Governo reduz previsão de PIB, mas vê inflação dentro da meta em 2023
Fazenda vê PIB de 3% e inflação de 4,66% no ano. Em setembro, projeções eram de 3,2% e 4,85%, respectivamente
O Ministério da Fazenda reduziu a previsão de crescimento da economia brasileira, de 3,2% para 3%, em 2023. Além disso, passou a projetar uma inflação dentro da meta. A expectativa de inflação caiu de 4,85% para 4,66% ao ano.
As novas projeções constam no Boletim Macrofiscal, publicado nesta terça-feira (21) pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda. No documento, a pasta ainda piorou as projeções para 2024, passando a prever um PIB (Produto Interno Bruto) menor e uma inflação maior no ano que vem.
PIB
O Ministério da Fazenda cortou de 3,2% para 3% a projeção para o PIB de 2023 por causa do desempenho fraco da atividade econômica no terceiro trimestre do ano e de "projeções menos otimistas para o setor de serviços até o restante do ano".
Pelos cálculos do governo, o PIB do Brasil deve ficar na estabilidade no terceiro trimestre (0%). Em setembro, a expectativa era de um crescimento de 0,1%. O número já indicava, contudo, uma perspectiva de desaceleração da atividade econômica, já que o PIB do Brasil cresceu 1,9% no primeiro trimestre e 0,9% no segundo trimestre de 2023.
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A Fazenda ressaltou, por sua vez, que o desempenho do PIB ainda deve superar o de 2022, quando a economia brasileira cresceu 2,9%. "Apesar dessas alterações, a perspectiva ainda é de aceleração no ritmo da atividade no quarto trimestre, motivada pelo crescimento de alguns subsetores menos sensíveis ao ciclo e pela resiliência do consumo das famílias, em função do aumento da massa de renda real do trabalho e das melhores condições no mercado de crédito", diz o Boletim Macrofiscal.
Já para 2024, a previsão para o PIB foi reduzida de 2,3% para 2,2%. A revisão reflete o aumento das incertezas no ambiente externo, em função da guerra entre Israel e Hamas, da perspectiva de desaceleração do crescimento chinês e da manutenção dos juros altos nos Estados Unidos. Do ponto de vista doméstico, a perspectiva de uma safra menos favorável também pesou na revisão.
"Em contrapartida à menor contribuição do setor externo, devem auxiliar na expansão da atividade no próximo ano o crescimento de setores mais cíclicos, beneficiados com a flexibilização monetária em curso. Nesse sentido, a composição do crescimento brasileiro em 2024 deverá ser bastante distinta da verificada neste ano, com maior contribuição da absorção doméstica", destacou.
Inflação
Além de cortar a previsão do PIB, a Fazenda atualizou as projeções para a inflação brasileira. A pasta cortou a expectativa de inflação de 2023 de 4,85% para 4,66%, passando, portanto, a prever um IPCA dentro da meta de inflação. A meta é de 3,25%, com um intervalo de tolerância de 1,75% a 4,75%.
"O processo de desinflação ocorreu mais rápido do que o inicialmente projetado, principalmente para os componentes subjacentes, levando a inflação para dentro do intervalo proposto pelo regime de metas já em 2023", afirma o Boletim Macrofiscal, que também aponta para uma continuidade do processo de desinflação em novembro e dezembro de 2023.
Já para 2024, a projeção do governo para o IPCA subiu de 3,40% para 3,55%. A alta reflete alterações nas projeções para o câmbio e os preços de commotidies, além de reajustes estaduais no ICMS dos combustíveis e os impactos do El Niño nos preços de alimentos, energia e combustíveis.
A Fazenda disse, no entanto, que "apesar da elevação na estimativa para a inflação de 2024, a dinâmica positiva em curso para os preços menos voláteis de serviços e bens deve seguir sendo observada". A meta de inflação é de 3% em 2024, com um intervalo de tolerância de 1,5 para cima ou para baixo.
Mercado
As projeções do governo para o crescimento da economia brasileira são mais otimistas do que as do mercado. Segundo o Boletim Focus, o mercado projeta um PIB de 2,85% em 2023 e de 1,5% em 2024. As expectativas de inflação do mercado também diferem das do governo: 4,55% em 2023 e 3,91% em 2024.
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