Números de Fundos de Investimentos disponíveis no Brasil

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Publicado em 12/06/2022 às 16:38h - Atualizado 4 dias atrás Publicado em 12/06/2022 às 16:38h Atualizado 4 dias atrás por João Henrique Possas
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Os fundos de investimento estão cada vez mais em evidência no cenário brasileiro.

Se você acompanha o mercado, já deve ter percebido o crescimento exponencial dessa modalidade nos últimos anos.

Mas o que muitos não sabem é o porquê desse boom.

Para entender o fenômeno, é preciso olhar além dos números e considerar fatores econômicos, sociais e comportamentais que vêm moldando o cenário de investimentos no país.

Vamos mergulhar nesse universo e explorar o estado atual dos fundos de investimento, com dados fresquinhos da ANBIMA e uma visão voltada para 2024.

Quantidade de fundos de investimento no Brasil: o crescimento não para

O mercado de fundos de investimento no Brasil continua sua trajetória ascendente em 2024, com uma expansão que reflete o crescente interesse dos brasileiros em diversificar suas aplicações.

Até o início de 2024, o número total de fundos já ultrapassava 28 mil, confirmando que o setor não apenas manteve seu ritmo de crescimento, mas também expandiu de maneira significativa desde 2022, quando havia 27.158 fundos ativos.

Esse crescimento é um sinal claro de que o brasileiro está cada vez mais inclinado a buscar alternativas de investimento além da tradicional poupança.

Esse aumento substancial de novos fundos, principalmente após 2020, quando mais de 4 mil fundos foram criados em um único ano, se deve a diversos fatores.

A pandemia trouxe uma digitalização acelerada, facilitando o acesso a plataformas de investimento online, o que democratizou a entrada no mercado financeiro.

Para efeito de comparação, em 2002, o Brasil contava com apenas 4.540 fundos, e foi apenas em 2005 que o número ultrapassou a marca dos 5 mil.

Agora, com mais de 28 mil opções disponíveis, os investidores têm à disposição uma variedade muito maior de produtos, desde fundos de renda fixa até os mais arrojados multimercados, possibilitando estratégias mais sofisticadas de diversificação de carteiras.

Esse crescimento expressivo reflete também o amadurecimento do mercado financeiro brasileiro.

Em 2024, as corretoras e gestoras de recursos se tornaram mais especializadas, lançando fundos que atendem desde investidores conservadores, que buscam segurança na renda fixa, até aqueles com perfil mais arrojado, que se arriscam em fundos de ações, multimercados ou até em fundos cambiais e off-shore.

Além disso, os fundos de previdência continuam a ganhar destaque, à medida que mais brasileiros entendem a importância de planejar o futuro financeiro com produtos de longo prazo.

Outro fator que tem contribuído para o aumento de fundos de investimento é o crescimento do número de investidores pessoa física no mercado.

Em 2024, mais de 5 milhões de brasileiros estavam registrados na B3, e muitos deles têm utilizado os fundos como forma de diversificar suas estratégias e minimizar riscos.

A regulamentação do setor pela CVM e ANBIMA também tem evoluído, garantindo maior segurança e transparência para os investidores, o que naturalmente gera mais confiança e atrai um maior volume de recursos.

Segmentos com maior número de novos fundos

  • Fundos de Renda Fixa: Crescimento robusto, especialmente impulsionado pelo interesse em títulos públicos e privados com taxas mais atrativas devido aos altos juros nos últimos anos.
  • Fundos Multimercados: Com uma estratégia mais diversificada, esses fundos continuam a atrair tanto os investidores moderados quanto os mais arrojados.
  • Fundos de Ações: Embora voláteis, continuam a ser uma das melhores opções para quem busca maior retorno no longo prazo, especialmente com o mercado de ações brasileiro voltando a se valorizar em 2024.
  • Fundos Cambiais e Off-shore: Com o cenário global mais instável, esses fundos ganharam mais espaço, oferecendo proteção contra a volatilidade do real e a oportunidade de exposição ao mercado internacional.

Essa grande variedade de fundos disponíveis reflete a evolução do mercado financeiro brasileiro e como ele está cada vez mais apto a atender diferentes perfis de investidores.

O aumento contínuo do número de fundos é um sinal de que o Brasil está se consolidando como um importante polo de investimentos na América Latina.

