Governabilidade de Lula cai pelo 2º mês e segue no nível mais baixo em um ano
O indicador mede a capacidade do governo de implementar sua agenda e aprovar medidas prioritárias junto aos demais Poderes.

🚨 O Índice de Governabilidade (I-Gov) do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrou queda pelo segundo mês consecutivo em julho, alcançando 46,2%, ante 46,8% no mês anterior, segundo estudo da consultoria 4Intelligence, obtido com exclusividade pelo Estadão/Broadcast.
O indicador mede a capacidade do governo de implementar sua agenda e aprovar medidas prioritárias junto aos demais Poderes, além de avaliar a percepção da opinião pública em relação à gestão.
Embora a variação seja modesta, ela reforça um cenário de dificuldade política para o Executivo, especialmente na articulação com o Congresso Nacional.
O resultado mostra que, mesmo com pequenas oscilações internas, a governabilidade do governo federal permanece fragilizada. Em relação ao Judiciário, houve um recuo de quatro pontos percentuais na relação com o Supremo Tribunal Federal (STF), que passou de 82% para 78%.
Apesar de ainda estar em um patamar elevado, essa queda foi atribuída a decisões pontuais que contrariaram interesses do Executivo. Nenhum dos processos analisados resultou em derrota direta para a atual gestão, mas alguns tiveram impacto indireto sobre pautas estratégicas.
Já no Congresso Nacional, o índice manteve-se estável no nível de 19%, considerado baixo. Nesse período, o Planalto conseguiu aprovar apenas duas Medidas Provisórias (MPs) em sua forma original, enquanto outras duas foram rejeitadas.
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Opiniões divididas
Por outro lado, a opinião pública apresentou ligeira melhora, passando de 40% para 42%.
Pesquisas realizadas por institutos como Quaest, Datafolha e PoderData indicaram aumento modesto na aprovação de Lula, reflexo de fatores pontuais, como a tentativa de conter os impactos econômicos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos e debates sobre mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Ainda assim, o avanço não foi suficiente para alterar o quadro geral, já que o índice segue distante dos 50 pontos e acumula 13 meses consecutivos abaixo dessa marca — desempenho não visto desde junho de 2024.
A comparação histórica revela que o atual resultado está 11 pontos abaixo do obtido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no mesmo período de 2021 e muito distante dos números alcançados por Lula em seus primeiros mandatos, quando o I-Gov chegou a 83% em 2005 e 71% em 2009.
Esse distanciamento reforça as dificuldades do governo em formar uma base sólida no Congresso, ao mesmo tempo em que enfrenta tensões políticas e econômicas.
A expectativa para agosto, segundo a 4Intelligence, é de nova queda no índice. O cenário político prevê maior resistência da oposição no Legislativo, em especial por conta da prisão domiciliar do ex-presidente Bolsonaro, que motivou ações de obstrução no Congresso.
Além disso, há possibilidade de ruptura definitiva de partidos importantes, como PP e União Brasil, com a base governista. Paralelamente, fatores externos — como as barreiras comerciais impostas pelo governo dos EUA — também podem exercer influência negativa sobre a percepção de governabilidade.
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Como é calculado o I-Gov?
O I-Gov é calculado com base em três dimensões: a relação entre Executivo e Legislativo, medida pelo desempenho na aprovação de Medidas Provisórias; a interação entre Executivo e Judiciário, observando decisões do STF em relação a Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs); e a percepção da opinião pública, captada por pesquisas nacionais.
O resultado final é a média simples desses três indicadores, permitindo um retrato mais amplo da capacidade de ação do governo.
A tendência de baixa nos últimos dois meses, combinada com a dificuldade de articulação no Congresso e a queda parcial no alinhamento com o Judiciário, evidencia que o governo precisará reforçar sua estratégia política para evitar novas perdas.
📊 Sem avanços consistentes na construção de uma base estável e sem uma melhora expressiva na percepção popular, Lula poderá enfrentar ainda mais obstáculos para aprovar projetos estratégicos nos próximos meses.

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