Lula defende "regulação urgente" de redes sociais e big techs

Em entrevista, presidente também disse que não é obrigado a cumprir metas fiscais, se tiver algo mais importante para fazer.

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Publicado em 16/07/2024 às 17:00h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 16/07/2024 às 17:00h Atualizado 1 mês atrás por Marina Barbosa
Lula disse que redes sociais ganham dinheiro "disseminando ódio" (Ricardo Stuckert/Planalto)
Lula disse que redes sociais ganham dinheiro "disseminando ódio" (Ricardo Stuckert/Planalto)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta terça-feira (16) uma "regulação urgente" das redes sociais e das big techs no Brasil.

📱 Em entrevista à "TV Record", Lula defendeu a regulação das redes sociais como uma forma de coibir a disseminação de conteúdos falsos e de discursos de ódio na internet. 

Além disso, observou que "meia dúzia de empresas" oferecem esse serviço, "ganham bilhões de publicidade e têm muito lucro com a disseminação do ódio", mas "não pagam imposto no Brasil".

"Não é possível essas empresas continuarem ganhando dinheiro disseminando mentiras, inverdades", declarou o presidente.

E seguiu: "A gente não pode perder de vista a necessidade de fazer uma regulação para que as coisas voltem a certa normalidade. Essas empresas não podem ganhar dinheiro permitindo as aberrações que a gente vê todo dia nas redes digitais".

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Lula disse ainda que possivelmente discutiria esse assunto com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, nesta semana para definir como o governo deve encaminhar essa questão.

Segundo ele, o governo pode apresentar um projeto de lei com caráter de urgência ou uma medida provisória para tratar do assunto, mas isso será discutido com o Congresso Nacional. Afinal, já há um projeto de lei sobre fake news na Câmara dos Deputados.

Além disso, Lula defendeu a discussão desse assunto em fóruns internacionais, como a ONU (Organização das Nações Unidas), o G20 e o Brics, já que "este não é um problema de um país só".

Fiscal

💵 Lula também falou sobre a situação fiscal à "TV Record", voltando a gerar ruídos no mercado.

Na entrevista, o presidente sugere que ainda precisa ser convencido dos cortes de gastos e disse que o país não é obrigado a cumprir as metas fiscais se tiver coisas mais importantes a fazer. 

"Não tem problema se é um déficit 0, 0,1 ou 0,2. Não tem nenhum problema para o país. O que é importante é que o país esteja crescendo", afirmou.

Contudo, logo depois Lula afirmou que "a meta não está rejeitada" e que fará "o que for necessário para cumprir o arcabouço fiscal".

O governo tem uma meta de déficit zero para 2024 e 2025. O mercado, contudo, tem dúvidas sobre o cumprimento desses números. Por isso, o dólar ficou instável antes da divulgação da entrevista de Lula nesta terça-feira (16).