Nasdaq despenca e "índice do medo" atinge o maior pico dos últimos três meses

O “índice do medo” atingiu seu maior nível desde dezembro de 2024, evidenciando o nervosismo dos investidores.

Author
Publicado em 10/03/2025 às 16:27h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 10/03/2025 às 16:27h Atualizado 1 mês atrás por Matheus Silva
O índice caminha para sua pior perda diária desde setembro de 2022 (Imagem: Shutterstock)
O índice caminha para sua pior perda diária desde setembro de 2022 (Imagem: Shutterstock)

🚨 O mercado financeiro norte-americano enfrenta uma segunda-feira turbulenta (10), com os principais índices de Wall Street registrando quedas expressivas.

O Nasdaq, que concentra as maiores empresas do setor de tecnologia, registrou uma baixa superior a 4%, atingindo o menor patamar desde setembro de 2024.

O índice caminha para sua pior perda diária desde setembro de 2022, refletindo o aumento da aversão ao risco por parte dos investidores.

O S&P 500 também segue em queda acentuada, perdendo mais de 2% e registrando o nível mais baixo dos últimos seis meses.

O Dow Jones, por sua vez, já acumula uma desvalorização de 800 pontos desde a abertura do pregão.

Medo de recessão impulsiona volatilidade

O aumento das incertezas econômicas se reflete no CBOE Volatility Index (VIX), conhecido como o “termômetro do medo” de Wall Street.

O índice, que mede a volatilidade esperada do mercado, atingiu seu maior nível desde dezembro de 2024, evidenciando o nervosismo dos investidores.

Desde 21 de fevereiro, o VIX tem subido progressivamente, impulsionado por dados econômicos abaixo das expectativas.

A piora no sentimento do mercado se intensificou após declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que, em entrevista à Fox News no último domingo (9), não descartou a possibilidade de uma recessão econômica no país.

O líder norte-americano afirmou que a economia pode enfrentar um “período de transição” devido às políticas de repatriação de riquezas para os EUA.

“Odeio prever coisas assim. [...] Estamos passando por um período de transição porque o que estamos fazendo é muito grande. Isso leva um pouco de tempo”, afirmou Trump.

➡️ Leia mais: B3 (B3SA3) firma parceria para lançamento de futuros do real em 2025

Aumento das projeções de recessão

Os sinais de alerta não passaram despercebidos pelas instituições financeiras. O JP Morgan revisou suas projeções e elevou de 30% para 40% a probabilidade de recessão nos Estados Unidos.

Segundo o banco, o crescimento do PIB norte-americano pode desacelerar para perto de 1% em 2025, caso tarifas comerciais sobre México e Canadá sejam implementadas, uma queda expressiva em relação à projeção anterior de 2%.

Outro fator preocupante para os mercados é a perspectiva de estagnação econômica combinada com inflação persistente, cenário conhecido como "stagflation".

Dados recentes apontam para um desempenho mais fraco do que o esperado na atividade econômica, enquanto o Federal Reserve (Fed) ainda luta para controlar a alta dos preços.

Na semana passada, a ferramenta GDPNow, do Fed de Atlanta, apresentou uma forte revisão em suas estimativas, projetando um declínio de 2,4% no PIB dos EUA no primeiro trimestre de 2025.

Se essa previsão se confirmar, será o pior desempenho econômico do país desde o segundo trimestre de 2020, no auge da pandemia de Covid-19.

Expectativa pelo índice de inflação

Agora, o mercado financeiro se volta para a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de fevereiro, prevista para a próxima quarta-feira (13).

Embora o CPI não seja a métrica de inflação preferida pelo Fed, ele serve como um termômetro importante para os investidores avaliarem a trajetória dos juros nos EUA.

📊 Com os mercados em compasso de espera, a volatilidade deve continuar dominando Wall Street nos próximos dias, à medida que novas informações sobre a economia norte-americana forem sendo divulgadas.