O que as big techs pediram ao Brasil em meio à negociação sobre tarifas?

Meta, Google, Amazon, Apple e Visa apresentam demandas a Alckmin nessa 3ª feira (29).

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Publicado em 30/07/2025 às 10:36h - Atualizado 2 dias atrás Publicado em 30/07/2025 às 10:36h Atualizado 2 dias atrás por Marina Barbosa
Big techs foram citadas na carta em que Trump taxou o Brasil (Imagem: Shutterstock)
Big techs foram citadas na carta em que Trump taxou o Brasil (Imagem: Shutterstock)

As big techs apresentaram demandas para o governo brasileiro, em meio às negociações sobre a tarifa de 50% que os Estados Unidos prometem aplicar sobre os produtos brasileiros a partir de sexta-feira (1º).

📱 Meta (M1TA34), Google (GOGL34), Amazon (AMZO34), Apple (AAPL34), Visa (VISA34) e Expedia reuniram-se nessa terça-feira (29) com o vice-presidente Geraldo Alckmin. Um representante da Secretaria de Comércio dos Estados Unidos também participou do encontro.

Segundo Alckmin, as big techs apresentaram pleitos relacionados a quatro pontos principais:

  • ambiente regulatório;
  • inovação tecnológica;
  • oportunidade econômica;
  • segurança jurídica.

Uma mesa de trabalho deve ser criada para tratar desses temas. "Foi uma reunião bastante proveitosa. Criamos uma mesa de trabalho para discutir em seguida uma série de questões voltadas a big techs", comentou Alckmin.

Citadas por Trump

🗣️Segundo Alckmin, o Brasil está à "inteira disposição" para conversar sobre o assunto com o governo americano. Afinal, esta foi uma das questões mencionadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na carta em que anunciou uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros.

Na carta, Trump citou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, reclamou das multas e ordens enviadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) às plataformas de mídia social americanas e alegou que o Brasil mantinha uma relação comercial injusta com os Estados Unidos.

Dados da balança comercial, no entanto, mostram que essa relação é superavitária para os Estados Unidos. Além disso, Alckmin disse que o governo não poderia interferir na decisão do poder Judiciário sobre o julgamento de Bolsonaro, já que "a separação entre os Poderes é uma pedra basilar do estado de direito". O ponto que resta para negociação é, então, o das big techs.

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Ao comentar o assunto, Alckmin defendeu o debate sobre a regulamentação das big techs, uma pauta que vem sendo levantada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), junto com a taxação das big techs. Contudo, também disse que não se deve ter pressa nesse sentido, pois era importante observar o que vem sendo feito ao redor do mundo.

💲 Diante das recentes notícias de que os Estados Unidos podem isentar das tarifas produtos como manga, café e cacau, o vice-presidente brasileiro que o trabalho do governo federal é para que a diminuição da alíquota seja para todos os produtos.

"Não tem justificativa para ter uma alíquota de 50% para um país que é um grande comprador seu", reclamou.