Real é a moeda que mais se valorizou em setembro, veja ranking

O dólar fechou no menor patamar em um mês nesta quinta-feira (19), na esteira das decisões de juros do Brasil e dos Estados Unidos.

💵 A moeda americana chegou a tocar nos R$ 5,39 na mínima do dia e fechou a R$ 5,41 na cotação Ptax, taxa de referência que é publicada diariamente pelo Banco Central.

O dólar comercial ficou em R$ 5,42, depois de engatar a sétima queda consecutiva ante o real.

Com isso, o real tornou-se a moeda que mais se valorizou frente ao dólar no acumulado deste mês de setembro, segundo levantamento da Austin Rating.

📈 De acordo com o estudo, o real já ganhou 4,4% ante o dólar neste mês. Por isso, lidera com folga um ranking com moedas de 118 países.

Para se ter ideia, a segunda maior valorização foi das moedas da Tailândia e da Malásia (baht e ringgit, respectivamente), que ganharam 2,6% cada.

O peso mexicano e o afegane ficaram na terceira posição, com uma valorização de 2,2%. Ou seja, com um ganho que é metade do registrado pelo real.

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O que explica a valorização do real?

De acordo com o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, a valorização do real reflete o corte dos juros dos Estados Unidos, a alta da Selic e a melhora da situação fiscal brasileira.

Ele explicou que a economia brasileira tem apresentado bons fundamentos, que justificam a vinda do investidor estrangeiro. Contudo, diz que essa captação de recursos estava comprometida pelas incertezas sobre os juros americanos e a situação fiscal brasileira. Não à toa, o real vinha aparecendo no lado oposto deste ranking, isto é, entre as moedas que mais se desvalorizaram frente o real nos primeiros meses de 2024.

Agora, no entanto, a percepção é de que essas incertezas diminuíram. Afinal, os Estados Unidos começaram a cortar os juros e o governo brasileiro tomou medidas para cumprir a meta fiscal deste ano. Por isso, os investidores internacionais voltaram a direcionar recursos para o Brasil. E esse fluxo ainda foi impulsionado pela alta da taxa Selic, que aumentou o diferencial de juros entre o Brasil e os Estados Unidos.

"Era esperado que o investidor se aproveitasse do nível de juros no Brasil com menor risco fiscal. Isso ajuda a entrada de capital. Só não esperava que seria tão rápido e intenso como foi nos últimos cinco dias", comentou Agostini.

Veja as 10 moedas que mais se valorizaram frente ao dólar em setembro, até o dia 19:

• Real (Brasil): 4,4%;
• Baht (Tailândia): 2,6%;
• Ringgit (Malásia): 2,6%;
• Peso mexicano (México): 2,2%;
• Afegani (Afeganistão): 2,2%;
• Iene (Japão): 2,1%;
• Dólar da Namíbia (Namíbia): 2,0%;
• Rand (África do Sul): 1,8%;
• Lilangeni suazi (Essuatíni/Suazilândia): 1,8%;
• Rupia indonésia (Indonésia): 1,4%.

Ao todo, 59 moedas se valorizaram frente ao dólar no acumulado de setembro, até o dia 19. O euro e a libra esterlina, por exemplo, também estão ganhando, com altas de 0,8% e 1,1%, respectivamente.

Por outro lado, outras 31 moedas estão no zero a zero e 28 estão perdendo para a moeda americana neste mês de setembro, segundo o levantamento da Austin Rating.

A maior desvalorização é da rupia de Seycheles, que derreteu 11,7% frente ao dólar. Na lista de perdas, também estão moedas como os pesos uruguaio (-2,3%), chileno (-1,8%) e argentino (-1,2%), além do dólar canadense (-0,5%) e do shekel israelense (-3,4%).