Ataques feitos por Israel escalam conflitos no Oriente Médio; entenda
Comunidade internacional se manifestou sobre novo episódio; Brasil fala em violação de soberania

Enquanto o mundo ainda assistia a guerra entre Israel e Hamas, essa história ganhou um novo capítulo. Na madrugada desta sexta-feira (13), o exército israelense fez uma série de ataques contra o Irã, matando alguns dos principais líderes políticos do país.
⚔ Segundo a mídia iraniana, o chefe do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica, Hossein Salami, e o cientista Fereydoon Abbasi, ex-chefe da agência nuclear do país, foram mortos nos ataques. Salami fazia parte do alto escalão militar do país, responsável pelo comando de 120 mil homens.
Dada a dimensão do ocorrido, Teerã considerou o ataque de Israel como uma declaração de guerra, conforme carta enviada à Organização das Nações Unidas. O país pede que o Conselho de Segurança trate sobre essa questão imediatamente.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que os ataques atingiram o “coração do programa de enriquecimento nuclear” do Irã. Isso porque um bombardeio aéreo teria sido registrado na principal planta do país, na cidade de Natanz, onde outros cientistas foram mortos.
"Após o ataque preventivo do Estado de Israel contra o Irã, um ataque com mísseis e drones contra o Estado de Israel e sua população civil é esperado em um futuro próximo", diz comunicado do Ministério da Defesa israelense.
Tel Aviv destacou que a operação, apelidada de Rising Lion (Leão Crescente, em português) , está apenas começando. A fala mostra que o país está preparando novos ataques, portanto, a situação na região pode se complicar ao longo dos próximos dias.
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Os moradores de Jerusalém já acordaram assustados na manhã desta sexta, depois que sirenes foram acionadas nesta que é uma das principais cidades do país. Além disso, eles ainda foram notificados por celular de eventuais ataques retaliatórios por parte do Irã.
Uma reportagem da BBC News mostra que o clima entre os israelenses é de atenção, com muitos deles indo ao supermercado para estocar comida e água. O governo ainda teria decretado estado de emergência, na expectativa que o país vizinho realize algum ataque nas próximas horas ou dias.
Pelo mundo, diversas companhias aéreas cancelaram seus voos com origem ou destino aos países do Oriente Médio. Por enquanto, não há informações de que a situação tenha afetado as viagens partindo do Brasil.
Programa nuclear do Irã
O abertamente pública a informação de que o Irã mantém um programa de energia nuclear, que o país diz ter fins exclusivamente civis. No entanto, para muitos, o principal objetivo do país é desenvolver bombas atômicas, o que vai contra as regras internacionais.
O programa do governo iraniano começou a ser desenvolvido na década de 1950 e, desde então, tem sido alvo de investimentos por parte do governo. Recentemente, a AIEA (Agência Internacional de Energia Atómica) condenou o país por violar suas obrigações diante de um tratado internacional, afirmando que o país mantém um programa secreto de armas nucleares.
Segundo a imprensa norte-americana, o Irã possui diversas fábricas secretas, construídas com concreto reforçado, em diversas cidades do país. Além disso, esses espaços estariam conectados por passagens subterrâneas que também dariam acesso a bunkers.
Conselho de Segurança da ONU se reúne
O Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião para a tarde desta sexta, com o objetivo de discutir os ataques. Os 15 membros do órgão atenderam à carta enviada pelo ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi.
“O Irã reafirma seu direito inerente à autodefesa, conforme consagrado no Artigo 51 da Carta da ONU, e responderá de forma decisiva e proporcional a esses atos ilegais e covardes”, escreveu Araghchi.
Este é o artigo que fala sobre o direito individual ou coletivo de um país quando ataque por outra nação. A sede da Missão Permanente é em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
“Essas ações ultrajantes representam não apenas uma grave violação da soberania e da integridade territorial do Irã como um Estado-membro soberano da ONU, mas também constituem atos de agressão e crimes de guerra”, concluiu o diplomata.
O que diz a comunidade internacional
🗣 Os principais líderes globais se manifestaram sobre o desdobramento do conflito no Oriente Médio. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, destacou que pediu ao governo iraniano para concluir o acordo nuclear.
“Eu disse a eles que seria muito pior do que qualquer outra coisa que eles conhecem, esperavam ou foram avisados, que os Estados Unidos fazem o melhor e mais letal equipamento militar do mundo, de longe, e que Israel tem muito disso e ainda receberá muito mais -e eles sabem como usá-lo”, disse o republicano, por meio das redes sociais.
Na Rússia, o governo afirmou que o ataque de Israel contra o Irã teria sido “sem motivos”, violando as normas da ONU. “Um ataque militar sem motivo a uma nação soberana membro da ONU, seus cidadãos, cidades pacíficas e infraestruturas de energia nuclear é inaceitável”, disse o Kremlin.
Na Europa, o pedido foi para que os dois lados reduzam as tensões urgentemente em prol da estabilidade geopolítica. “A estabilidade no Oriente Médio deve ser a prioridade e estamos incentivando os parceiros para atenuar. Agora é a hora de disciplina, calma e um retorno à diplomacia”, pontuou o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer.
No mundo arábe, as palavras foram de retaliação contra os ataques feitos por Israel. “Enquanto condenamos estes ataques hediondos, afirmamos que a comunidade internacional e o Conselho de Segurança possuem grande responsabilidade para imediatamente interromper essa agressão”, disse a Arábia Saudita.
No Brasil, o Itamaraty demonstrou preocupação e também condenou os ataques feitos por Israel, ressaltando que essa é uma violação à soberania do Irã e, por consequência, ao direito internacional. “Os ataques ameaçam mergulhar toda a região em conflito de ampla dimensão, com elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial. O Brasil insta todas as partes envolvidas ao exercício da máxima contenção e exorta ao fim imediato das hostilidades“, escreveu o governo brasileiro.

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