Quedas recorrentes e o circuit breaker

No início da semana a B3 atingiu o seu quinto circuit breaker com queda de 13,92%, chegando aos 71.168 pontos e acumulado de perda no ano de 38%.

Circuit Breaker
Quedas recorrentes tem levado a circuit breaker na B3 – Foto: Freepik

Agora no dia 18, houve outro circuit breaker, foram 10,35% de queda e 66.894 pontos, com o dólar batendo a casa dos R$5,20.

Mas afinal de contas o que são essas interrupções na bolsa, porque estão ocorrendo e como elas podem afetar você investidor.

O que está acontecendo com o mercado?

O mercado se encontra em uma situação delicada, impulsionado por vários fatores. O mais óbvio é o COVID19.

Com o avanço do coronavírus e a primeira morte registrada no EUA, embora com casos estabilizados na China, muitas empresas tem paralisado suas funções e diminuído a produção. Além disso, as pessoas têm evitado sair de casa levando a queda no consumo.

No Brasil, após a primeira morte registrada em São Paulo, várias empresas presentes na bolsa estão trabalhando com horário ou quadro de funcionários reduzidos, como é o caso da MULT3, BEEF3 e SUZB3.

Outros fatores também server de fulcro para impulsionar essa volatilidade do mercado, como a baixa do preço do petróleo proveniente a falta de um acordo entre a Opep e a Rússia, onde discutiam cortes de produção, gerando uma queda de 30% no preço do barril.

Além disso um fator interno que pesa é queda da Selic para 3,75%, o menor piso da história.

Circuit Breaker

Diante de toda essa volatilidade do mercado, a B3 interrompeu por várias vezes suas operações. Isso ocorre através do “circuit breaker”, que é um instrumento da Bolsa com objetivo de cessar as atividades diante de oscilações bruscas e atípicas.

O circuit breaker é um mecanismo de proteção do mercado e para os investidores. Ele busca acalmar os ânimos diante de uma situação de alto número de vendas.

Quando o Ibovespa cai 10%, demonstrando assim volatilidade em excesso, o pregão para por 30 minutos, se chegar a 15% após reabrir, teremos mais uma paralisação por 1 hora.

Todas essas situações são raras, estamos em um momento singular que não deve ser visto como padrão.

Agora se chegarmos a 20% de queda em relação ao último fechamento, a suspensão é por tempo indeterminado.

O que fazer como investidor nesse momento?

O momento é de cautela e de não agir por impulso. Invista sempre com segurança. Não siga a agitação como algo bom ou ruim, podem haver oportunidades, mas ter tranquilidade em analisar o mercado é que vai garantir ao investidor tomar decisões corretas.

Você inclusive pode aproveitar para diversificar sua carteira ou adquirir mais ações de empresas presentes no seu portfólio, depende da sua propensão ao risco. Mas faça com cuidado.

Uma outra dica interessante é manter a estratégia atual, ou seja, se sua carteira e perfil já estão traçados e projetados, mantenha se firme e pense a longo prazo.

Mude apenas diante da necessidade de reformulação estratégica caso seu perfil também se altere. Não conhece seu perfil? Veja nosso artigo para investidores iniciantes.

As coisas tendem a se normalizar com o tempo, muitos pacotes têm sido liberados por governos ao redor do globo. Não se preocupe, o mercado tem seus mecanismos. Mas fique a tento e continue a se informar.