O que é corretora de valores e como escolher a ideal para seu perfil

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Publicado em 30/09/2025 às 15:42h - Atualizado 9 minutos atrás Publicado em 30/09/2025 às 15:42h Atualizado 9 minutos atrás por Carlos Filadelpho
O que é corretora de valores e como escolher - (Imagem: Shutterstock)
O que é corretora de valores e como escolher - (Imagem: Shutterstock)

 

Quem deseja investir de forma profissional precisa entender, antes de tudo, o que é uma corretora de valores e como escolher a melhor para o seu perfil. 

Essas instituições são a porta de entrada para quem quer acessar títulos públicos, ações, fundos imobiliários e diversos outros ativos do mercado financeiro. 

Sem uma corretora, seria impossível negociar diretamente com a B3 ou aproveitar a variedade de produtos disponíveis no Brasil e no exterior. 

Confira a seguir tudo sobre corretora de valores e como escolher a ideal para investir!

O que é uma corretora de valores?

A corretora de valores é uma instituição financeira autorizada e supervisionada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pela B3 para intermediar operações de investimento. 

Ela funciona como uma ponte que conecta o investidor aos emissores de ativos, sejam eles o governo, bancos ou empresas privadas.

Imagine um grande shopping de investimentos: em um único ambiente digital é possível encontrar títulos do Tesouro Direto, CDBs de diferentes bancos, fundos de investimento de várias gestoras, ações, fundos imobiliários, BDRs e até produtos mais sofisticados, como derivativos.

Na prática, essa diversidade permite que cada investidor monte uma carteira adaptada ao seu perfil e aos seus objetivos.

Um ponto essencial é que, na maioria das vezes, a corretora não emite os produtos que oferece. Ela apenas disponibiliza e intermedeia esses investimentos, garantindo que todos os ativos fiquem custodiados em nome do investidor. 

Assim, mesmo que a corretora venha a encerrar suas atividades, o patrimônio permanece seguro em entidades de custódia como a B3 ou o Tesouro Nacional.

Como funciona a intermediação

O processo de investimento via corretora envolve várias etapas automáticas que ocorrem em segundos, mas que merecem ser entendidas:

  1. Cadastro e suitability: O investidor envia seus documentos e responde ao questionário de perfil, que identifica se ele é conservador, moderado ou arrojado.

  2. Transferência de recursos: Após a aprovação, o investidor precisa transferir para a sua conta de investimentos na corretora os valores que deseja aplicar, em geral, via PIX.

  3. Envio de ordens: A compra ou venda de ativos é feita pelo home broker ou por uma plataforma mais avançada, que pode ser no formato web ou app.

  4. Liquidação e custódia: Depois que a ordem é executada, ocorre a liquidação financeira e o registro do ativo no CPF do investidor.

Esse fluxo garante que qualquer pessoa, com pouco ou muito capital, possa investir com segurança e rastreabilidade.

Diferenças entre corretoras e bancos

Quem está começando a investir costuma se perguntar se não seria mais simples investir no próprio banco. De fato, bancos também oferecem CDBs e alguns fundos, mas o modelo de negócios é diferente.

Os bancos tradicionais têm foco principal na concessão de crédito. Eles captam recursos dos clientes e emprestam a taxas mais altas, lucrando com a diferença, o chamado spread bancário. 

Por isso, não têm incentivo para oferecer CDBs de concorrentes ou fundos de outras gestoras com taxas mais competitivas. O cliente enxerga apenas os produtos do próprio banco e, muitas vezes, aceita rentabilidades menores em troca de comodidade.

As corretoras, por outro lado:

  • Não emprestam dinheiro nem emitem os produtos que distribuem;

  • Precisam oferecer variedade de emissores e produtos para atrair clientes;

  • Têm seu sucesso atrelado à qualidade da prateleira de investimentos e da plataforma.

Essa concorrência as obriga a buscar condições melhores e investir em tecnologia, oferecendo taxas mais atrativas e produtos mais diversificados do que os grandes bancos.

Produtos oferecidos por uma corretora de valores

A grande vantagem de investir por meio de uma corretora é o amplo leque de opções, que permite diversificação em diferentes classes de ativos:

  • Renda fixa: Títulos do Tesouro Direto, CDBs, LCIs, LCAs, fundos em renda fixa, debêntures, CRIs e CRAs. Muitos contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

  • Renda variável: Ações, fundos imobiliários (FIIs), fundos em renda variável, ETFs, BDRs e, para investidores experientes, derivativos como opções e contratos futuros.

