Lula responsabiliza Campos Neto por 'atraso econômico'

🗣️ O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, atribuindo-lhe a responsabilidade pelo "atraso no crescimento econômico" do Brasil, durante entrevista ao SBT, nesta segunda-feira (11).

“Não tem nenhuma explicação os juros da taxa Selic estarem a 11,25% [ao ano]. Não existe nenhuma explicação econômica, nenhuma explicação inflacionária, não existe nada. Nada, a não ser a teimosia do presidente do Banco Central em manter essa taxa de juros”.

Lula expressou perplexidade com a taxa Selic de 11,25% ao ano. Do ponto de vista do presidente, não há justificativa econômica ou inflacionária para que a taxa básica de juros esteja nesse patamar. “Eu imaginei que ele seria mais prudente, mais rápido [para cortar os juros]”.

Embora sem mencionar Campos Neto pelo nome, Lula referiu-se a ele como "esse cidadão", destacando a necessidade de diálogo civilizado.O petista advertiu que, ao deixar o Banco Central, Campos Neto terá que avaliar suas contribuições para o país, insistindo que a manutenção das altas taxas de juros prolonga o “sofrimento do povo brasileiro”, impedindo oportunidades de emprego e aumento salarial.

Além disso, Lula abordou questões como a política de dividendos da Petrobras e a polarização política no Brasil, argumentando que a empresa deve considerar não apenas os acionistas, mas também os interesses da população em geral.

Para o presidente, a estatal não pode se esquecer de que “tem uma missão” e mercado financeiro é como “um rinoceronte, um dinossauro voraz que quer tudo para ele e nada para o povo. Se eu for atender apenas à choradeira do mercado, você não faz nada”.

Quanto à polarização política, ele a considerou um fenômeno global e relembrou a polarização anterior entre PSDB e PT.

Além disso, o petista negou a existência do “Vale Carne” e explicou que a ideia foi apresentada por um grupo de pecuaristas do Mato Grosso do Sul ao ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT). “Foi o seguinte: um cidadão entregou uma carta ao ministro, e esse ministro mandou a carta para a Casa Civil e disse para a empresa que ia estudar [a proposta]”. Lula ainda disse que riu “demais” quando viu a notícia publicada pelo jornal O Estado de São Paulo..

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