O que Buffett sabe? Caixa de US$ 350 bi indica que a próxima crise se aproxima

Warren Buffett está preparando terreno para a próxima crise? Veja o que sua pilha recorde de US$ 350 bilhões em caixa revela sobre ações e Bitcoin.

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Publicado em 01/09/2025 às 14:54h - Atualizado Agora Publicado em 01/09/2025 às 14:54h Atualizado Agora por Matheus Silva
Trata-se da maior posição de liquidez da história da empresa (Imagem: Shutterstock)
Trata-se da maior posição de liquidez da história da empresa (Imagem: Shutterstock)

🚨 Warren Buffett, conhecido como o “Oráculo de Omaha”, voltou a chamar a atenção do mercado com uma movimentação emblemática: a Berkshire Hathaway (BERK34) elevou suas reservas de caixa para cerca de US$ 350 bilhões em meados de 2025, somando dinheiro vivo e títulos do Tesouro.

Trata-se da maior posição de liquidez da história da empresa e também da maior entre todas as companhias listadas nos Estados Unidos.

Mas afinal, o que essa pilha de dinheiro parada sinaliza? Seria um alerta para uma correção iminente em ações e até no Bitcoin (BTC)?

Buffett acumula caixa antes das grandes crises

A estratégia não é inédita. Buffett já demonstrou ao longo da história que prefere segurar caixa em momentos de euforia e agir quando o pânico toma conta. Exemplos notáveis:

  • 1998–2000: reduziu exposição a ações e levou a posição em caixa a 25% dos ativos da Berkshire pouco antes do estouro da bolha da internet.
  • 2005–2007: caixa equivalente a 51% do patrimônio dos acionistas, mantendo a liquidez elevada até a crise de 2008.

Agora, com o caixa representando 50,7% do patrimônio da Berkshire no 1º trimestre de 2025, Buffett parece novamente se preparando para oportunidades em um cenário de forte correção.

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Nasdaq em níveis extremos — ameaça ao Bitcoin?

O alerta ganha força quando analisamos as métricas atuais.

  • O Nasdaq atingiu 176% da base monetária M2 dos EUA, muito acima dos 131% da bolha da internet.
  • Em relação ao PIB americano, representa 129%, quase o dobro do pico de 70% em 2000.

Essa disparidade mostra o quanto os preços das ações se descolaram da economia real.

O Bitcoin, por sua vez, vem surfando na mesma onda: com uma correlação de 0,73 com o Nasdaq nos últimos 12 meses, sua alta recorde para US$ 124.500 em agosto de 2025 pode estar exposta ao mesmo risco de correção.

O fator M2: o trunfo que pode sustentar o Bitcoin

Ainda assim, existe um contraponto. O comportamento do Bitcoin tem se mostrado altamente sensível à expansão da base monetária global.

A M2 dos EUA voltou a crescer em 2025, avançando 4,8% em julho contra 2,4% no início do ano.

Mais de 20 bancos centrais reduziram juros este ano, e há expectativa de que o Federal Reserve siga o mesmo caminho.

Economistas projetam um retorno ao crescimento anual de 10%–12% da M2, um cenário historicamente favorável ao BTC.

Não à toa, analistas como CryptoRodo destacam que a expansão de liquidez antecipa os movimentos do Bitcoin em cerca de 12 semanas. Foi o que aconteceu em 2020, quando a base monetária explodiu e o BTC saltou de US$ 3.800 para US$ 69.000.

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O que Warren Buffett sabe?

A posição recorde de caixa de Buffett pode ser vista como um sinal de cautela diante de valuations extremos das ações — e, por tabela, um alerta para os investidores em Bitcoin.

Por outro lado, a expansão monetária em curso pode dar novo fôlego ao criptoativo, ainda que com volatilidade elevada no curto prazo.

No fim das contas, a mensagem de Buffett é clara: quando todos estão otimistas, a prudência é o maior ativo.

💰 A diferença, desta vez, é que esse alerta não atinge apenas Wall Street, mas também o mercado de criptomoedas.

BERK34

Berkshire Hathaway
Cotação

R$ 138,20

Variação (12M)

2,55 % Logo Berkshire Hathaway

Margem Líquida

12,82 %

DY

-%

P/L

22,12

P/VP

1,62