O que todo investidor iniciante precisa saber

Tudo na vida exige um pontapé inicial, um esforço em entender sobre o assunto, estudo e busca. Não poderia ser diferente quando o assunto é investimento. Mas não se preocupe, se você é um investidor iniciante ou pretende se tornar um, está no lugar certo.

10 Dicas para o investidor iniciante
10 Dicas indispensáveis para o investidor iniciante – Foto: Freepik

Por onde começar? Tem uma tonelada de conteúdo na internet sobre o assunto, você não sabe qual ou quantos seguir, fica até difícil saber para onde olhar. Não se preocupe, preparamos um top 10 dicas definitivas para você sair daqui pronto para começar sua jornada.

Sem muita complicação e direto ao ponto, vamos lá.

1. Estude e se mantenha atualizado

Como investidor iniciante a primeira dica de ouro aqui é: estude, aprenda e se dedique. Existe uma expressão que diz: é preciso amolar o machado. Quanto mais tempo você passar afiando a lâmina, menos tempo vai gastar cortando a arvore. Se você se prepara, na hora de agir tudo é mais claro e fácil.

A questão é que investir em ações e títulos envolve se arriscar em um universo de ganhos incertos. No momento em que as pessoas acreditam que podem multiplicar seu dinheiro, a chance de cometer algum erro e perder tudo é enorme.

Além de estudar, o investidor iniciante também precisa se manter atualizado, o conhecimento não é eterno, ele muda e o mundo do investimento também. Ler sobre as notícias do dia, sobre a bolsa, o mercado, política e as empresas é importante. Se manter atualizado é essencial para um bom investidor, tudo pode interferir no preço das ações.

Não se permita cometer erros que outras já cometeram, comece pelo básico, pelos fundamentos. Aqui no Investidor10 você tem acesso a vários materiais que vão te auxiliar muito.

Depositar dinheiro na poupança não é a mesma coisa que investir, não é tão simples assim. É por isso que a primeira dica é: estude, e para isso não existe atalho.

2. Um investidor iniciante precisa definir seu perfil

Basicamente existem três perfis de investidor: o conservador, o moderado e o agressivo. Aqui você precisa ter em mente quais são seus objetivos como investidor.

A melhor forma de entender isso é tomando por base a volatilidade do mercado e o quanto você é tolerante a perdas.

Um investidor iniciante que seja mais conservador tem como objetivo manter seu capital, trabalha com ganhos a longo prazo. Ele vai focar em renda fixa e tesouro direto.

O investidor moderado está entre o conservador e o agressivo, tem aportes nos dois lados, mas uma tolerância a risco maior que o primeiro.

Ter um perfil agressivo significa que você está disposto a arriscar mais seu capital, a renda variável é bastante atrativa. Não quer dizer que as ações sejam aplicações extremamente arriscadas.

O mais arriscado é a falta de conhecimento na hora de fazer suas aplicações e a ansiedade por ganhos a curto prazo. A dica 6 oferece uma boa solução nesse caso.

3. Livre se das dívidas

Livre-se das dívidas
Livre-se das dívidas – Foto: Freepik

As dívidas trabalham de maneira inversa aos investimentos. Elas corroem seu capital, muitas vezes em uma proporção maior que o retorno de um investimento, pois podem estar atreladas a juros compostos.

Os juros do cheque especial bateram uma taxa de 318% ao ano em 2019, o rotativo do cartão de crédito também passou de 300%. Um retorno consistente para compensar tais dívidas deveria ser superior a curto prazo a essas taxas.

A dica para você investidor iniciante é: livre se das dívidas, organize suas finanças. Você pode, por exemplo, negociar suas dívidas. Nesse caso o diálogo é a melhor opção, entre em contato com seus credores, certamente eles querem receber e você pode ter descontos e parcelamentos nesse processo.

4. Planejamento financeiro

Planejamento financeiro
Planejamento financeiro – Foto: Freepik

Essa dica conversa muito com a dica anterior. Mas planejar não serve apenas para ter controle da sua vida financeira, é também uma forma de estágio para quem quer investir.

O investidor iniciante precisa ter controle de seus números, e como diria Ed. Deming “não se gerencia o que não se mede”. Um investidor precisa ser um bom gestor.

Você tem sua renda mensal proveniente de salários, empreendimentos e outros rendimentos. Do valor final, 80% é o máximo que pode ser comprometido com custos, fixos (contínuos, a longo prazo, que não se alteram) ou variáveis (fora da rotina, temporários, esporádicos). A partir daí você tem um aporte previsível para investir.

Por mais que você tenha capital em mãos para investir, a manutenção dos investimentos, ou seja, o aporte constante é muito importante.

Outra dica a respeito do planejamento seria: não gaste mais de 30%~40% com parcelas, quer seja carro, bens diversos e cartões. Além disso tenha sempre um orçamento de gastos, não consumo por impulso e evite juros.

5. Estratégias e objetivos precisam ser definidos

Estratégias e objetivos para o investidor
Estratégias e objetivos para o investidor – Foto: Freepik

Falamos sobre o planejamento financeiro pessoal, mas como investidor iniciante você precisa estabelecer sua estratégia e seus objetivos.

Quando você investe deve definir alguns pontos, tais como: qual valor inicial você pretende investir, o que você pretende com esse investimento, se fará novos investimentos e com qual constância.

Em um planejamento definimos metas e o caminho para se chegar nelas, isso permite maior previsibilidade e restringe as possibilidades de decepções, pois existe uma expectativa estabelecida que condiz com a realidade.

