Ultrapar (UGPA3) cai mais de 6% com retorno da Petrobras ao gás de cozinha

O anúncio realizado pela Petrobras na última quinta-feira (7), reacendeu preocupações sobre a concorrência no setor de gás de cozinha.

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Publicado em 08/08/2025 às 19:18h - Atualizado 8 horas atrás Publicado em 08/08/2025 às 19:18h Atualizado 8 horas atrás por Matheus Silva
A Petrobras havia se retirado desse segmento com a privatização da Liquigás em 2020 (Imagem: Shutterstock)
A Petrobras havia se retirado desse segmento com a privatização da Liquigás em 2020 (Imagem: Shutterstock)

🚨 As ações da Ultrapar (UGPA3) encerraram esta sexta-feira (8) em forte queda de 6,36%, cotadas a R$ 16,33, após um anúncio da Petrobras (PETR4) que reacendeu preocupações sobre a concorrência no setor de gás liquefeito de petróleo (GLP) — o tradicional gás de cozinha.

O movimento negativo veio na esteira de um comunicado divulgado na noite de quinta-feira (7), no qual o conselho de administração da Petrobras aprovou o posicionamento estratégico para voltar a atuar na distribuição de GLP, integrando essa operação a seus demais negócios no Brasil e no exterior, além de oferecer soluções de baixo carbono para clientes.

A Petrobras havia se retirado desse segmento com a privatização da Liquigás em 2020, vendida para um consórcio liderado por Copagaz, Itaúsa (ITSA4) e Nacional Gás Butano, e com a posterior venda da BR Distribuidora (atual Vibra Energia – VBBR3) em 2021.

Desde então, o setor passou por mudanças significativas, e a Ultragaz, controlada pela Ultrapar, consolidou-se como o principal player privado na distribuição de GLP no país.

Por isso, analistas apontam que a volta da Petrobras pode mudar a dinâmica competitiva e pressionar as margens do setor.

O que dizem os analistas

O Bradesco BBI destacou que a intenção formal da Petrobras de voltar ao segmento pode aumentar a volatilidade das ações da Ultrapar, principalmente pela especulação sobre uma guerra de preços.

“Antes de um ano eleitoral, acreditamos que qualquer movimento da Petrobras dependeria de fusões e aquisições, mas ainda apoiadas pelos processos internos de governança da estatal, o que pode levar algum tempo”, avalia o banco.

O comunicado da Petrobras menciona que a entrada será feita respeitando disposições contratuais vigentes, o que o BBI interpreta como a cláusula de não concorrência com a Vibra.

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Nesse caso, potenciais operações poderiam ocorrer por meio de parcerias, mas o formato ainda é incerto.

Já o Goldman Sachs reforçou que, para a Ultrapar, a notícia traz risco às margens, uma vez que parte do aumento da lucratividade recente na distribuição de GLP veio de um ambiente competitivo mais racional. Uma retomada agressiva da Petrobras no setor poderia alterar esse equilíbrio.

O que esperar daqui para frente

Apesar da queda expressiva nesta sessão, o mercado ainda aguarda maiores detalhes sobre como e quando a Petrobras pretende implementar sua estratégia.

O consenso é de que o processo será gradual, por depender de aprovações internas, possíveis aquisições e eventuais ajustes regulatórios.

No curto prazo, a incerteza pode manter pressão sobre as ações da Ultrapar, já que a empresa é diretamente exposta ao segmento de GLP por meio da Ultragaz.

📊 No longo prazo, o impacto vai depender da intensidade com que a Petrobras decidir competir nesse mercado.

UGPA3

ULTRAPAR
Cotação

R$ 16,46

Variação (12M)

-23,82 % Logo ULTRAPAR

Margem Líquida

1,66 %

DY

4.25%

P/L

8,11

P/VP

1,21