Suzano (SUZB3) lucra R$ 6,35 bi no 1T25 com ajuda do dólar; Ebitda decepciona

O número impressiona, mas o destaque negativo ficou por conta da performance operacional.

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Publicado em 08/05/2025 às 19:15h - Atualizado 8 horas atrás Publicado em 08/05/2025 às 19:15h Atualizado 8 horas atrás por Matheus Silva
A valorização do dólar frente ao real teve papel crucial no crescimento do lucro (Imagem: Shutterstock)
A valorização do dólar frente ao real teve papel crucial no crescimento do lucro (Imagem: Shutterstock)

💲 A Suzano (SUZB3), maior fabricante mundial de celulose de eucalipto, divulgou nesta quinta-feira (9) um lucro líquido de R$ 6,35 bilhões no primeiro trimestre de 2025, disparando em relação aos R$ 220 milhões do mesmo período do ano anterior.

O número impressiona, mas o destaque negativo ficou por conta da performance operacional, que frustrou as expectativas do mercado.

O Ebitda ajustado — indicador que mede a geração de caixa operacional — foi de R$ 4,87 bilhões, alta de 7% em base anual, porém abaixo da média de R$ 5,77 bilhões projetada por analistas.

A diferença reforça a percepção de que o desempenho financeiro do trimestre foi fortemente influenciado por efeitos cambiais, e não por melhorias operacionais.

Câmbio impulsiona lucro, mas celulose pressiona

A alta no lucro líquido decorre, em grande parte, de uma reversão no resultado financeiro, que saiu de um prejuízo de R$ 3 bilhões no 1T24 para um ganho de R$ 7,7 bilhões neste ano.

A valorização do dólar frente ao real teve papel crucial nessa mudança, uma vez que a Suzano possui grande parte de suas receitas atreladas à moeda americana.

Já do lado operacional, a empresa sentiu o efeito de preços mais baixos da celulose no mercado internacional. Mesmo com aumento no volume de vendas, o impacto nos preços pressionou margens.

O custo caixa de produção atingiu R$ 859 por tonelada, crescimento de 6% em doze meses.

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Alavancagem recua

Apesar do desempenho abaixo do esperado no Ebitda, a alavancagem financeira da Suzano mostrou melhora.

O indicador caiu para 3,1 vezes, contra 3,6 vezes no primeiro trimestre de 2024. Isso reflete uma maior geração de caixa livre e gestão eficiente da dívida, mesmo diante do cenário desafiador para os preços da celulose.

A redução na alavancagem é um dos pontos mais relevantes para investidores, pois amplia o espaço para manobras estratégicas — como fusões, aquisições ou distribuição de proventos — em ciclos de baixa da commodity.

Efeito cambial e a retomada global

💲 O resultado da Suzano mostra um contraste importante: enquanto o lucro foi beneficiado por fatores externos — principalmente a valorização do dólar —, o negócio principal da companhia ainda sofre com margens pressionadas e custos em alta.

O desempenho abaixo do esperado no Ebitda serve como alerta para os próximos trimestres, especialmente se o câmbio perder força.

Para os acionistas da Suzano, o foco agora deve estar na dinâmica dos preços internacionais da celulose e no andamento do projeto Cerrado, previsto para entrar em operação em 2025 e com potencial para impulsionar as margens operacionais da companhia.

SUZB3

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