Além disso, várias corretoras oferecem serviços de aluguel de ações, carteiras recomendadas, relatórios de análise e até plataformas educacionais, apoiando o investidor em todas as etapas.

Como as corretoras ganham dinheiro

Se abrir conta é gratuito e muitas operações têm taxa zero, de onde vem a receita?
O modelo de negócios combina diversas fontes:

  • Comissões pagas por bancos e gestoras quando você aplica em seus produtos;

  • Taxas de corretagem, ainda cobradas em algumas operações de bolsa;

  • Remuneração sobre saldo em conta (float), quando recursos ficam temporariamente parados;

  • Serviços extras, como plataformas de negociação profissional, cursos e relatórios premium.

Esse formato cria um alinhamento natural: para aumentar a receita, a corretora precisa oferecer bons produtos, tecnologia confiável e suporte de qualidade, atraindo e mantendo investidores ativos.

Taxas cobradas pelas corretoras de valores

Mesmo com a forte competição que derrubou tarifas, é importante conhecer os custos que podem surgir:

  • Taxa de corretagem: Ainda presente em determinadas operações de bolsa.

  • Taxa de custódia: Hoje quase inexistente para ações e FIIs, mas cobrada em alguns produtos, como no Tesouro Direto (pela B3).

  • Taxas de administração e performance: Aplicáveis em fundos de investimento, independentemente da corretora.

  • Spreads cambiais e tarifas de remessa: No caso de investimentos internacionais.

Mais do que buscar apenas “taxa zero”, é fundamental avaliar o custo total em relação aos serviços e à qualidade da plataforma. Às vezes, uma corretora com taxa um pouco maior oferece tecnologia e suporte que compensam a diferença.

Como escolher a corretora de valores ideal

Como escolher a corretora de valores ideal - (Imagem: Shutterstock)

A seguir, você encontra um guia completo para avaliar as opções de corretoras disponíveis no mercado e decidir com segurança qual é a mais adequada para os seus objetivos.

1.Avalie a confiabilidade e a segurança da instituição

O primeiro ponto a analisar é se a corretora é autorizada e regulada pelos órgãos competentes, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a própria B3. 

Essa supervisão garante que a empresa segue as normas de mercado e adota boas práticas de compliance.

Outros fatores que ajudam a medir a segurança são:

  • Políticas claras de autenticação em dois fatores (2FA) para acesso à conta e para a execução de ordens.

  • Emissão de alertas de movimentação por e-mail ou aplicativo, evitando transações não autorizadas.

  • Transparência em relatórios, extratos e informes de rendimento.

Se a corretora oferece esses recursos e mantém histórico de estabilidade, é um sinal de que leva a segurança do cliente a sério.

2.Observe a variedade e a qualidade da prateleira de produtos

Cada investidor tem objetivos diferentes. Por isso, a melhor corretora é aquela que disponibiliza os produtos mais adequados ao seu perfil. 

Analise se a plataforma oferece:

  • Renda fixa completa, com títulos do Tesouro, CDBs, LCIs, LCAs, debêntures e outros papéis de bancos e empresas.

  • Renda variável ampla, incluindo ações, fundos imobiliários (FIIs), ETFs, BDRs e derivativos para quem busca operações mais sofisticadas.

  • Fundos de investimento de diferentes gestoras, abrangendo multimercados, fundos de ações, cambiais e internacionais.

Quanto maior e mais diversificada for a prateleira, mais liberdade você terá para montar uma carteira de investimentos equilibrada. 

Além da variedade, é importante verificar a curadoria dos produtos, ou seja, se a corretora faz uma seleção de qualidade ou apenas lista opções indiscriminadamente.

3.Compare custos e taxas de forma realista

Nos últimos anos, a competição entre corretoras levou muitas a zerar as principais tarifas, mas é preciso ir além do marketing e avaliar o custo total de investir. Entre os principais pontos de atenção estão:

  • Taxa de corretagem: Embora muitas corretoras já tenham zerado a cobrança para ações e fundos imobiliários, ainda pode haver custo em derivativos ou em operações internacionais.

