Fundo imobiliário sem dividendos cai feio com sua carteira valendo 77% menos

Revisão anual mostra que patrimônio do FII é 48% menor do que se imaginava

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Publicado em 02/09/2024 às 15:34h - Atualizado 2 meses atrás Publicado em 02/09/2024 às 15:34h Atualizado 2 meses atrás por Lucas Simões
B2R Capital revisa para baixo carteira do TORD11 (Imagem: Shutterstock)
B2R Capital revisa para baixo carteira do TORD11 (Imagem: Shutterstock)

📉 O único fundo imobiliário (FII) que não paga dividendos há 18 meses e ainda integra o Ifix despencava mais de 4% nesta segunda-feira (2), após uma revisão anual da B2R Capital apontar que a carteira de ativos do Tordesilhas El FII (TORD11) vale 77% menos do que sua referência contábil atual.

Por volta das 15h, as cotas do FII (TORD11) eram negociadas a R$ 1,14, queda de 4,20% ante o seu valor de fechamento de R$ 1,19 na última sexta-feira (30).

Conforme a B2R Capital, que reavaliou os ativos imobiliários a valor justo em dezembro de 2023, o patrimônio líquido do fundo imobiliário é, na verdade, 48,37% inferior ao que se imaginava.

Isso porque, no seu último informe mensal referente a julho, divulgado no dia 15 de agosto, foi apresentado que seu patrimônio líquido era de R$ 446,7 milhões.

Entretanto, nesta data, a gestora R Capital Asset responsável pelo fundo imobiliário divulgou relatório gerencial de julho, apontando que o patrimônio líquido passa a ser de R$ 231,35 milhões.

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Rentabilidade

Atualmente, o FII (TORD11) conta com pouco mais de 79 mil cotistas, que há mais de um ano não recebem um centavo de dividendos. Sendo que a maioria dos investidores procura os fundos imobiliários justamente pela recorrência de uma renda passiva mensal.

😨 Dados consultados no Investidor10 nesta data mostram que, se você tivesse investido R$ 1.000,00 no FII (TORD11) há cinco anos, hoje você teria R$ 165,30, já considerando o reinvestimento de dividendos (até quando esse FII distribuiu pela última vez em fevereiro de 2023).

Por outro lado, nas mesmas condições, o investidor teria uma rentabilidade positiva se tivesse aplicado no Ifix (média dos FIIs mais negociados) e no CDI (renda fixa colada na Selic), embolsando cerca de R$ 1.388,10 e R$ 1.433,20, respectivamente.

A inadimplência (ou calote, como preferir) dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) que integram a carteira de ativos do FII (TORD11) explica o porquê os cotistas desse fundo imobiliário não receberem proventos há tanto tempo.

O que diz a gestora do FII (TORD11)

No relatório gerencial mais recente, a gestora aponta que das operações de CRIs que o Tordesilhas EI FII investe, o CRI Solar das Águas está adimplente, os CRIs Brasil Parques, GPK, Hope e WAMHolding foram reestruturados e o CRI Loteamento Goiás situa-se inadimplente aguardando resolução de negociação.

🚨 Nos meses de junho e julho, a gestão do FII (TORD11) aproveitou uma oportunidade de mercado para vender a totalidade do CRI EDA Sub. A transação foi realizada por um valor abaixo do marcado na carteira, resultando em um impacto negativo de aproximadamente R$ 1 milhão no caixa.

"O objetivo da venda do ativo foi reduzir a exposição ao risco de crédito, que foi elevado devido ao período de carência de pagamento total de juros e amortização até fevereiro de 2025, concedido em assembleia realizada em abril de 2024, para que a SPE reequilibre suas contas e melhore a saúde da operação", disse a gestora, no relatório.

Além disso, a venda do título de renda fixa gerou liquidez para investir em novas oportunidades com maior potencial de retorno aos cotistas do FII (TORD11), nas palavras da R Capital Asset.

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