Fundos rendem até 35,8%, mas sofrem debandada no 1º semestre
Segundo a Anbima, fundos fecharam o semestre com um resgate líquido de R$ 37,8 bilhões.

Os fundos de investimentos entregaram retornos de até 35,8% nos seis primeiros meses deste ano. Ainda assim, não conseguiram segurar muitos investidores e acabaram o semestre com um fluxo negativo de recursos.
📉 Segundo dados divulgados nesta terça-feira (8) pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), os resgates superaram os aportes realizados nos fundos em R$ 37,8 bilhões no primeiro semestre de 2025.
A saída foi puxada pelos fundos multimercados e de ações. E só não foi maior porque os fundos de renda fixa ainda mostraram-se atrativos para muitos investidores, assim como os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) e ETFs (fundos de índice).
Mesmo essas classes, no entanto, apresentaram um desempenho inferior ao observado no mesmo período de 2024. Segundo a Anbima, a indústria de fundos havia registrado uma captação líquida de R$ 190 bilhões no primeiro semestre de 2024.
Veja o saldo do 1º semestre, por classe:
- Fundos multimercados: R$ -78,9 bilhões;
- Fundos de ações: R$ -43,6 bilhões;
- Fundos de previdência: R$ -9,6 bilhões;
- Fundos cambiais: R$ -153 milhões;
- ETFs: R$ 4,4 bilhões;
- FIPs: R$ 9,9 bilhões;
- FIDCs: R$ 20,7 bilhões;
- Fundos de renda fixa: R$ 59,4 bilhões.
Rendimentos
A sangria ocorre mesmo com muitos fundos entregando um retorno superior ao do CDI ou até mesmo ao do Ibovespa.
💲 O CDI rendeu 6,4% e o Ibovespa saltou 15,4% no primeiro semestre de 2025. Mas, na indústria de fundos, os retornos chegaram a 35,8%.
O melhor rendimento veio dos fundos de ações setoriais, que investem em empresas de um mesmo segmento. Mas outros fundos de ações também bateram o Ibovespa, como os fundos que investem em ações ESG (25,2%) e os fundos que investem em empresas de valor e crescimento (19,6%).
No segmento de multimercados, a maior rentabilidade foi dos fundos do tipo long and short neutro. Montando posições compradas e vendidas com o objetivo de manter a exposição financeira líquida limitada a 5%, esses fundos renderam 12,6% entre janeiro e junho.
Já na categoria de renda fixa, os fundos que mais renderam foram os indexados e os de crédito livre com duração média ou livre. Neste caso, o retorno foi ligeiramente superior a 7%, segundo a Anbima.
Os fundos cambiais, por outro lado, acabaram o semestre com um retorno negativo de 9,7%.
O que explica os resgates?
Diretor da Anbima, Pedro Rudge disse que o desempenho dos fundos de investimento no semestre "reflete um cenário macroeconômico desafiador, marcado por incertezas políticas e econômicas, além de uma postura mais cautelosa por parte dos investidores".
🔎 Segundo eles, os investidores "têm sido mais seletivos na alocação de recursos em ativos de maior risco" e "podem estar reavaliando suas estratégias diante de um ambiente que inspira cautela".
Não à toa, a indústria de fundos teve um comportamento bastante errático no semestre, com saídas expressivas em alguns meses e captações positivas em outros.
Veja o saldo da indústria por mês:
- Janeiro: R$ 14,2 bi;
- Fevereiro: R$ -24,5 bi;
- Março: R$ 11,7 bi;
- Abril: R$ -52,4 bi;
- Maio: R$ -0,4 bi;
- Junho: R$ 13,6 bi;
- Saldo: R$ -37,8 bi.

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