Nvidia (NVDC34) vs. Apple (AAPL34): Disputa provoca “mudança radical” em ETF

📈 Nos últimos anos, a Nvidia (NVDA34) emergiu como um gigante no setor de tecnologia e recentemente ultrapassou a Apple (AAPL34) e tornando-se a segunda empresa de capital aberto mais valiosa do mundo.

Este desenvolvimento tem potencial para desencadear uma série de transformações significativas nos fundos de índice (ETFs), especialmente no Technology Select Sector SPDR (ticker XLK), um dos maiores ETFs de tecnologia do mundo, avaliado em US$ 67 bilhões.

O XLK é projetado para refletir o desempenho do subíndice tecnológico do S&P 500, mas com uma importante limitação: as regras de diversificação dos EUA.

Essas regras, estabelecidas para proteger os investidores após a quebra do mercado de ações e a Grande Depressão, limitam a participação de uma única empresa dentro do ETF.

Atualmente, a Nvidia representa cerca de 6% dos ativos do XLK, enquanto sua ponderação no índice de tecnologia da informação do S&P 500 é de impressionantes 21%.

Este descompasso resultou em um desempenho inferior do XLK em comparação com o índice de tecnologia mais amplo.

Com a Nvidia agora superando a Apple em valor de mercado, sua participação no XLK deverá aumentar significativamente durante o reequilíbrio trimestral do ETF, programado para o final deste mês.

De acordo com a Bloomberg Intelligence, se a Nvidia mantiver sua posição superior à da Apple até a data de referência, a ponderação da Apple, atualmente de 21%, poderá ser reduzida para apenas 4,5%.

💲 Isso obrigará o XLK a ajustar suas participações, possivelmente vendendo até US$ 11 bilhões em ações da Apple e comprando cerca de US$ 10 bilhões em ações da Nvidia.

James Seyffart, analista da Bloomberg Intelligence, explica: "Se a Nvidia for maior na data de referência, eles terão que ajustar os pesos e vender a Apple. Eles seguirão as regras necessárias".

A State Street Global Advisors, gestora do XLK, afirmou que seguirá quaisquer revisões definidas pela metodologia do índice.

As regras de diversificação que regem os ETFs como o XLK foram criadas décadas atrás e, embora visem proteger os investidores, podem se tornar punitivas em um mercado desequilibrado.

O crescimento acelerado de gigantes da tecnologia como Nvidia e Apple desafia essas regulamentações, levando a ajustes frequentes e significativos nas ponderações dos ETFs.

Por exemplo, no ano passado, regras semelhantes levaram o Nasdaq 100 a realizar um reequilíbrio especial para manter os fundos que seguem o índice em conformidade.

De acordo com essas regras, a representação combinada das maiores empresas – aquelas que constituem cerca de 5% ou mais de um fundo diversificado – não pode somar mais de 50%. Quando essa regra é violada, os índices ajustam proporcionalmente as participações maiores.

No caso do XLK, a metodologia de reequilíbrio é ligeiramente diferente. Quando um número específico de ações não segue a conformidade, as menores são ajustadas primeiro.

Nos dois reequilíbrios trimestrais anteriores, a ponderação da Nvidia no XLK foi reduzida para 4,5% cada vez, mesmo quando seu valor estava atrás da Microsoft e da Apple, expondo o fundo a uma redução ainda maior.

Implicações para Investidores

As mudanças na ponderação dentro do XLK terão implicações significativas para investidores.

Chris Harvey, chefe de estratégia de ações do Wells Fargo Securities, destaca que "a potencial mudança na ponderação da Nvidia e redução da Apple resultaria em uma alteração significativa no XLK. Teríamos um ETF mais orientado para o momento, alterando sua característica, o que pode influenciar a forma como o ETF é negociado."

Para investidores, isso significa que o perfil de risco e retorno do XLK poderá mudar substancialmente.

Um aumento na ponderação da Nvidia, com sua forte trajetória de crescimento impulsionada pela inteligência artificial, poderia tornar o ETF mais volátil, mas também potencialmente mais lucrativo.

Por outro lado, uma redução na participação da Apple, uma empresa conhecida por sua estabilidade e consistência, poderia diminuir a resiliência do ETF em períodos de volatilidade do mercado.