nikkei 225 chegou a cair mais de 8,5% e entrou em circuit breaker logo no início da sessão. Acabou fechando com um tombo de 7,68% e, com isso, entrou em "bear market" (um momento de desvalorização excessiva), pois já havia caído 9% na semana passada.

O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, reagiu, dizendo que "o Japão não está fazendo nada injusto" e vai procurar o governo dos Estados Unidos para negociar um corte das tarifas. Uma reunião com Trump é esperada já para esta segunda-feira (7). Contudo, Ishiba lembrou que "os resultados não virão do dia para a noite".

Na Coreia do Sul, a bolsa também entrou em circuit breaker e fechou com um tombo de 5,2%. Na Austrália, os mercados perderam 4,2%, o pior desempenho diário desde o início da pandemia de covid-19.

⚠️ O baque, contudo, foi ainda maior na China. O índice Hang Seng afundou 13,2%, o pior desempenho desde a queda de 13,7% registrada em 1997, em meio à crise financeira asiática. E, com isso, anulou todas as perdas já registradas neste ano.

A China foi taxada em 34% por Trump e respondeu com uma tarifa da mesma magnitude sobre os produtos americanos na última sexta-feira (4). As bolsas chinesas, contudo, estavam fechadas na ocasião, em virtude de um feriado local.

Black Monday?

O pessimismo que varreu os mercados da Ásia e da Oceania nesta segunda-feira (7) já pressionam os índices futuros das bolsas de Nova York e do Ibovespa.

O movimento estende o tombo sofrido no final da semana passada, quando as bolsas americanas perderam US$ 6 trilhões em valor de mercado. Por isso, levantou o temor de uma nova Segunda-Feira Negra nos mercados.

A "Black Monday" aconteceu em 19 de outubro de 1987 e marca a maior queda já registrada pelos mercados globais. Na ocasião, as perdas começaram na Ásia e se espalharam pelo mundo afora, levando o Dow Jones a derreter 22,6% em uma única sessão.

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Trump diz que "remédio" era necessário

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por sua vez, voltou a minimizar o tombo dos mercados e a defender as tarifas comerciais que impôs a 185 países.

Enquanto as bolsas asiáticas derretiam, Trump disse a jornalistas nesse domingo (6) que não estava preocupado com as perdas.

🗣️ "Às vezes, você tem que tomar remédio para consertar alguma coisa" afirmou o republicano, segundo a "Reuters".

Trump revelou ter discutido as tarifas com líderes da Europa e da Ásia no fim de semana. Contudo, disse que um eventual recuo americano vai custar caro.

"Eles querem conversar, mas não há conversa a menos que nos paguem muito dinheiro anualmente", declarou.

O presidente americano também defendeu as tarifas comerciais nas redes sociais durante o fim de semana. No sábado (5), por exemplo, disse que esta era uma "revolução econômica", que pretende "trazer de volta" empregos e negócios para os Estados Unidos.

"Aguarde resistente, não será fácil, mas o resultado final será histórico. Nós faremos a América Grande novamente", escreveu.