Mercado eleva apostas de alta da Selic após PIB surpreender no 2º tri
Para analistas, BC terá que subir os juros para conter a inflação diante da força da economia.
A curva de juros futura opera em alta nesta terça-feira (3), diante do PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre. A avaliação do mercado é de que o BC (Banco Central) deve ter que subir os juros para conter a inflação diante da força da economia brasileira.
📈 O PIB do Brasil cresceu 1,4% no segundo trimestre, na comparação com o trimestre anterior. O resultado superou as expectativas do mercado (0,9%) e até do governo federal (1,1%). Por isso, tem feito os analistas elevarem as projeções de crescimento da economia brasileira e da taxa básica de juros em 2024.
A avaliação é de que o PIB pode subir quase 3% em 2024, mas que a força da economia e do mercado de trabalho também representa um risco inflacionário, já que abastece o consumo das famílias, e, portanto, pode levar a uma nova alta dos juros.
💲 O mercado acredita, então, que a Selic pode saltar dos atuais 10,5% para cerca de 11,75% até o final do ano. Para os analistas, o Copom (Comitê de Política Monetária) voltará a subir os juros já na sua próxima reunião, em 17 e 18 de setembro. Novas altas dos juros também são esperadas para novembro e dezembro deste ano.
O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, explicou que alguns fatores já vinham apontando para a possibilidade de alta da Selic em 2024, como os ruídos fiscais e a desancoragem das expectativas de inflação. O resultado do PIB, portanto, consolidou esse cenário de aumento dos juros.
"O que ficou claro com o crescimento do PIB acima do esperado é que a política fiscal expansionista está tirando a eficiência da política monetária para trazer a inflação para dentro da meta. Então, com a atividade econômica muito forte, será preciso subir os juros para ajustar as expectativas de inflação", afirmou Agostini.
Em relatório, a Monte Bravo reforçou que o forte resultado do PIB indica que "a economia está crescendo acima do potencial" e esse movimento pode limitar o processo de desinflação.
"Em função disso, será preciso reavaliar a extensão do ciclo de aperto monetário", pontuou a Monte Bravo, que projetava duas altas de 0,5 ponto percentual da Selic em 2024, mas diz que esse ajuste já pode não ser suficiente para assegurar a convergência da inflação para a meta.
O que diz o governo
Em nota, a SPE (Secretaria de Política Econômica) do Ministério da Fazenda reconheceu a possibilidade de alta da Selic ao comentar o resultado do PIB do segundo trimestre.
A pasta disse que "o ritmo de crescimento deve seguir acentuado, ainda guiado por impulsos vindos do mercado de trabalho aquecido e pelas melhores condições de crédito a famílias e empresas".
Contudo, afirmou que "incertezas para esse cenário estão relacionadas, principalmente, a decisões de política monetária, que podem prejudicar a recuperação do mercado de crédito".
Apesar desse risco, a SPE deve elevar a sua projeção de crescimento do PIB de 2024 dos atuais 2,5%, para algo mais próximo do crescimento observado em 2023, quando o Brasil cresceu 2,9%.
Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o Brasil pode fechar este ano com um crescimento econômico acima de 2,7% ou 2,8%.
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