Copel (CPLE6) pode pagar os maiores dividendos do setor elétrico; entenda

Segundo o Santander, o dividend yield acumulado de três anos (2025-2027) poderá chegar a 36%.

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Publicado em 12/05/2025 às 15:58h - Atualizado 2 minutos atrás Publicado em 12/05/2025 às 15:58h Atualizado 2 minutos atrás por Matheus Silva
Apesar da notícia, as ações da companhia operavam em baixa nesta segunda-feira (12) (Imagem: Shutterstock)
Apesar da notícia, as ações da companhia operavam em baixa nesta segunda-feira (12) (Imagem: Shutterstock)

🚨 A Copel (CPLE6) aprovou, na última sexta-feira (9), mudanças significativas em sua política de capital e de remuneração aos acionistas, reforçando sua posição entre as companhias mais atrativas para investidores focados em dividendos na B3 (B3SA3).

A nova política estabelece a distribuição mínima semestral de dividendos e otimiza a estrutura de capital da companhia, o que, segundo os principais bancos de investimento, deve sustentar um dividend yield elevado para os próximos anos.

Apesar da notícia amplamente antecipada, as ações da companhia operavam em baixa nesta segunda-feira (12), recuando 3,92% por volta das 14h30, cotadas a R$ 11,75, refletindo um movimento técnico de realização de lucros após a valorização de 3,20% na sexta-feira.

Novo cenário de dividendos robustos e previsíveis

De acordo com o Morgan Stanley, a política recém-adotada traz mais visibilidade, transparência e previsibilidade aos fluxos de pagamento de dividendos, um fator fundamental para investidores de longo prazo. A estratégia prevê:

  • Frequência mínima de dois pagamentos de dividendos por ano;
  • Meta de alavancagem de 2,8 vezes dívida líquida/Ebitda, permitindo espaço para investimentos e distribuição de resultados;
  • Potencial para dividendos extraordinários em caso de excedentes de caixa.

Assumindo a manutenção da alavancagem-alvo, o dividend yield projetado para 2025 e 2026 gira em torno de 12% ao ano.

Caso a Copel opere no limite superior de alavancagem (próximo a 3,1 vezes), esse yield poderá atingir 14% já em 2025, colocando a companhia na liderança entre seus pares no setor elétrico.

Essa perspectiva se baseia, sobretudo, na forte geração de caixa livre, impulsionada por um portfólio robusto de geração de energia contratado até 2027 e pela expectativa de uma revisão tarifária favorável em sua distribuidora prevista para 2026.

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Alavancagem controlada e crescimento sustentável

No primeiro trimestre de 2025, a dívida líquida da Copel atingiu R$ 12,9 bilhões, equivalente a 2,3 vezes o Ebitda ajustado, uma melhora em relação ao índice de 2,6 vezes registrado no final de 2024.

A projeção da companhia é manter a alavancagem entre 2,8 e 3,1 vezes, faixa considerada ideal para equilibrar crescimento e geração de valor ao acionista.

Essa gestão conservadora da alavancagem oferece à Copel maior flexibilidade para aproveitar oportunidades de expansão, como o próximo leilão de capacidade de reserva do setor elétrico, além de reduzir riscos operacionais e financeiros.

Análises de mercado reforçam otimismo

Morgan Stanley

Recomendação overweight (compra acima da média de mercado) e preço-alvo de R$ 12. O banco destaca a robustez do fluxo de caixa, a atratividade da nova política de dividendos e a possibilidade de dividendos extras em caso de desalavancagem mais rápida.

Itaú BBA

Recomendação de compra e preço-alvo de R$ 13,30. A análise projeta dividend yield de dois dígitos a partir de 2026, com possibilidade de payout máximo de 100% dos lucros.

Bradesco BBI

Recomendação de compra e preço-alvo de R$ 14. Estima dividend yield de 12% para o período de 2025 a 2027, considerando a nova política e o ritmo de desalavancagem.

Santander

Recomendação de compra e preço-alvo de R$ 12,63, avaliando que a Copel ainda negocia com desconto em relação a empresas privadas do setor elétrico focadas em dividendos.

Segundo o Santander, o dividend yield acumulado de três anos (2025-2027) poderá chegar a 36% considerando os preços atuais das ações.

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Riscos e oportunidades no radar

Apesar das projeções otimistas, os analistas apontam que o cumprimento das metas de alavancagem e a execução das oportunidades de crescimento orgânico e inorgânico são fatores-chave para a concretização do cenário positivo.

Além disso, o desempenho do setor elétrico como um todo pode ser afetado por variáveis como alterações regulatórias, mudanças na política energética, volatilidade cambial e o ritmo de retomada da economia brasileira.

📊 No entanto, a exposição da Copel a ativos regulados, o sólido perfil de geração e a disciplina financeira colocam a companhia em uma posição estratégica para capturar valor e manter uma política de dividendos robusta.