Banco do Brasil (BBAS3) encaixaria nos Cães do Dow Jones, ações baratas com altos dividendos?

Entenda como funciona uma das mais famosas estratégias de investimento de longo prazo adaptada ao investidor brasileiro.

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Publicado em 25/06/2025 às 18:31h - Atualizado 8 horas atrás Publicado em 25/06/2025 às 18:31h Atualizado 8 horas atrás por Lucas Simões
Ações do Banco do Brasil caem quase −30% desde a máxima em março (Imagem: Shutterstock)
Ações do Banco do Brasil caem quase −30% desde a máxima em março (Imagem: Shutterstock)

🐶 Será que o atual desconto que as ações do Banco do Brasil (BBAS3) enfrentam em 2025, alinhado com seu dividend yield de 11%, faz da estatal uma escolha óbvia em uma versão alternativa dos Cães do Dow Jones, uma famosa estratégia de investimentos na bolsa americana que seleciona apenas ações baratas e com altos dividendos?

Vale destacar que os papéis do Banco do Brasil acumulam baixa de quase −30% de sua máxima de preço em meados de março, por volta de R$ 30 por ação, quando o mercado passou a reagir negativamente aos resultados da instituição financeira apurados no primeiro trimestre do ano (1T25), revelando fraquezas em suas operações ligadas ao agronegócio.

Ao mesmo tempo, os dados no Investidor10 apontam que BBAS3 ostenta o maior dividend yield acumulado nos últimos 12 meses entre todas as ações do setor financeiro, conforme exposto abaixo:

Já olhando para o desconto em seu preço, o Banco do Brasil apresenta um dos menores Preço Sobre o Valor Patrimonial (P/VP) no setor financeiro, cerca de 0,67. A média setorial é de 0,91, além de que o próprio P/VP médio da estatal é de 0,76.

Nesta quarta-feira (25), os papéis BBAS3 fecharam a R$ 21,26 cada, patamar bem próximo da mínima do ano, na faixa de R$ 21,02 por ação. Mas, é preciso uma análise ainda mais aprofundada para averiguar se estamos diante de um dos Cães do Dow Jones.

➡️ Leia mais: Carteira Antifrágil: a estratégia que cresce em meio ao caos ganha força entre investidores brasileiros

BBAS3 é um Cão do Dow Jones à brasileira?

Investir seguindo a estratégia “Dogs of the Dow” é mais simples do que parece, já que consiste em aplicar o seu dinheiro apenas nas 10 ações com os maiores pagamentos de dividendos do índice Dow Jones, que reúne as 30 maiores empresas dos Estados Unidos líderes em seu segmento, citando como alguns exemplos: Coca-Cola (KO), Johnson&Johnson (JNJ) e Chevron (CVX).

Essa estratégia ficou conhecida na década de 1980, quando o investidor John Slatter percebeu que algumas ações eram deixadas de lado, apesar de pagarem bons dividendos. A ideia é escolher ações que não estão apenas baratas, mas que também oferecem bons rendimentos em dividendos.

🏦 O Investidor10 apurou que, ao adaptar essa estratégia à bolsa brasileira, olhando apenas para o setor financeiro, que reiteradamente é um setor perene e bom pagador de proventos, o Banco do Brasil encontra-se em posição de destaque, mas ainda há alguns riscos que ameaçam justamente os dividendos da estatal no futuro.

Analistas do banco americano JPMorgan (JPM), em relatório recente, se mostraram pessimistas com o payout do Banco do Brasil nas próximas distribuições de proventos, alegando que o patamar atual não é sustentável. Logo, a projeção de distribuição caiu para 30%, contra a faixa oficial de 40% a 45%.

Mesmo os profissionais do mercado local não apostam em dividendos tão elevados para a estatal, como o Itaú BBA, que também calcula um payout de 30%, que reflete o momento de incerteza do Banco do Brasil.

Já entre os que estão mais otimistas com a tese de investimento em BBAS3, o Banco Safra projeta que o dividend yield do Banco do Brasil ficará em 11,3%, o que nesse cenário manteria a instituição financeira como altos dividendos a preços descontados.

📊 Segundo dados do Investidor10, se você tivesse investido R$ 1 mil em BBAS3 há 10 anos, hoje você teria R$ 3.186,10, já considerando o reinvestimento dos dividendos. A simulação também aponta que o Ibovespa teria retornado R$ 2.553,90 nas mesmas condições.

BBAS3

Banco do Brasil
Cotação

R$ 21,30

Variação (12M)

-15,68 % Logo Banco do Brasil

Margem Líquida

7,81 %

DY

11.11%

P/L

5,61

P/VP

0.67