Inflação sobe 0,24% em junho e BC terá que explicar alta dos preços
IPCA ficou acima da meta pelo 6º mês seguido, o que exige uma explicação pública do BC.

A inflação oficial brasileira desacelerou em junho, mas continua acima da meta. Por isso, o BC (Banco Central) terá que explicar a alta dos preços em carta pública nesta quinta-feira (10).
💲 O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 0,24% em junho, pressionada pela conta de luz, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A alta foi menor que a observada nos últimos meses. Em maio, por exemplo, o IPCA havia subido 0,26%. E, em abril, 0,43%.
Ainda assim, o IPCA segue acima da meta de inflação. É que o índice acumula uma alta de 5,35% em 12 meses, mas a meta de inflação é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%.
🏦 Este foi o sexto mês consecutivo de descumprimento da meta de inflação. Por isso, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, terá que escrever uma carta explicando por que a inflação vem superando a meta de forma contínua.
Até 2024, o BC só precisava explicar o descumprimento da meta uma vez ao ano, caso a inflação do ano fechado ficasse fora do intervalo estipulado pela meta.
Contudo, o Brasil adotou um regime de meta contínua em 2025. Por isso, agora a explicação é exigida sempre que a inflação acumulada em 12 meses descumpre a meta por seis meses seguidos.
Dessa forma, Galípolo terá que explicar a alta dos preços nesta quinta-feira (10) e pode ter que elaborar novas cartas nos próximos meses. Afinal, a expectativa é de que o IPCA volte à meta apenas em 2026.
Segundo o Boletim Focus, o mercado projeta uma alta de 5,18% do IPCA em 2025 e de 4,50% em 2026. Já o Copom (Comitê de Política Monetária), prevê um IPCA e 4,9% em 2025 e 3,6% em 2026.
Em nota, o BC informou que a carta sobre a inflação de junho deve ser publicada por volta das 18h desta quinta-feira (10).
Vale lembrar que, para tentar levar a inflação de volta à meta, o BC elevou a taxa Selic para 15% ao ano no mês passado e espera manter os juros altos por um "período bastante prolongado".
IPCA de junho
💡 A inflação de junho foi pressionada pelos preços da energia elétrica residencial. O item subiu 2,96% Afinal, no mês passado, vigorou a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que representa um custo adicional à conta de luz.
O IBGE, contudo, também observou altas de preços em itens como transportes (0,27%) e vestuário (0,75%).
Dos nove grupos de produtos pesquisados, apenas o de alimentação e bebidas teve recuo de preços em junho.
A queda foi de 0,18% e foi puxada pela alimentação no domicílio (-0,43%). Isso porque itens como ovo de galinha (-6,58%), arroz (-3,23%) e frutas (-2,22%) ficaram mais baratos em junho.
Ainda de acordo com o IBGE, esta foi a primeira vez em nove meses que os alimentos não pressionaram a inflação.
Veja o comportamento dos grupos de inflação em junho:
- Habitação: 0,99%;
- Vestuário: 0,75%;
- Transportes: 0,27%;
- Despesas pessoais: 0,23%;
- Comunicação: 0,11%;
- Artigos de residência: 0,08%;
- Saúde e cuidados pessoais: 0,07%;
- Educação: 0,00%;
- Alimentação e bebidas: -0,18%.
Como a inflação se comportou nos últimos seis meses?
O IPCA de junho foi o segundo menor do ano, superando apenas o de janeiro. Veja:
- Janeiro: 0,16%;
- Fevereiro: 1,31%;
- Março: 0,56%;
- Abril: 0,43%;
- Maio: 0,26%;
- Junho: 0,24%.
Com isso, o IPCA já acumula uma alta de 2,99% no ano. Ou seja, o centro da meta de inflação foi quase que totalmente atingido em apenas um semestre.
Já no acumulado em 12 meses, o IPCA subiu 5,35% e essa taxa é maior que a observada no mês anterior.
Veja a série do IPCA acumulado em 12 meses, cuja meta é de 3%:
- Janeiro: 4,56%;
- Fevereiro: 5,06%;
- Março: 5,48%;
- Abril: 5,53%;
- Maio: 5,32%;
- Junho: 5,35%.

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