  • Taxa de custódia: Hoje rara para ações e FIIs, mas ainda presente em alguns produtos, como os títulos do Tesouro Direto, onde a B3 cobra 0,2% ao ano.

  • Taxas de administração e performance em fundos: Cobradas independentemente da corretora, impactam diretamente o retorno líquido.

  • Spreads de câmbio e tarifas de remessa internacional: No caso de quem pretende investir no exterior.

Avalie também se a corretora oferece planos de assinatura ou plataformas profissionais com custo extra. Em alguns casos, pagar por uma ferramenta avançada pode fazer sentido para traders ou investidores mais ativos.

4.Analise a tecnologia e a experiência do usuário

A plataforma da corretora precisa ser estável, intuitiva e bem estruturada, principalmente em dias de grande movimento no mercado. Antes de abrir conta, vale:

  • Testar o home broker e o aplicativo para verificar se as ordens são executadas rapidamente.

  • Conferir se existem relatórios claros de rentabilidade, proventos e histórico de operações.

  • Avaliar se o acesso via computador e celular é fluido e se a interface é amigável para quem está começando.

Uma boa corretora também costuma oferecer ferramentas educacionais, como simuladores, tutoriais, cursos gratuitos ou relatórios de análise que auxiliam na tomada de decisão.

Esses recursos fazem diferença, principalmente para quem está dando os primeiros passos.

5.Verifique a qualidade do atendimento e do suporte

Mesmo com toda a tecnologia, em algum momento você pode precisar de suporte humano, seja para esclarecer dúvidas sobre tributação, resolver problemas em operações ou obter informações sobre novos produtos. Por isso, é essencial checar:

  • Quais canais de atendimento a corretora oferece: chat, telefone, e-mail, WhatsApp.

  • Tempo médio de resposta e disponibilidade em horários de pregão.

  • Avaliações de outros clientes em plataformas como Reclame Aqui e redes sociais.

Um atendimento ágil e eficiente pode evitar prejuízos em momentos de instabilidade do mercado.

6.Considere seu perfil e seus objetivos de investimento

A escolha da corretora também depende do seu estágio como investidor:

  • Iniciantes conservadores tendem a valorizar plataformas simples, boa oferta de renda fixa e educação financeira.

  • Investidores de médio prazo, que buscam diversificação, precisam de ampla prateleira de fundos, FIIs e ETFs.

  • Traders e investidores avançados priorizam home brokers profissionais, velocidade de execução e ferramentas de análise em tempo real.

Defina seus objetivos de curto, médio e longo prazo e avalie se a corretora oferece os recursos que você precisa para cada fase.

7.Faça um teste prático antes de decidir

Depois de analisar segurança, variedade de produtos, custos, tecnologia e suporte, uma boa prática é abrir conta em mais de uma corretora para fazer um teste com valores pequenos. 

Essa experiência permite comparar na prática:

  • Qualidade da plataforma.

  • Facilidade de depósito e resgate.

  • Rapidez de execução das ordens.

  • Clareza dos relatórios e dos informes para o Imposto de Renda.

Esse “test-drive” ajuda a tomar uma decisão embasada e evita surpresas desagradáveis.

Como abrir conta em uma corretora de valores

Como abrir conta em uma corretora de valores - (Imagem: Shutterstock)

Abrir conta e começar a investir é um processo simples, mas exige atenção a detalhes de segurança e a alguns passos estratégicos que garantem tranquilidade a longo prazo. 

1.Organize seus documentos e dados pessoais

O primeiro passo é reunir as informações que serão solicitadas no cadastro. Em geral, as corretoras pedem:

  • CPF e documento de identidade com foto (RG ou CNH).

  • Comprovante de endereço recente, geralmente com até 90 dias.

  • Dados de conta bancária de mesma titularidade, para transferências de recursos.

Essas exigências fazem parte das normas de prevenção à lavagem de dinheiro e de identificação do cliente. Ter tudo pronto antes de iniciar o processo evita atrasos e facilita o envio dos arquivos solicitados.

2.Faça o cadastro on-line e crie um acesso seguro

Quase todas as corretoras permitem a abertura de conta 100% online, seja pelo site ou pelo aplicativo oficial. O processo é intuitivo: basta preencher um formulário com dados pessoais, criar um usuário e uma senha de acesso. 

Aqui vale um cuidado especial: use uma senha forte, que combine letras maiúsculas e minúsculas, números e caracteres especiais.

