Tarifaço de 50%: EUA aceitam consulta do Brasil à OMC, mas Trump não dá arrego

Governo americano defende que tarifas comerciais aplicadas aos produtos brasileiros é caso de "segurança nacional".

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Publicado em 19/08/2025 às 21:50h - Atualizado Agora Publicado em 19/08/2025 às 21:50h Atualizado Agora por Lucas Simões
Brasil acionou a OMC sobre tarifaço dos EUA no último dia 6 de agosto (Imagem: Shutterstock)
Brasil acionou a OMC sobre tarifaço dos EUA no último dia 6 de agosto (Imagem: Shutterstock)

O Brasil obteve um primeiro sinal de bandeira branca por parte dos Estados Unidos em meio ao tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump sobre as exportações do nosso país. Afinal, a Casa Branca aceitou o pedido de consulta protocolado pelo governo Lula na Organização Mundial do Comércio (OMC) feita no início do mês.

Segundo documentação enviada pela administração Trump à OMC, os EUA até concordaram iniciar as consultas solicitadas pelo Brasil para averiguar a validade das tarifas comerciais de 50% sobre produtos estratégicos destinados ao mercado consumidor americano, especialmente, café, carne, frutas e pescados.

Até mesmo os EUA mencionam à OMC que estão dispostos a conversar com as autoridades para dar prosseguimento sobre uma data mutuamente conveniente para as consultas encaminhadas pelo governo brasileiro.

Todavia, a mesma documentação americana também reforça o posicionamento protecionista de Trump ao aplicar as tarifas contra o Brasil, afirmando que elas estão conforme a Lei de Emergências Nacionais e a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, relacionadas a questões de segurança nacional.

“O Presidente Donald Trump determinou que essas ações eram necessárias para lidar com a emergência nacional decorrente de condições refletidas em grandes e persistentes déficits anuais no comércio de bens dos EUA com parceiros comerciais, ameaçando a segurança nacional e a economia dos Estados Unidos”, diz o documento do governo americano apresentado à OMC nesta semana.

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Tarifaço nos investimentos em bolsa

A OMC atua como uma entidade que cria regras para o comércio global, na tentativa de oferecer acordos que sejam benéficos para o setor de importações e exportações. No entanto, os poderes do órgão são limitados, já que cada país pode definir suas próprias regras.

A decisão de ir à OMC é uma das poucas cartas que o governo Lula tem nas mãos para amenizar o tarifaço de Trump, embora muitos outros produtos estratégicos já tenham sido poupados, como o caso mais emblemático sendo os aviões da Embraer (EMBR3). O Planalto já admitiu que não vai retaliar a taxa de importação, mas tentar fortalecer os segmentos impactados pela medida.

Na outra ponta, algumas empresas listadas na bolsa brasileira já sentem impactos mais contundentes do tarifaço de Trump, enquanto nem Lula e nem Trump chegam a um acordo. A Taurus Armas (TASA4) é uma representante e tanto nesse contexto.

Desde a primeira semana de agosto, aproximadamente 40 funcionários da fabricante brasileira de armas, que até tem uma fábrica em operação no estado americano da Geórgia, estão em férias coletivas, trabalhadores na frente produtiva em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul.

Segundo dados do Investidor10, se você tivesse investido R$ 1 mil em TASA4 há cinco anos, hoje você teria R$ 1.023,10, já considerando o reinvestimento dos dividendos. A simulação também aponta que o Ibovespa teria retornado R$ 1.331,60 nas mesmas condições.

TASA4

TAURUS ARMAS
Cotação

R$ 4,51

Variação (12M)

-53,72 % Logo TAURUS ARMAS

Margem Líquida

7,56 %

DY

4.27%

P/L

4,82

P/VP

0.45