Banco do Brasil (BBAS3): Moody's afirma rating, apesar de desafios no agro
Para a agência, a inadimplência deve melhorar em 2025, diante de safra mais positiva.

Apesar de o agronegócio estar pressionando o Banco do Brasil (BBAS3), a Moody's afirmou a nota de crédito do banco em AAA.br, o nível mais elevado da sua escala de rating, com perspectiva estável.
🌱 Em relatório publicado na segunda-feira (9), a agência de classificação de risco reconhece que o cenário desafiador do agronegócio brasileiro tem impactado a qualidade da carteira de crédito do BB. Contudo, projeta uma melhora da inadimplência em meados de 2025, devido à expectativa de uma safra mais positiva.
Além disso, a Moody's espera que os aumentos das provisões decorrentes do agravamento da inadimplência no agronegócio e da recuperação judicial no setor "sejam compensados pelas outras atividades do banco, mantendo assim a consistência e recorrência dos seus resultados".
"A afirmação dos ratings do BB reflete um perfil de crédito com geração estável de receitas recorrentes, decorrentes de um mix de negócios diversificado e da boa qualidade da carteira de crédito, com métricas de qualidade de ativos controladas, mesmo que tenha apresentado impacto pelo cenário desafiador no agronegócio", declarou.
💲 Para a Moody's, o Banco do Brasil mantém "índices de rentabilidade extremamente fortes e estáveis" e a posição de capital se mantém robusta, impulsionada pela geração de resultados estáveis.
O rating do BB, no entanto, também incorpora "uma probabilidade de suporte extremamente alta do seu controlador, o Governo Federal, considerando o papel estratégico do banco como agente financeiro-chave para o setor agrícola e o fato de o banco ser sistemicamente importante no Brasil".
Diante disso, a agência avalia que a nota de crédito do BB só seria rebaixada em caso de uma deterioração substancial do seu risco de ativos ou da liquidez, que impacte a rentabilidade e as posições de capital. Uma redução na percepção de suporte do governo federal também poderia pesar sobre o rating.
Leia também: Boletim Focus: Mercado eleva projeção da Selic para 12% em 2024
No mercado, momento é de cautela
🔎 O relatório da Moody's vem em um momento em que o mercado tem olhado com cautela para os possíveis impactos da crise do agronegócio brasileiro nos resultados do BB, o líder em crédito rural no país.
Na última sexta-feira (6), o Goldman Sachs e o Citi cortaram a recomendação para as ações do Banco do Brasil, de compra para neutra, devido a preocupações com o ritmo de crescimento dos resultados do banco no próximo ano.
Na avaliação dos analistas, o lucro do BB vai crescer em um ritmo menor do que os dos demais bancos privados brasileiros no próximo ano, devido ao cenário de juros elevados, alto endividamento das famílias brasileiras e desafios no agronegócio.
Para o Itaú BBA, o lucro do Banco do Brasil deve crescer apenas 4% em 2025, enquanto o do Bradesco (BBDC4) deve saltar 20% e o do Santander (SANB11), 19%. Ainda assim, o BBA projeta um DY (Dividend Yield) de 11% para o BB, o que o tornaria um "bom carry".
A avaliação dos bancos derrubou as ações do BB na sexta (6) e na segunda-feira (9). O papel, no entanto, sobe nesta terça-feira (10) diante da melhora do humor do mercado e do relatório da Moody's. Às 14h35, a ação subia 0,36%, a R$ 24,76.

BBAS3
Banco do BrasilR$ 20,80
-18,93 %
7,81 %
11.37%
5,48
0.66

Banco do Brasil (BBAS3) toca mínima de R$ 20,64 e puxa queda do Ibovespa
Banco estatal tem a maior queda percentual entre as empresas de peso que compõe o índice de referência.

LCAs e LCIs ainda valem a pena? Saiba quanto paga em julho a renda fixa isenta
Taxação de imposto de renda sobre os títulos do agronegócio e mercado imobiliário ainda requer aprovação, para então só valer em 2026.

Banco do Brasil (BBAS3): Lucro pode cair mais e o vilão não é só o agro, diz Safra
Segundo relatório divulgado pelo Banco Safra, um novo ponto de atenção pode pressionar ainda mais os resultados: os empréstimos corporativos.

Ibovespa não sai do negativo após taxação de 50% e BBAS3 renova mínima em 2025
Ações de bancos, frigoríficos e da Embraer (EMBR3) puxaram queda do índice referência da bolsa brasileira.

Banco do Brasil (BBAS3) perto das mínimas e Trump sacodem Ibovespa
Principal índice da bolsa brasileira vê tombo de grandes empresas em sua composição, em dia marcado por tarifaço.

BB (BBAS3) quer certificar e negociar crédito de carbono com apoio do BNDES
A proposta busca atender à necessidade de infraestrutura institucional confiável para o segmento de créditos de carbono.

Banco do Brasil (BBAS3): Investidores apostam mais de R$ 5 bi na queda da ação
A estatal enfrenta cenário desafiador, com menor lucro e projeção de dividendos mais enxutos para os próximos anos.

BB (BBAS3) na mira: Os riscos ocultos por trás do crédito rural, segundo a Legacy
Em relatório, a casa aponta que os resultados decepcionantes da instituição não são apenas reflexo da conjuntura econômica.