Gol (GOLL4) vê prejuízo disparar em 2024, mas mantém otimismo para 2025

Apesar do prejuízo elevado, a empresa projeta receita líquida de até R$ 22,7 bilhões neste ano.

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Publicado em 28/03/2025 às 15:12h - Atualizado 2 dias atrás Publicado em 28/03/2025 às 15:12h Atualizado 2 dias atrás por Matheus Silva
Um dos destaques positivos no trimestre foi o Ebitda recorrente (Imagem: Shutterstock)
Um dos destaques positivos no trimestre foi o Ebitda recorrente (Imagem: Shutterstock)

✈️ A Gol Linhas Aéreas (GOLL4) encerrou o último trimestre de 2024 com um resultado nada animador: um prejuízo líquido de R$ 5,1 bilhões.

O número chama atenção não apenas pelo montante, mas pela variação anual expressiva — trata-se de um salto de mais de quatro vezes (365,9%) em relação ao prejuízo registrado no mesmo período de 2023, que foi de R$ 1,09 bilhão.

O desempenho negativo foi puxado, principalmente, pela alta nos custos operacionais e pelas despesas financeiras, que ganharam mais peso no balanço da empresa.

Mesmo diante desse cenário desafiador, a companhia apresentou evolução em algumas métricas operacionais e reafirmou projeções otimistas para 2025.

Ebitda sobe e margem melhora, apesar do rombo

Um dos destaques positivos no trimestre foi o Ebitda recorrente (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que totalizou R$ 1,89 bilhão — crescimento de 17,2% na comparação anual.

A margem Ebitda também avançou e chegou a 34,3%, alta de 2,2 pontos percentuais em relação ao quarto trimestre de 2023.

Na linha de receita, a companhia registrou crescimento de 9,5%, com faturamento líquido de R$ 5,52 bilhões entre outubro e dezembro de 2024.

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Endividamento avança e pressiona alavancagem

Por outro lado, o endividamento bruto da Gol seguiu em trajetória ascendente e atingiu R$ 34,7 bilhões no fim de 2024 — um aumento de 73% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O avanço se deve, em grande parte, à desvalorização do real frente ao dólar e à incorporação do empréstimo DIP Loan, que representa R$ 5,5 bilhões da dívida total.

A alavancagem financeira medida pela relação entre dívida líquida ajustada e Ebitda recorrente dos últimos 12 meses ficou em 6,1 vezes, refletindo a pressão do endividamento no contexto financeiro da companhia.

O caixa total somava R$ 2,5 bilhões no fechamento do ano, e, ao incluir os valores a receber, a liquidez somava R$ 5,6 bilhões — equivalente a 29,5% da receita dos últimos 12 meses.

Expectativas para 2025

📈 Apesar do prejuízo elevado, a Gol mantém uma visão confiante para 2025. A empresa projeta receita líquida entre R$ 22,1 bilhões e R$ 22,7 bilhões neste ano, e espera alcançar um Ebitda recorrente entre R$ 5,7 bilhões e R$ 5,9 bilhões.

Essas estimativas consideram um dólar médio de R$ 6,04 em 2025 — um nível elevado que pode beneficiar a receita vinda de passagens internacionais, mas que também impõe desafios no controle de custos, já que boa parte das despesas do setor aéreo é dolarizada.

O balanço da Gol reflete um cenário duplo: de um lado, as dificuldades com o câmbio, o aumento da dívida e as despesas financeiras pressionando o resultado líquido.

De outro, uma melhora operacional que pode ser vista no avanço da margem Ebitda e no crescimento da receita.

A aposta da empresa está no equilíbrio entre eficiência operacional e estratégias financeiras mais sólidas ao longo de 2025.

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