Banco do Brasil (BBAS3): Como o mercado recebeu o balanço com queda no lucro
Analistas pontuaram que realidade superou as expectativas que já eram baixas.

Nesta sexta-feira (16), as ações do Banco do Brasil (BBAS3) iniciaram o pregão em queda livre, conforme dados da B3. Por volta das 11h, os papéis apresentavam baixa superior a 12%, cotados em R$ 25,70.
📈 O resultado é uma reação do mercado aos números divulgados pelo banco público na véspera, que mudou parte da visão dos analistas para o ticker. Embora tenha apresentado lucro líquido de R$ 7,37 bilhões no primeiro trimestre, houve um recuo em relação ao trimestre anterior e ficou abaixo da projeção de consenso que previa algo na faixa de R$ 9,1 bilhões.
Os analistas de diversos bancos e corretoras de investimentos logo saíram para analisar os números, destacando que eles vieram negativos em diversos pontos. Os indicadores de lucratividade e a inadimplência foram os que mais chamaram a atenção nos relatórios já divulgados.
O BTG Pactual pontuou, por exemplo, que a deterioração da carteira do agronegócio preocupa no balanço do BB no 1T25. Essa visão é particularmente importante para a estatal porque a exposição dela a esse setor é maior que os outros quatro grandes bancos do país, segundo dados da própria companhia.
🏦Leia mais: Lucro dos 4 maiores bancos privados do país bate R$ 28,2 bi no 1T25
Já o JP Morgan mostrou grande frustração com os resultados, ressaltando a diferença de 20% no lucro líquido anual. Os analistas apresentaram preocupação com o primeiro trimestre, temendo que o atual resultado seja replicado nos próximos períodos.
“Esperamos uma reação muito negativa das ações, pois acreditamos que o consenso provavelmente precisará de ajustes significativos”, escreveram.
Impactos das novas regras contábeis
📄 Os analistas também não deixaram de lembrar que houve uma mudança nas regras contábeis, que teriam impactado as ações da companhia. Publicada pelo Banco Central, a resolução 4.966/2021 mudou as provisões de perda, afetando despesas e receitas do banco, segundo informações da própria instituição.
“A 4.966 traz impactos em diferentes linhas, um impacto abrangente. E junto com essa implementação nós estamos passando por um momento específico na carteira do agronegócio”, disse o vice-presidente financeiro do BB, Geovanne Tobias.
“Nós já vislumbrávamos, por um lado, um impacto na margem financeira bruta decorrente do aumento da taxa Selic, mas não tínhamos a exata dimensão do que seria essa inadimplência ao ser calculada a partir do conceito de perda esperada”, completou.
No entanto, mesmo considerando essa diferença, o Citi destaca que há tendências negativas na qualidade dos ativos.
“Embora o agro chame atenção e a resolução 4966 tenha um impacto nas provisões, vemos outras linhas também se deteriorando, tanto em empresas como para famílias”, escreveram os analistas do banco norte-americano.

BBAS3
Banco do BrasilR$ 21,73
-13,40 %
7,81 %
10.89%
5,72
0.69

Novela do IOF não acabou? Lula pode recorrer ao STF, após derrota no Congresso, diz Haddad
Ministro da Fazenda declarou, em entrevista, que o presidente Lula só aguarda o aval da Advocacia-Geral da União (AGU).

Banco do Brasil (BBAS3) encaixaria nos Cães do Dow Jones, ações baratas com altos dividendos?
Entenda como funciona uma das mais famosas estratégias de investimento de longo prazo adaptada ao investidor brasileiro.

Banco do Brasil (BBAS3): 4 bancos já cortaram projeções de dividendos, confira
O Goldman Sachs espera um payout de 30% em 2025, abaixo do guidance do BB (de 40% a 50%).

Banco do Brasil (BBAS3) assina acordo de US$ 700 mi com apoio do Banco Mundial
O contrato prevê uma exposição máxima da MIGA de até US$ 700 milhões em três anos, com prazo de até 12 meses por desembolso.

Dividendos do Banco do Brasil (BBAS3) sobem no telhado: Mercado revê projeções
A queda das ações, que já acumula 26% no ano, reacendeu o debate: trata-se de um exagero do mercado ou de uma correção justificada?

Juros, agro e eleições: os riscos que mantêm BB (BBAS3) fora do radar do JPMorgan
O banco norte-americano revisou suas estimativas para o BB e optou por reduzir o preço-alvo dos papéis de R$ 31 para R$ 28.

Banco do Brasil (BBAS3) paga R$ 2,4 bi em JCP nesta 5ª, veja quem recebe
É o equivalente a um valor bruto de aproximadamente R$ 0,42 por ação.

LCAs e LCIs pagam quanto, ante à ameaça de taxação da renda fixa isenta?
Investidor10 apresenta como estão as taxas de rentabilidade dos títulos que financiam o agronegócio e o mercado imobiliário.