Com essa oferta diversificada, os investidores têm à disposição uma ampla gama de alternativas, o que facilita a construção de uma carteira de investimentos robusta e diversificada, capaz de equilibrar risco e retorno, alinhando-se às suas necessidades e objetivos financeiros de curto, médio e longo prazo.

As principais classes de fundos de investimento

Agora que você já sabe o tamanho desse universo, é importante entender como ele se divide.

Os fundos de investimento estão organizados em dez classes principais, cada uma com suas particularidades e perfis de risco. Conheça as principais:

  • Fundos de Renda Fixa
  • Fundos de Ações
  • Fundos Multimercados
  • Fundos Cambiais
  • Fundos de Previdência
  • ETF (Exchange Traded Fund)
  • FIDC (Fundos de Direitos Creditórios)
  • FIP (Fundo de Investimento em Participações)
  • FII (Fundo de Investimento Imobiliário)
  • Fundos Off-Shore

Cada classe de fundo oferece diferentes níveis de risco e retorno, e é fundamental que o investidor entenda o funcionamento de cada uma antes de tomar qualquer decisão.

Tipos de fundos: conheça a variedade disponível

Dentro dessas classes, os fundos de investimento ainda se subdividem em 83 tipos diferentes, o que oferece um leque amplo para quem busca personalização nas aplicações.

Vamos dar um exemplo: a classe de fundos de previdência é a mais diversificada, com 23 tipos diferentes, enquanto classes como fundos cambiais e FIP possuem apenas um tipo cada. Entre os demais:

  • Fundos de Renda Fixa: 16 tipos
  • Fundos de Ações: 12 tipos
  • Fundos Multimercados: 11 tipos
  • Fundos ETF: 2 tipos
  • FIDCs: 4 tipos
  • FIIs: 10 tipos
  • Fundos Off Shore: 3 tipos

Essa diversidade é um prato cheio para quem quer diversificar a carteira e equilibrar risco e retorno.

Fundos com maior patrimônio no Brasil: onde está o grosso do dinheiro?

Olhando para os fundos de investimento em 2024, vemos uma clara concentração de patrimônio em alguns segmentos chave.

Esse cenário reflete o apetite dos investidores por certas classes de ativos, que oferecem tanto segurança quanto oportunidades de diversificação e rentabilidade.

O volume expressivo de dinheiro alocado em renda fixa, por exemplo, evidencia a preferência por estabilidade em um ambiente de taxas de juros ainda elevadas, mesmo com as recentes reduções da Selic.

Os fundos de renda fixa, particularmente os de duração baixa com grau de investimento, seguem como líderes absolutos em patrimônio líquido, acumulando impressionantes R$ 681 bilhões no primeiro semestre de 2024.

Isso representa um aumento significativo em relação aos R$ 631,5 bilhões registrados em 2022, um reflexo da confiança que esse tipo de fundo proporciona em tempos de incerteza econômica.

No segmento de ações livres, os fundos atingiram R$ 250 bilhões, mostrando uma leve recuperação em relação a 2023, quando o mercado de ações sofreu com a volatilidade.

Esses fundos continuam atraindo investidores dispostos a correr mais risco em troca de maiores retornos.

A previdência também mantém um papel de destaque, com os fundos de renda fixa de duração livre nesse setor gerindo cerca de R$ 245 bilhões, consolidando-se como uma escolha popular para quem busca planejamento financeiro de longo prazo.

Os fundos multimercados, conhecidos por sua flexibilidade e capacidade de misturar diferentes classes de ativos, cresceram para R$ 600 bilhões, mantendo-se como uma das opções favoritas para investidores que buscam diversificação e equilíbrio entre risco e retorno.

Outro destaque importante vai para os Fundos de Investimento Imobiliário (FII), que cresceram substancialmente, alcançando R$ 70 bilhões.

Esse aumento reflete o interesse crescente dos investidores em ativos imobiliários, especialmente diante da demanda por imóveis comerciais e logísticos, que têm mostrado resiliência e bons retornos.

Nos fundos off-shore, que oferecem exposição a ativos internacionais, o patrimônio líquido ficou em torno de R$ 30 bilhões, uma cifra modesta quando comparada a outros segmentos, mas que ainda assim mostra que há um interesse crescente por diversificação global.

