Governo pode indicar até 78 pessoas para companhias abertas, diz jornal

☝️ O governo federal teria poder de influência em até 78 cadeiras nos conselhos de administração de empresas de capital aberto no Brasil.

O mapeamento foi feito pela L4 Capital e publicado pela Folha de SP nesta sexta-feira (26). Segundo o jornal, o governo teria 241 assentos diretos ou indiretos -por meio de empresas estatais- em 31 empresas listada na bolsa de valores do Brasil, sendo que um terço deles pode ser usado como instrumento de governo.

O maior número de cadeiras está no conselho da Petrobras (PETR4), onde o governo pode indicar diretamente 6 dos 11 conselheiros. Na metalúrgica Tupy (TUPY3), 6 dos 9 conselheiros são de escolha do governo por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e da Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil).

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Nesta última empresa, Anielle Franco (ministro da Igualdade Racial) e Carlos Lupi (ministro da Previdência Social) foram indicados em 2023 para um mandato de dois anos. Na época, especialistas criticaram as indicações considerando que ambos não tinham autuações na área metalúrgica.

A indicação de nomes para os conselhos dessas empresas é uma prerrogativa do chefe do Executivo em exercício, já que a União detém participação no negócio. No entanto, Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do BNDES, diz que os conselheiros devem ser escolhidos de forma técnica para que não trabalhem em prol dos interesses políticos, já que se trata de uma companhia privada.

"Se a participação da União for majoritária, a única proteção contra oscilações de humor do governo seria aprovar uma batelada de protocolos rígidos de governança. Costuma até funcionar, mas não é garantido", diz Castro, em entrevista à Folha.

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