Ibovespa em 150 mil pontos? Veja o que diz o JP Morgan

Nesta quarta-feira (29), o principal índice da B3 tocou os 149 mil pontos.

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Publicado em 29/10/2025 às 14:57h - Atualizado 2 dias atrás Publicado em 29/10/2025 às 14:57h Atualizado 2 dias atrás por Elanny Vlaxio
No acumulado do ano, o índice já sobe 23% (Imagem: Shutterstock)
No acumulado do ano, o índice já sobe 23% (Imagem: Shutterstock)
👀  Em dia de decisão de juros lá fora, o Ibovespa acompanha o ritmo positivo da véspera e renova sua máxima histórica durante o pregão desta quarta-feira (29), aos 149.038 pontos. No acumulado do ano, o índice já acumula alta de 23%, sendo 5% apenas desde 10 de outubro.
Em relatório, o JPMorgan destacou que o benchmark (índice para medir e comparar desempenho) da Bolsa brasileira está apenas 4,7% abaixo de sua meta otimista de 155 mil pontos para o fim do ano. Com isso, as analistas Cinthya Mizuguchi e Emy Cherman acreditam que a meta pode ser atingida por três fatores:
  • Desaceleração da inflação brasileira;
  • Queda dos juros nos Estados Unidos;
  • Abrandamento da política tarifária imposta pelo presidente norte-americano Donald Trump.
Segundo as analistas do JP Morgan, o fator mais relevante para o desempenho do Ibovespa no cenário interno é a inflação. De acordo com o Boletim Focus mais recente, a estimativa para o IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo) recuou de 4,70% para 4,56% em 2025, ficando próxima do teto da meta do Banco Central, que é de 3%.
“A inflação e as expectativas de inflação estão caindo, permitindo que as taxas de juros caiam mais cedo ou mais tarde”, afirmaram. Nesse contexto, o JP Morgan avalia que há margem para um corte de 4,25 pontos percentuais na Selic no próximo ciclo de afrouxamento monetário. Caso a previsão se confirme, a taxa de juros cairia de 15% ao ano para 10,75% ao ano. 
📉 Os outros dois fatores apontados pelo JP Morgan vêm do cenário externo. Um deles é o processo de corte de juros já em andamento nos Estados Unidos. O banco prevê mais duas reduções, de mesma magnitude, a ocorrerem em dezembro e janeiro. “Pensamos que o relaxamento do Fed desta vez é um impulso importante para as ações da América Latina." 
O terceiro motor do Ibovespa é a política tarifária norte-americana. Para os analistas, há sinais de melhora nas relações comerciais tanto entre Washington e Pequim quanto entre a Casa Branca e o Palácio do Planalto. No domingo (26), os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se encontraram na Malásia.
💲 As analistas do JP Morgan alertam, contudo, para os riscos de uma correção de curto prazo do índice nos próximos dois meses. Um deles é o dólar, que caiu forte em julho e vem em trajetória de queda ante o real. Um dólar mais forte, ainda que fora do cenário-base do banco, poderia limitar o avanço das ações, analisaram.
O risco fiscal também preocupa, podendo ameaçar o rali (período de alta) do Ibovespa. “Um deslizamento fiscal pode comprometer as metas orçamentárias e atrasar a política de cortes de juros”, afirmam as analistas. Já o terceiro risco é uma temporada de resultados corporativos abaixo das expectativas