Banco do Brasil (BBAS3): Lucro pode cair mais e o vilão não é só o agro, diz Safra

Segundo relatório divulgado pelo Banco Safra, um novo ponto de atenção pode pressionar ainda mais os resultados: os empréstimos corporativos.

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Publicado em 11/07/2025 às 18:04h - Atualizado 9 horas atrás Publicado em 11/07/2025 às 18:04h Atualizado 9 horas atrás por Matheus Silva
De acordo com os analistas, o mercado está concentrado no avanço da inadimplência rural (Imagem: Shutterstock)
De acordo com os analistas, o mercado está concentrado no avanço da inadimplência rural (Imagem: Shutterstock)

💰 O Banco do Brasil (BBAS3) encerrou o primeiro trimestre de 2025 com queda de 20% no lucro líquido, atingindo R$ 7,37 bilhões, fortemente impactado pela deterioração da carteira de crédito ligada ao agronegócio.

No entanto, segundo relatório divulgado pelo Banco Safra, um novo ponto de atenção pode pressionar ainda mais os resultados: os empréstimos corporativos.

De acordo com os analistas, o mercado está concentrado no avanço da inadimplência rural — especialmente após o aumento de produtores em recuperação judicial —, mas pode estar subestimando o risco da carteira empresarial.

“O crédito corporativo já era um ponto de atenção, mas destacamos o novo índice de inadimplência acima de 30 dias, que avançou de forma relevante no primeiro trimestre”, pontua o relatório.

Impacto pode ser maior no 2T25

O Safra destaca que, se parte significativa desses atrasos migrar para inadimplência acima de 90 dias, os chamados NPLs (non-performing loans) passarão a exigir provisões mais robustas, seguindo o novo modelo de perda esperada de crédito (ECL).

Essa mudança foi intensificada com a adoção da Resolução nº 4.966 do Banco Central, que impôs critérios mais rígidos para classificação de risco e forçou o BB a revisar suas provisões.

“Notamos que o banco provisionou apenas 40% da formação de inadimplência no primeiro trimestre, o que pode indicar que esses créditos já estavam nos Estágios 2 ou 3, de maior risco”, explicam os analistas.

➡️ Leia mais: Banco do Brasil (BBAS3): Investidores apostam mais de R$ 5 bi na queda da ação

Provisões podem superar o agronegócio

Embora o agronegócio continue sendo uma fonte importante de perdas, o Safra estima que a carteira corporativa pode gerar um impacto ainda mais expressivo no segundo trimestre.

Caso as perdas esperadas avancem para 70% da inadimplência formada, o banco pode ter que provisionar cerca de R$ 2 bilhões adicionais apenas com crédito empresarial.

Projeção de lucro em queda

Para o segundo trimestre de 2025, o Safra projeta um lucro líquido de R$ 4,6 bilhões, o que representa uma queda de 50% em relação ao mesmo período de 2024 e 10% abaixo do consenso de mercado, que está em R$ 5,2 bilhões.

A expectativa é de um NII (margem financeira líquida) estável em R$ 24 bilhões.

O banco projeta ainda uma formação de R$ 15,7 bilhões em NPLs, dos quais R$ 5,3 bilhões seriam oriundos do segmento corporativo, com alta de 70 pontos-base na inadimplência acima de 90 dias.

O Banco do Brasil deve divulgar seus números do segundo trimestre no dia 13 de agosto.

📊 Até lá, o mercado seguirá atento aos desdobramentos da inadimplência, especialmente no crédito corporativo — que pode se tornar o novo foco de pressão para os resultados da estatal.

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