Tchau, B3: Ações disparam 450% e empresa decide abandonar bolsa brasileira

Empresa portuária pede mudança de categoria e confirma saída do pregão já em outubro.

Publicado em 30/09/2025 às 11:14h - Atualizado Agora Publicado em 30/09/2025 às 11:14h Atualizado Agora por Wesley Santana

B3 é responsável pela operação da bolsa de valores brasileira (Imagem: Shutterstock)

Nas últimas semanas, diversas empresas anunciaram a deslistagem da bolsa de valores brasileira. Nesta terça-feira (30), um novo ticker comunicou seu processo de saída e já fixou data para que isso ocorra.

O nome da vez é o da Santos Brasil (STBP3) que pediu para deixar o balcão financeiro no próximo dia 3 de outubro. A empresa havia enviado o comunicado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) no começo deste mês.

O pedido feito ao órgão é de mudança de categoria, da A para B. Desta forma, na prática, a empresa continua como uma companhia aberta, mas sem a possibilidade de emitir ações, o que diminui os custos de manutenção no mercado de capitais.

Tudo ocorreu depois que a controladora, a CMA Terminals Atlantic, fez uma OPA (Oferta Pública de Aquisição), em que conseguiu adquirir 42% dos papéis da companhia que circulavam no mercado por um total de R$ 5,2 bilhões. Com isso, passou a ser dona da maior parte do capital social e alcançou o patamar de 93%, abrindo espaço para o pedido de deslistagem.

“O conselho de administração da companhia emitiu manifestação favorável no sentido de que os acionistas da companhia vendam suas ações de emissão da companhia no âmbito da OPA a ser realizada pela CMA”, disse a Santos Brasil, anteriormente.

A Santos Brasil é uma das empresas que operam o porto de Santos, no litoral de São Paulo, o maior terminal de cargas marítimas do país. Atualmente, a companhia tem um valor de mercado de R$ 14 bilhões, segundo a B3.

Nesta terça, depois do anúncio de deslistagem, as ações da companhia caíram cerca de 0,3% no pregão. Por volta das 11h, os papeis eram negociados por R$ 14,40.

Apesar da baixa diária, os investidores que aproveitaram para comprar os papeis da companhia no começo do ano estão comemorando. Neste período, a empresa obteve uma valorização de 9%, saindo da faixa de R$ 13.

A situação é ainda mais atrativo quando comparado o intervalo desde que a empresa fez seu IPO, em 2016. Neste intervalo, as ações cresceram mais de 450%, saltando de R$ 2,60, ainda conforme dados da B3.

O melhor momento da empresa foi no ano passado, antes das especulações sobre a OPA, quando a empresa alcançou a marca recorde de R$ 15,60. Desde então, o ativo registrou uma leve queda, mas vem tentando se manter nos mesmos níveis ao longo das últimas semanas.