Bolsa encerra maio com fuga de investidores estrangeiros, diz B3

Investidores estão de olho no cenário externo para aplicações

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Publicado em 04/06/2024 às 14:03h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 04/06/2024 às 14:03h Atualizado 1 mês atrás por Wesley Santana
Real brasileiro é uma das moedas mais fortes da América Latina. Foto: Shutterstock
Real brasileiro é uma das moedas mais fortes da América Latina. Foto: Shutterstock

Pelo quinto mês consecutivo, os investidores estrangeiros decidiram mais sair do que apostar na bolsa de valores brasileira.

📈 Segundo dados do Valor Data, houve um déficit de R$ 1,6 bilhão no mercado secundário (ações já em circulação) quando analisado os dados de pessoas não residentes. No acumulado de 2024, portanto, o saldo é negativo em R$ 35,89 bilhões.

Parte deste desempenho se relaciona com o cenário macroeconômico, que aposta em uma postura de maior cautela. Nos Estados Unidos, com a falta de previsibilidade sobre uma queda na taxa de juros, os investidores preferem apostar em ativos mais conservadores, como os títulos do governo federal, considerado os ativos mais seguros do mundo.

No entanto, especialistas destacam que, mesmo que o Fed (Federal Reserve) comece a cortar os juros, a entrada de novos investidores não deve acontecer de forma rápida e forte.

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“A alta correlação entre o Ibovespa e os Treasuries americanos sugere que o fluxo estrangeiro para as ações do Brasil pode continuar discreto mesmo se o Fed começar a cortar juros, já que o sentimento de risco global continuaria sendo um gatilho importante”, disse Andres Abadia, economista-chefe para América Latina da Pantheon Macroeconomics, em entrevista ao Valor.

Atualmente, a taxa básica de juros nos EUA está entre 5,25% e 5,5%, porcentagem que foi mantida na última decisão do órgão, em maio. Por diversas vezes, o órgão tem falado sobre uma queda, mas não dá certeza, deixando claro que a decisão vai depender do cenário doméstico e global.

“Enfrentamos incertezas sobre os efeitos defasados de nosso aperto monetário até agora e sobre a extensão do aperto de crédito devido aos recentes estresses bancários”, afirmou Powell, recentemente, em conferência sobre o assunto. “Hoje, nossa orientação se limita a identificar os fatores que monitoramos enquanto avaliamos até que ponto o endurecimento adicional da política monetária pode ser apropriado para retornar a inflação para 2%”, completou.