Lucro da Isa Energia Brasil (ISAE4) encolhe 40% no 2T25 e ROE cai para 18%

Receitas da companhia elétrica estão bem menores devido aos efeitos da Revisão Tarifária Periódica (RTP).

Publicado em 30/07/2025 às 20:28h - Atualizado 6 horas atrás Publicado em 30/07/2025 às 20:28h Atualizado 6 horas atrás por Lucas Simões

ISAE4 sofre com queda do componente econômico do indicador RBSE (Imagem: Divulgação)

A Isa Energia Brasil (ISAE4) registrou lucro líquido de R$ 255,6 milhões no segundo trimestre do ano (2T25), queda de −39,9% na comparação com o mesmo período de 2024, conforme relatório de resultados publicado nesta quarta-feira (30).

Inclusive, o indicador fundamentalista ROE (Retorno Sobre o Patrimônio Líquido), em 12 meses, despencou de 26,1% no ano passado para fechar o 2T25 em 18%, o que também ajuda a entender o porquê das ações da transmissora elétrica terem andado de lado recentemente.

Conforme dados do Investidor10, os papéis ISAE4 acumulam desconto de −8,17% nos últimos 12 meses, mesmo considerando o reinvestimento dos dividendos. Se você tivesse investido R$ 1 mil, hoje você teria R$ 909,27, ao passo que o Ibovespa teria retornado R$ 1.053,01 nas mesmas condições.

Já o ebitda (lucro antes de impostos, depreciação, juros e amortização) foi de R$ 789,5 milhões no 2T25, com margem de 76,8%, inferior em −11,4% ao saldo de um ano atrás, ao mesmo tempo, em que os investimentos da empresa (capex) somaram R$ 1,1 bilhão, crescimento de 72%, respectivamente.

Para entender o que acontece com a Isa Energia Brasil em 2025, antes é preciso explicar que as transmissoras elétricas são remuneradas pela disponibilidade de seus ativos por meio da Receita Anual Permitida (RAP) e eventuais indisponibilidades da rede podem acarretar redução da receita por meio de desconto denominado Parcela Variável (PV).

No 2T25, a receita bruta consolidada da empresa atingiu R$ 1,17 bilhão, redução de −7,7% na comparação anual, principalmente devido aos efeitos da Revisão Tarifária Periódica (RTP).

ISAE4: cai receita e sobe dívida

O relatório aponta que houve baixa no componente econômico da RBSE (Rede Básica Sistema Existente), decorrente da movimentação da base de ativos. O indicador se refere a uma receita anual associada às instalações de transmissão que compõem a rede básica que existia quando foram celebrados os primeiros contratos de concessão de serviços públicos de transmissão.

Dessa maneira, a receita líquida da Isa Energia Brasil fechou o 2T25 em R$ 1,02 bilhão, recuo de −7,5% na base anual. Caso fosse excluído o componente RBSE da conta, a transmissora teria somado uma receita líquida de R$ 762,3 milhões, avanço de +44,9% na comparação anual.

Ao final de junho de 2025, a dívida líquida da empresa era de R$ 12,83 bilhões, aumento de +25,4% em relação ao saldo devedor registrado no encerramento de dezembro de 2024.

Segundo o relatório, a disparada da dívida da ISAE4 se deve às captações realizadas no primeiro trimestre de 2025, quando a empresa pegou dinheiro emprestado dos investidores de renda fixa em sua 18ª emissão de debêntures

O custo médio nominal das dívidas da Isa Energia Brasil subiu de 11,83% ao ano, no final de 2024, para alcançar 13,29% ao ano no fechamento do 2T25, com prazo médio de 7,6 anos, um perfil de amortização compatível com a natureza do negócio, dado o baixo risco somado à alta previsibilidade de receitas e geração de caixa operacional.