Em seguida, será necessário enviar os documentos digitalizados ou fotografados. A análise costuma ser rápida, na maioria das instituições leva poucas horas ou, no máximo, um dia útil.

3.Responda ao questionário de suitability

Assim que o cadastro for aprovado, a corretora apresentará o questionário de perfil de investidor, conhecido como suitability. Esse questionário é obrigatório e serve para identificar:

  • Seu nível de tolerância ao risco (conservador, moderado ou arrojado);

  • Horizonte de investimento (curto, médio ou longo prazo);

  • Experiência prévia com produtos financeiros.

Com base nessas respostas, a corretora define quais produtos poderá ofertar de acordo com seu perfil. 

Essa etapa é uma importante ferramenta de proteção: evita que investidores iniciantes se exponham a ativos incompatíveis com seus objetivos ou com sua capacidade de lidar com a volatilidade do mercado.

4.Ative as medidas de segurança

Com a conta aberta, antes mesmo de transferir recursos, é fundamental ativar os recursos de proteção. 

As melhores corretoras oferecem autenticação em dois fatores (2FA), que adiciona uma camada extra de segurança no momento do login e para a execução de ordens. 

Também vale criar, quando disponível, uma senha específica para operações e habilitar alertas de movimentação por e-mail ou push. Essas práticas reduzem drasticamente o risco de acessos não autorizados.

5.Transfira recursos da sua conta bancária

Para começar a investir, transfira dinheiro de uma conta bancária de mesma titularidade, regra que impede depósitos de terceiros e reforça a segurança contra fraudes. 

O PIX tornou esse processo praticamente instantâneo, e a maioria das corretoras não cobra tarifas para esse tipo de operação.

O valor transferido fica disponível em uma conta de liquidação vinculada ao seu CPF. A partir daí, já é possível aplicar em qualquer produto disponível na plataforma.

6.Escolha os primeiros investimentos

Com saldo disponível, defina seus primeiros aportes de acordo com seus objetivos:

  • Para reserva de emergência, priorize ativos de liquidez diária e baixo risco, como Tesouro Selic ou CDBs com liquidez.

  • Para metas de médio prazo, como a compra de um imóvel em alguns anos, avalie títulos prefixados ou atrelados à inflação, como Tesouro IPCA+.

  • Para projetos de longo prazo, como aposentadoria, considere ações, ETFs ou fundos imobiliários, sempre respeitando o seu perfil de risco.

Começar pelos produtos mais simples ajuda a ganhar familiaridade com a plataforma antes de se aventurar em aplicações mais sofisticadas.

7.Acompanhe a carteira e mantenha a disciplina

Investir não termina com a primeira aplicação. É essencial monitorar a carteira periodicamente, rebalancear quando necessário e manter a disciplina nos aportes mensais. Algumas práticas importantes:

  • Verificar se os investimentos continuam alinhados às metas definidas.

  • Rebalancear a alocação quando determinado ativo crescer ou cair demais em relação ao restante da carteira.

  • Guardar os informes de rendimento fornecidos pela corretora para facilitar a declaração do Imposto de Renda.

Também é recomendável revisar periodicamente a qualidade do serviço da corretora. Caso perceba aumento de custos ou queda na qualidade do suporte, é possível transferir seus ativos para outra instituição por meio de uma transferência de custódia, sem precisar vender as aplicações.

8.Invista com planejamento de longo prazo

A corretora de valores é o meio que conecta você ao mercado financeiro, mas o sucesso do seu patrimônio depende de planejamento. Defina:

  • Metas de aporte mensal ou trimestral;

  • Prazos e objetivos para cada investimento;

  • Critérios para avaliar quando trocar ou manter um produto.

Evite o erro comum de abrir conta, comprar alguns ativos e abandoná-los. O crescimento consistente vem da disciplina em investir regularmente e da revisão periódica da carteira.

Conclusão: transforme conhecimento em ação

Com a corretora de valores escolhida e a conta aberta, você tem acesso a um verdadeiro universo de oportunidades. Mais do que um intermediário, a corretora de valores pode se tornar uma parceira estratégica na construção do seu patrimônio.

Agora que você sabe como funciona uma corretora de valores, e o que considerar na hora de escolher a sua, gostaríamos de aproveitar e convidar você para conhecer o Investidor10.

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