XP ‘derruba’ projeção do Ibovespa para 2024 e troca ações da carteira; confira

Esse ajuste reflete um cenário de juros mais elevados, que impacta as valorizações esperadas para o mercado acionário brasileiro.

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Publicado em 03/06/2024 às 11:37h - Atualizado 4 meses atrás Publicado em 03/06/2024 às 11:37h Atualizado 4 meses atrás por Matheus Rodrigues

📊 A XP Investimentos (XPBR31) ajustou para baixo sua projeção para o Ibovespa ao fim de 2024, de 149 mil para 145 mil pontos, representando um potencial de valorização de 19% em relação ao fechamento de maio.

Esse ajuste reflete um cenário de juros mais elevados, que impacta as valorizações esperadas para o mercado acionário brasileiro.

A corretora utiliza uma combinação de quatro metodologias distintas para chegar ao valor justo do Ibovespa: fluxo de caixa descontado (DCF) com uma média ponderada de custo de capital (WACC) de 11,9%, múltiplos de preço sobre lucro (P/L) de 9,0 vezes (abaixo da média histórica de 11 vezes), EV/Ebitda de 5,3 vezes (também abaixo da média histórica de 6,5 vezes), e uma análise bottom-up utilizando preços-alvo para cada ação do índice.

Através desses modelos, a XP ainda vê as ações brasileiras como atrativas, considerando um P/L de 7,7 vezes, destacando um potencial substancial de valorização.

Carteira de ações recomendadas pela XP

Na atualização de sua carteira de ações recomendadas, a XP optou por retirar a Localiza (RENT3) devido a uma perspectiva incerta de lucros futuros, especialmente devido à pressão nos preços dos carros usados, que ainda não mostram sinais de recuperação.

Em contrapartida, a Petrobras (PETR4) foi reintegrada à lista, apesar das incertezas que rondam a empresa, especialmente em relação aos dividendos extraordinários e possíveis passivos fiscais.

A XP ressalta que os rendimentos dos dividendos regulares continuam atrativos, na casa de 10-11%, e considera que a recente volatilidade das ações criou um ponto de entrada favorável para os investidores.

Os estrategistas da corretora também observam que o Ibovespa encerrou o mês de maio com perdas, refletindo uma combinação de fatores adversos.

As taxas de juros mais altas nos Estados Unidos continuam a impactar os mercados emergentes, incluindo o Brasil, que também sofre com questões fiscais internas e interferências governamentais em grandes empresas estatais como a Petrobras.

Apesar do cenário desafiador, a XP destaca alguns pontos positivos que podem influenciar os mercados no médio prazo.

📈 Um deles é a melhora dos indicadores econômicos nos Estados Unidos e a recuperação econômica na China, que já apresenta reflexos positivos nas bolsas de valores globais, incluindo o índice MSCI China.

A corretora aponta que, embora esses desenvolvimentos possam eventualmente beneficiar o Brasil, especialmente através do aumento dos preços das commodities e do fluxo de capital para mercados emergentes, os efeitos positivos podem ser mitigados por fluxos de capital se deslocando para outros mercados emergentes no curto prazo.

Diante desse cenário complexo, os analistas da XP ponderam sobre o timing de contrariar o consenso do mercado, questionando se seria prudente adotar uma postura mais otimista em relação ao mercado acionário brasileiro no momento atual.

A análise sugere cautela, mas também reconhece potenciais oportunidades de ganho a partir de uma perspectiva estratégica e bem informada.