Por que Banco do Brasil (BBAS3) é trocado por Itaúsa (ITSA4), com analistas olhando dividendos?
Ativa Investimentos escanteia a estatal cheia de dúvidas nos resultados para abraçar holding com dividend yield consistente.

Quando se pensa em dividendos, as ações de bancos são uma das primeiras a vir à mente por conta de seu caráter perene, mas dentro do mesmo setor, as empresas podem estar com desempenhos completamente diferentes. Enquanto as ações do Banco do Brasil (BBAS3) enfrentam desconto de −25% desde as máximas em março, os papéis da Itaúsa (ITSA4) saltam +27% em 2025.
Ao mesmo tempo, o Ibovespa voltou a avançar em junho e inicia o mês atual beirando os 140 mil pontos, o que, na visão dos analistas da Ativa Investimentos, mostra que nem todas as ações brasileiras estão a preços de barganha, embora haja gatilhos para novas altas.
"Mesmo com a incerteza macro, os resultados corporativos do 1T25 continuam indicando resiliência em diversas companhias listadas. A combinação de múltiplos expansíveis, maior atenção internacional e potencial reprecificação política mantém a nossa visão construtiva, ainda que com seletividade, para a bolsa brasileira", escrevem os analistas Ilan Arbetman, Lucas Dias, Victor Nishioka e Ricardo Santos, em relatório.
E pensando nessa seletividade na bolsa brasileira é que os analistas da corretora de valores preferem deixar de lado as ações do Banco do Brasil, apesar do desconto evidente, e estão entrando nos papéis da Itaúsa, uma holding diversificada, cuja fonte de seus dividendos recorrentes é a sua participação em Itaú (ITUB4).
A estatal perdeu o interesse para aportes, segundo o quarteto de analistas, devido à redução das receitas causada pela implementação da regra 4.966, que alterou o reconhecimento dos juros combinado com o mau desempenho da carteira de crédito rural.
"Fora que a incerteza gerada pela revisão do guidance para 2025 gera dúvidas sobre a performance do BBAS3 ao longo de 2025", destaca o research da Ativa Investimentos.
Leia mais: Ibovespa barato e fundamentos firmes; Brasil vira 'queridinho' dos investidores globais
Se não BBAS3, por que ITSA4 agora?
A justificativa da corretora para entrar nas ações da Itaúsa é motivada pelo seu histórico consistente de alocação de capital e política de distribuição de dividendos sólida.
"A holding mantém um dividend yield esperado próximo de 8% para 2025, sustentado principalmente pela forte geração de caixa de suas principais investidas", avalia o quarteto de especialistas, em relatório.
Dessa maneira, a Ativa Investimentos entende fazer mais sentido a preferência por ITSA4, em detrimento de BBAS3, no contexto de uma carteira previdenciária, como foco no recebimento de dividendos.
Segundo dados do Investidor10, se você tivesse investido R$ 1 mil em BBAS3 há 10 anos, hoje você teria R$ 3.231,40, já considerando o reinvestimento dos dividendos. Já a aplicação em ITSA4 teria retornado R$ 5.190,20.
A simulação também aponta que o IDIV (índice que reúne as maiores pagadoras de dividendos da bolsa brasileira) teria retornado R$ 3.810,80 nas mesmas condições.

BBAS3
Banco do BrasilR$ 21,60
-17,02 %
5,48 %
7.84%
7,81
0.68

Aluguel de ações dispara e Banco do Brasil (BBAS3) lidera apostas em queda
Apostas em queda se intensificam na B3 e Banco do Brasil (BBAS3) atinge 98% do recorde histórico no mercado de aluguel de ações.

Banco do Brasil desmente boatos e mostra como se proteger do ‘golpe do concurso’
O banco desmentiu boatos sobre concurso e alertou para golpes com sites falsos de inscrição e cobrança via Pix.

Banco do Brasil (BBAS3) terá qual retorno de dividendos em 2026? XP dá pista
Analistas avisam que o patamar de dividend yield da estatal será modesto e preferem outro bancão.

BB (BBAS3) e Natura investem R$ 50 mi em "dendê regenerativo" e renda familiar
A iniciativa tem como objetivo expandir os SAFs e prevê a recuperação de até 12 mil hectares de floresta amazônica.

Banco do Brasil (BBAS3) cai abaixo de R$ 22 e sacramenta Ibovespa negativo
Estatal volta às manchetes ao projetar ROE de dois dígitos em 2025, mas investidores não compram a ideia, por ora.

Banco do Brasil (BBAS3) projeta ROE de até 13% em 2025, mas analistas duvidam
Analistas do BTG Pactual e da XP destacam que o banco enfrenta um cenário de estresse, principalmente em sua carteira de agronegócio.

Novo BB Seguridade? Banco do Brasil pode lançar IPO bilionário da BB Consórcios
Unidade é considerada altamente lucrativa, mas abertura de capital depende dos acionistas e não deve ocorrer no curto prazo.

Taxação sobre Juros Sobre o Capital Próprio (JCP) subirá de 15% para 20%
Relator de Medida Provisória (MP) alternativa ao aumento do IOF justifica o porquê taxará mais os proventos.