X suspenso: 1ª turma do STF mantém decisão de Moraes, de forma unânime
Moraes foi acompanhado por Dino, Zanin, Cármen e Fux, que fez apenas uma ressalva à decisão.

A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) manteve por unanimidade a decisão do ministro Alexandre de Moraes que suspendeu as atividades do X (ex-Twitter) no Brasil.
✖️ Moraes determinou o bloqueio da rede social na noite de sexta-feira (30), depois que o X se recusou a indicar um representante legal no Brasil no prazo de 24 horas determinado pelo ministro.
A ordem começou a ser cumprida já no sábado (31). Ainda assim, Moraes levou a decisão para julgamento na Primeira Turma do STF. O objetivo o era que outros ministros do STF referendassem a decisão de suspender o X para, assim, evitar acusações de abuso de poder. E foi isso que aconteceu.
Em julgamento virtual realizado nesta segunda-feira (2), todos os cinco ministros que integram a Primeira Turma do STF votaram pela suspensão do X e só um deles fez ressalvas à decisão de Moraes.
A Primeira Turma é presidida por Alexandre de Moraes e também conta com a participação dos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.
O que disse cada ministro
Relator do caso, Moraes foi o primeiro a votar, mantendo o bloqueio do X e também a aplicação de multa diária de R$ 50 mil para quem tentar fraudar a decisão, e foi acompanhado pelos colegas.
⚖️ O ministro Luiz Fux fez apenas a ressalva de que a decisão não deve atingir "pessoas naturais e jurídicas indiscriminadas e que não tenham participado do processo".
A exceção, segundo Fux, é "se as mesmas utilizarem a plataforma para fraudar a presente decisão, com manifestações vedadas pela ordem constitucional, tais como expressões reveladoras de racismo, fascismo, nazismo, obstrutoras de investigações criminais ou de incitação aos crimes em geral".
Ao referendar a suspensão do X, o ministro Flávio Dino afirmou que "o poder econômico e o tamanho da conta bancária não fazem nascer uma esdrúxula imunidade de jurisdição". E acrescentou que, ao descumprir as decisões de Moraes, o X "parece considerar-se acima do império da lei".
"Esta seletividade arbitrária amplia a reprovabilidade da conduta empresarial, pois a afasta da esfera do empreendedorismo e a coloca no plano da pura politicagem e demagogia", escreveu Dino.
O ministro Cristiano Zanin reforçou que "o reiterado descumprimento de decisões do Supremo Tribunal Federal é extremamente grave para qualquer cidadão ou pessoa jurídica pública ou privada". E ressaltou que "ninguém pode pretender desenvolver suas atividades no Brasil sem observar as leis e a Constituição Federal".
Da mesma forma, Cármen Lúcia afirmou que a decisão de suspender as atividades do X no Brasil é "e grave, é séria e fez-se necessária" devido ao "descumprimento reiterado e infundado do Direito brasileiro e da legislação nacional" por parte do X.
Na avaliação da ministra, a rede social "não vem cumprindo a legislação brasileira, não se responsabiliza por danos decorrentes de sua atuação no Brasil, não cumpriu as medidas determinadas judicialmente, em acatamento às normas jurídicas vigentes, pelo que se chegou à providência judicial mais séria que é a suspensão do seu funcionamento".
Starlink
📱 Apesar da confirmação da decisão de Moraes, a Starlink, empresa de internet via satélite que, assim como o X, pertence a Elon Musk, teria se recusado a cumprir a ordem de bloqueio do X. A decisão, no entanto, pode fazer com que a empresa perca o direito de operar no Brasil, segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
Em entrevista à "GloboNews" nesta segunda-feira (2), o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, disse que a agência está fiscalizando o cumprimento da ordem pela Starlink. Se constatar que a empresa não bloqueou o acesso ao X, a Anatel deve abrir um processo sancionador administrativo.
"As sanções possíveis são as previstas na Lei Geral de Telecomunicações, começando em advertência, sanção de multa e depois a cassação da outorga. Perdendo a outorga, ela perde a autorização de prestar o serviço de telecomunicações no Brasil", afirmou Baigorri.
Ele ressaltou, contudo, que qualquer sanção só pode ser aplicada depois da investigação da Anatel e, se for o caso, da abertura de um processo que daria o direito de ampla defesa à Starlink.
Musk x Moraes
O impasse entre o STF e o X começou quando o ministro Alexandre de Moraes pediu o bloqueio de perfis da rede social, no âmbito do inquérito das milícias digitais, que investiga a disseminação de fake news e de discurso de ódio nas redes sociais.
O X, no entanto, classificou a determinação como uma "ordem de censura" e decidiu descumpri-la. Além disso, a rede social acusou Moraes de ter ameaçado de prisão seus representantes no Brasil, caso a empresa não bloqueasse as contas. Elon Musk decidiu, então, fechar o escritório da rede social no Brasil no último dia 17 de agosto.
A legislação brasileira, no entanto, determina que redes sociais tenham um representante legal no Brasil. Por isso, na última quarta-feira (28), Moraes deu 24 horas para que o X indicasse o seu representante, sob pena da suspensão das atividades da rede social no Brasil. A rede social, por sua vez, não cumpriu o prazo.
Além disso, Elon Musk reforçou as críticas a Moraes no X. O bilionário tem tratado o ministro do STF como "ditador" e "criminoso". Nesta segunda-feira (2), Musk compartilhou um post que pede o impeachment de Moraes, dizendo que o ministro "merece ser preso por seus crimes".

3 REITs de data center que podem subir com o plano de Trump, segundo Wall Street
Presidente eleito dos Estados Unidos anuncia US$ 20 bilhões em investimentos para construir novos data centers no país

Ibovespa vai de foguete, mas quais são as ações mais descontadas da B3 ainda?
Setor que reúne as empresas brasileiras mais baratas da Bolsa está em liquidação de 34%; confira

TAEE11 ou PETR4? Veja as possíveis máquinas de dividendos para 2025
Ativa Investimentos estima quais serão as melhores vacas leiteras da B3 em 2025, com base no dividend yield

Ações da Meta (M1TA34) sobem até 6% no after de Wall Street com resultados fortes
Empresa de tecnologia fundada por Marck Zuckerberg lucra US$ 20,84 bilhões no quarto trimestre do ano passado (4T24)

Lucro da Tesla (TSLA34) encolhe 71% no 4T24; BDR fecha em queda de 4%
A fabricante de carros elétricos do bilionário Elon Musk lucra US$ 2,32 bilhões no trimestre passado

As 5 ações de inteligência artificial para ficar de olho em 2025, segundo Wall Street
Muitos investidores brasileiros querem se proteger da disparada do dólar e ainda aproveitar a onda de tecnologia, investindo no exterior

Credores da Oi (OIBR3) receberão novas ações; saiba como funciona
Empresa em recuperação judicial aumentará capital em função dos credores que optaram pela reestruturação

Netflix (NLFX34) lucra US$ 2,89 bilhões no 1T25 e supera apostas de Wall Street
Serviço de streaming também apresenta receitas maiores que a encomenda; ações saltam quase 5% no pregão estendido em Nova York