A distribuição de patrimônio por segmento em 2024:

  • Renda Fixa Duração Baixa Grau de Investimento: R$ 681 bilhões
  • Ações Livre: R$ 250 bilhões
  • Multimercados Livre: R$ 600 bilhões
  • Cambial: R$ 9 bilhões
  • Previdência Renda Fixa Duração Livre: R$ 245 bilhões
  • ETF Renda Variável: R$ 40 bilhões
  • FIDC Agro, Indústria e Comércio: R$ 190 bilhões
  • FIP: R$ 600 bilhões
  • FII Gestão Ativa: R$ 70 bilhões
  • Off Shore Renda Variável: R$ 30 bilhões

Esses números reforçam a confiança dos investidores em fundos de investimento, que continuam sendo uma das principais escolhas para alocação de patrimônio no Brasil.

Eles também indicam onde está concentrado o dinheiro dos investidores, revelando as preferências de quem busca equilibrar risco, liquidez, e rentabilidade.

O tamanho do mercado: patrimônio total dos fundos

O mercado de fundos de investimento no Brasil continua mostrando um crescimento expressivo e consolidando sua importância dentro do sistema financeiro.

Em 2024, o patrimônio total dos fundos alcançou a marca de R$ 7,17 trilhões, conforme dados do primeiro trimestre.

Esse número é impressionante, especialmente se compararmos com a trajetória do setor nas últimas décadas. Em 1972, o total de patrimônio nos fundos de investimento era de apenas R$ 25 bilhões, e em 2002, o valor já havia saltado para R$ 1,5 trilhão​.

A aceleração desse crescimento pode ser explicada por vários fatores.

Um dos principais é o aumento da educação financeira entre os brasileiros, impulsionada pela digitalização do acesso às informações sobre investimentos e pela facilidade em abrir contas em corretoras e plataformas digitais.

Com mais brasileiros saindo da tradicional poupança — que ainda representa 13,6% do total de aplicações — e buscando opções mais rentáveis, os fundos se tornaram uma escolha mais acessível e atrativa​.

Além disso, a queda na inflação e a redução gradual da Selic, ainda que em patamares elevados, têm estimulado a diversificação das carteiras.

Muitos investidores, antes acostumados com a renda fixa tradicional, estão migrando para fundos multimercados e fundos de ações, que oferecem a possibilidade de retornos maiores, mesmo com o aumento do risco​.

Esse movimento também está sendo impulsionado pelo fortalecimento do segmento de fundos previdenciários, que cresceu 10,8% no primeiro semestre de 2024.

Esse tipo de fundo tem sido cada vez mais utilizado tanto como ferramenta de planejamento financeiro de longo prazo quanto como forma de garantir uma aposentadoria mais confortável, complementando a previdência pública​.

Vale destacar que, dentro desse montante trilionário, cerca de 45% dos recursos estão alocados em títulos e valores mobiliários, enquanto os fundos de investimento representam 24,9% do total, com uma alocação de R$ 1,7 trilhão​.

Esse crescimento é, sem dúvida, um reflexo do maior interesse dos brasileiros pelo mercado financeiro, que vêm buscando mais conhecimento e oportunidades de investimento para melhorar sua rentabilidade.

Quantos brasileiros investem em fundos?

Os números de investidores brasileiros em fundos de investimento continuam crescendo em 2024, mas ainda há muito espaço para expansão.

No primeiro semestre de 2024, o total de investimentos no Brasil atingiu R$ 6,96 trilhões, um aumento de 7,6% em relação a 2023.

Desses, aproximadamente R$ 1,7 trilhão está alocado em fundos de investimento, o que representa cerca de 25% do total aplicado no país​.

Atualmente, são mais de 32 milhões de contas vinculadas a fundos de investimento, embora isso não corresponda a CPFs ou CNPJs individuais, já que um investidor pode ter várias contas.

Em termos de popularidade, o segmento de renda fixa segue na liderança, com cerca de 11 milhões de contas.

Por outro lado, os fundos off-shore continuam sendo os menos acessados, com apenas 232 contas ativas, refletindo o perfil de um produto mais restrito​.

É interessante notar que apenas 5% dos investidores brasileiros optam por aplicar diretamente em fundos de investimento, enquanto a poupança ainda atrai quase 30% dos investidores, apesar da sua baixa rentabilidade.

Entretanto, com a queda das taxas de juros e um aumento na diversificação das carteiras, os fundos de investimento vêm ganhando cada vez mais força, sendo uma opção atraente para quem busca diversificação e melhores retornos​.

O cenário de 2024 indica que mais brasileiros estão se familiarizando com as diversas opções de fundos, o que deve impulsionar ainda mais o número de investidores nos próximos anos, especialmente com a ampliação do acesso a informações e educação financeira.

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