Em uma análise de resultados das empresas nos deparamos com tantas margens, porcentagem, bruto, líquido… Pode ser bem confuso. Mas, uma margem da empresa bastante importante, mas não possui tanta atenção é a margem bruta.

A importância da margem bruta acaba sendo ofuscada por outras, como a margem líquida (ou qualquer outro indicador que tenha “líquido” em seu nome).

Esse indicador nos revela sobre a relação de custos operacionais da empresa.

Margem bruta: indicador da dinâmica de custos
Margem bruta – Foto: Freepik

Com ela, conseguimos inferir sobre a lucratividade de sua atividade. Afinal, muitas empresas operam com recursos de terceiros, em especial quando estão em fase de crescimento, que pressiona seu resultado líquido, podendo até mesmo ser negativo.

Mas, será que lucro líquido negativo é a mesma coisa que uma atividade não lucrativa?

Por isso, esse artigo vai te mostrar por que se deve atentar para essa margem.

Como calcular a margem bruta

A margem bruta será a divisão entre o lucro bruto e a receita líquida da empresa.

Dessa forma, representa a porcentagem de lucro bruto que a empresa obtém de suas vendas.

MB = (Lucro Bruto/Receita Líquida) x 100

Por exemplo, se a empresa faz uma venda no total de R$25,00 e para entregar esse produto/serviço gasta R$15,00, teremos como lucro bruto R$10,00.

Portanto, ao aplicar a fórmula citada, teremos a margem bruta de 40% (R$10/R$25).

Pessoa fazendo calculo de margem bruta com uma calculadora, segurando uma caneta preta sobre uma mesa com papéis e um laptop.

O que a margem bruta nos informa?

O lucro bruto é o valor que resta para a empresa para poder pagar suas demais despesas.

Essas despesas incluem outros investimentos, despesas administrativas e financeiras, incluindo empréstimos, financiamentos e resultados de aplicações financeiras.

Quando observamos aumento de margem bruta, podemos avaliar dois cenários:

  • Poder de barganha: em que empresa consegue reduzir seus custos. Com o aumento de suas operações, a companhia vem reduzindo seus custos através de negociações e economia de escala.
  • Poder de precificação: a empresa consegue aumentar seus preços e manter seus clientes. Indicando fortes vantagens competitivas. Isto é, mesmo aumentando o preço por seus produtos ou serviços, sua base de cliente permanece fiel e novas aquisições não são prejudicadas.

Ademais, a margem bruta nos auxilia na análise sobre a lucratividade operacional.

Ou seja, a empresa pode apresentar lucro líquido negativo, apesar de ter desempenho operacional excepcional!

Nesse sentido, há muitas empresas, principalmente nos casos de startups, que se apoiam em recursos de terceiros para financiar suas operações. E esses recursos levam tempo para serem pagos.

Até lá, seu lucro líquido será negativo — devendo reduzir com o tempo —, mas havendo crescimento do lucro bruto podemos inferir que a empresa está conseguindo pagar os passivos e gerar caixa com sua própria atividade.

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Conclusão

Por fim, percebemos que com esse indicador podemos analisar a dinâmica dos custos operacionais da empresa.

Dessa forma, analisando as variações da margem bruta e suas causas, conseguimos compreender mais sobre a lucratividade operacional.

Se a empresa logo na margem bruta apresenta dificuldades, podemos esperar um péssimo resultado financeiro, afinal sua atividade-fim não vem tendo o desempenho que deveria.

De todo modo, não podemos esquecer que se deve analisar os indicadores em conjunto. Apenas um indicador não deve respaldar decisões de investimento.