Galípolo diz que vitória de Trump impõe juros maiores a economias emergentes

Futuro banqueiro central afirmou que países da América Latina e África são mais impactados

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Publicado em 15/11/2024 às 16:33h - Atualizado Agora Publicado em 15/11/2024 às 16:33h Atualizado Agora por Wesley Santana
Gabriel participou de painel no G20 Talks (Imagem: Shutterstock)
Gabriel participou de painel no G20 Talks (Imagem: Shutterstock)

Eleito como presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo disse nesta sexta-feira (15) que a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos representa a subida dos juros para países emergentes. A afirmação foi feita durante painel no G20 Talks, que acontece no Rio de Janeiro.

🗣 “O que está acontecendo hoje ficou conhecido como ‘Trump trade’. Se Trump vai combater a imigração, logo você vai ter um aumento do custo de mão de obra nos EUA. Se Trump vai colocar mais tarifas de importação, logo os preços também vão subir. Essa ideia provocou uma elevação das taxas de juros”, disse ele.

Em sua análise os mais prejudicados são os países da América Latina e da África que podem sofrer com financiamento. Ele destacou que os juros norte-americanos são usados como base para concessão de crédito internacional, então, quanto mais alto maior será o custo financeiro dos países.

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Galípolo também avaliou as eventuais decisões do Banco Central dos EUA sobre o movimento da taxa de juros nos próximos meses. Na última reunião, o Fed decidiu cortar o índice em 0,25 ponto-base, deixando no patamar entre 4,50% e 4,75% ao ano.

“Se imaginava antes da vitória de Trump que você teria basicamente seis cortes na taxa de juros norte-americana. Agora, se imagina um ou dois cortes. Só a taxa de juros de 10 anos subiu quase 1%”, pontuou ele durante a conversa.