É claro que nem o melhor dos planejamentos traz 100% de certeza de ganhos, não existe tal nível de controle, mas no que se refere a custos, corretagens e impostos, é possível ter um alto nível de controle.

A questão dos impostos é importante pois é após tributar que teremos os lucros reais, além disso existem investimentos isentos de IR, o que pode ser um atrativo para alguns perfis.

Sobre objetivos, defina o que pretende. Fundo para universidade, aposentadoria ou liberdade financeira? Dessa forma é possível entender quanto tempo você pretende investir e quanto capital.

Como investidor iniciante nunca tome decisões baseadas em emoções ou suposições não embasadas. Tenha paciência, comece devagar, pense a longo prazo.

6. Diversificação: a estratégia dos maiores

Já ouviu falar de Warren Buffet? O multibilionário, conhecido como o um dos maiores investidores do mundo, acumula uma fortuna de 82,5 bilhões de dólares. E Luiz Barsi? O maior investidor individual do Brasil. O que esses dois tem em comum além de serem investidores extremamente bem-sucedidos?

Ambos utilizam a estratégia de não colocar os ovos na mesma cesta. O que isso significa? Diversificação de investimentos, pulverização de capital e amortização de riscos.

Existem diferentes tipos de investimentos e o objetivo dessa estratégia é aplicar o capital em vários ativos de forma a se prevenir da volatilidade e dos riscos do mercado. Por exemplo, um rendimento ruim pode ser compensando por um que esteja, naquele momento, com melhor desempenho.

O equilíbrio da sua carteira vai variar de acordo com seu perfil de investimentos, pode ser que tenha 75% em renda fixa e ETFs (fundos de índice) e outros 25% em ações com um perfil conservador ou ter 40% em ativos mais agressivos para um perfil moderado.

7. O investidor iniciante precisar conhecer o tripé do investimento

Rentabilidade, segurança e liquidez. Essas três palavras devem guiar a jornada do investidor iniciante.

Rentabilidade: o quanto você terá de retorno dentro do período de investimento. Talvez esse seja o ponto que te atraiu como investidor. O que precisa saber inicialmente sobre ele é que quanto maior a valorização dos seus ativos maior seus lucros e proporcionalmente os riscos.

Segurança: o segundo ponto vem te auxiliar em relação aos riscos da rentabilidade. O nível de segurança de um ativo deve ser exposto ao quanto você está disposto a correr riscos. Geralmente, o risco é proporcional a rentabilidade a curto prazo, ativos mais seguros podem ser excelentes em renda a longo prazo.

Liquidez: basicamente se refere a transformação dos seus investimentos em dinheiro na mão. Se um investidor iniciante espera mais facilidade para resgatar um ativo, precisa buscar maior liquidez.

Um ativo com baixa liquidez pode ser um problema. Ao mesmo tempo, um investidor paciente e conservador pode ver em um ativo seguro com baixa liquidez a curto prazo um atrativo.

8. Faça uma reserva de emergência

Reserva de emergência
Reserva de emergência – Foto: Freepik

Imprevistos acontecem, colocar os ovos numa mesma cesta não é apenas um erro dentro do mercado de ativos financeiros, mas da vida como um todo.

É importante que você tenha sempre em mente manter uma reserva financeira. Ela vai manter sua família diante de uma adversidade. O interessante aqui é que ela pode ser feita através de investimentos em Renda Fixa por exemplo. Basta um ativo que tenha certa liquidez e segurança, mesmo que a rentabilidade seja menor.

9. Por onde começar como investidor iniciante

Estava ansioso por isso não é mesmo? Vamos falar um pouco por onde você pode começar e como evoluir.

Comece! Isso mesmo, o primeiro passo precisa ser dado.

As opções mais seguras são as aplicações de renda fixa, tais como: Letras de Crédito (LC, LCI e LCA), Certificados de Recebíveis (CRA e CRI), Debêntures, Fundos de Investimentos, o Certificado de Depósito Bancário e o Tesouro Direto.

Renda fixa basicamente são títulos de dívidas com retornos de caráter fixo (podendo variar se pré ou pós fixados) com data de vencimento. São emitidos por bancos, pelo governo e outras instituições financeiras credenciadas. Além de apresentarem mais segurança, é fácil de se acompanhar e exigem menos do investidor iniciante.

Depois de ter estudado e iniciado com ativos de renda fixo é hora de olhar para as ações. É o que chamamos de renda variável, aqui o risco pode ser um pouco maior, mas a rentabilidade também.

Para o investidor iniciante, uma boa dica na hora de investir em ações são os ETFs, já citados aqui.

10. Revise

Revise seus estudos
Revise seus estudos – Foto: Freepik

A última dica, mas não menos importante: REVISE.

Isso mesmo, parece bobo mas não é. Revise, releia, relembre. Olhe com um olhar diferente, por outro ângulo.

Não importa se você comprou apenas ótimas empresas como Itausa (ITSA3) ou Weg (WEGE3), o bom investidor é aquele que não se deixa levar pela multidão ou por clichês. Ele lê, analisa e faz de novo, sempre com um olhar diferente e mais aguçado. Uma palavra interessante aqui é disciplina. Não apenas nos estudos, mas na hora de investir e de se arriscar.

Se você é um investidor iniciante, coloque essa dica em pratica, comece voltando para o item 1, revise o que acabou de aprender.

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