Fiagros chamam a atenção dos investidores com novas regras e cotas acessíveis; confira

Especialistas preveem uma reviravolta no mercado, impulsionada por novos regulamentos e pelo retorno da confiança dos investidores.

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Publicado em 05/09/2024 às 10:41h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 05/09/2024 às 10:41h Atualizado 1 mês atrás por Matheus Rodrigues
Em 2024, os Fiagros enfrentaram uma crise inesperada devido à inadimplência (Imagem: Shutterstock)
Em 2024, os Fiagros enfrentaram uma crise inesperada devido à inadimplência (Imagem: Shutterstock)

🌾 Nos últimos anos, os Fiagros, emergiram como uma nova e promissora categoria de investimento no mercado financeiro brasileiro.

Este tipo de fundo busca capitalizar sobre o vasto potencial do agronegócio brasileiro, um dos setores mais robustos da economia nacional.

Contudo, como qualquer novo instrumento financeiro, os Fiagros também enfrentaram desafios significativos, especialmente em 2024, quando enfrentaram sua primeira grande crise.

A partir desse momento turbulento, especialistas preveem uma reviravolta no mercado, impulsionada por novos regulamentos e pelo retorno da confiança dos investidores.

O surgimento dos Fiagros e a crise de 2024

Fiagros são fundos de investimento que concentram seus recursos em ativos ligados ao agronegócio, como imóveis rurais, títulos de dívida e outros instrumentos financeiros relacionados ao setor.

Eles foram criados para oferecer aos investidores uma oportunidade de participar do crescimento do agronegócio brasileiro, que é uma das principais forças econômicas do país.

Em 2024, os Fiagros enfrentaram uma crise inesperada devido à inadimplência de títulos de dívida nos quais muitos desses fundos são lastreados.

Esta crise afetou principalmente os investidores individuais, gerando uma onda de pessimismo no mercado.

No entanto, segundo Paulo Mesquita, sócio e gestor da Riza Asset, essa turbulência foi pontual e não deve ser vista como uma falha generalizada do setor.

“As inadimplências que ocorreram não ultrapassaram 1% dos fundos e não devem ser atribuídas ao setor como um todo”, afirmou Mesquita.

A recuperação e as novas oportunidades

📈 Apesar da crise, há sinais claros de recuperação. De acordo com Mesquita, “os investidores começaram a perceber que o pior da crise de crédito do setor já passou e voltaram a comprar os ativos”.

Ele explica que os problemas enfrentados foram “pequenos e pontos fora da curva”. Agora, com a recuperação dos fundos para seus valores patrimoniais, o mercado pode esperar por muitas ofertas secundárias e pela criação de novos fundos.

Um dos principais impulsionadores dessa recuperação é a expectativa de uma nova regulamentação para os Fiagros, prevista para ser divulgada entre setembro e outubro pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Esta nova regulamentação permitirá a criação de “Fiagros multimercados”, ampliando o leque de opções de produtos para os fundos investirem.

Segundo Mesquita, isso representará “um novo mundo” de possibilidades para melhorar rendimentos, taxas e potencial de financiamento para os fundos.

Ele também destaca que o mercado de fundos imobiliários, por exemplo, levou 20 anos para atingir o nível atual de mais de 2 milhões de investidores, enquanto o mercado agro ainda está apenas começando sua jornada.

O potencial de expansão e diversificação

A diversificação é um dos pontos fortes dos Fiagros. Segundo especialistas, a regulamentação prevista permitirá que esses fundos invistam diretamente em terras, culturas agrícolas, iniciativas sustentáveis, entre outras opções.

Esta diversificação pode atrair uma gama mais ampla de investidores e oferecer rendimentos mais consistentes e robustos.

Além disso, Guilherme Nastari, diretor da Datagro, destacou que o Brasil tem experimentado novas opções de cultivo que antes não eram comuns no país, como lavanda e oliveira, o que abre novas fronteiras de investimento para os Fiagros.

Ele afirma que “o agro brasileiro está no seu auge e nos próximos anos deve crescer e se aprimorar cada vez mais”.

Para Nastari, o sucesso do setor agroindustrial é quase inevitável: “O mundo precisa ser alimentado e o Brasil tem todas as condições para atender essa demanda. Não tem como dar errado”.

Tendências futuras

🚜 Embora o futuro dos Fiagros pareça promissor, ainda existem desafios a serem enfrentados.

A crise de 2024 foi um lembrete da volatilidade que pode afetar qualquer setor financeiro emergente.

A principal preocupação para os investidores é a questão da inadimplência, especialmente em um setor que depende tanto das condições climáticas e de mercado, que podem ser imprevisíveis.

No entanto, o otimismo prevalece entre os especialistas. Mesquita acredita que, com a nova regulamentação e o retorno da confiança dos investidores, o setor deve se estabilizar e até crescer.

“Quando a definição chegar, vão surgir fundos e financiamento que nunca ninguém imaginou”, afirmou, prevendo um aumento significativo na inovação e nas estratégias de investimento dentro do setor.

Além disso, a questão de captar mais recursos do mercado de capitais é vista como crucial para sustentar o ritmo acelerado de crescimento do setor agroindustrial.

Nastari argumenta que “o mercado de capitais pode chegar na hora certa. O recurso que vem do governo é importante, mas tem seu próprio prazo; com o mercado é possível ser mais rápido e mais assertivo”.

Os Fiagros representam uma oportunidade única de investimento no Brasil, conectando o mercado financeiro com o vasto e dinâmico setor agroindustrial do país.

Com uma regulamentação robusta e novas opções de investimento no horizonte, o futuro dos Fiagros parece promissor.

No entanto, como qualquer investimento, especialmente em setores emergentes, é vital que os investidores sejam cautelosos e diversifiquem seus portfólios para mitigar riscos potenciais.

À medida que o mercado evolui, os Fiagros podem se tornar uma parte essencial da estratégia de investimento de muitos brasileiros, contribuindo para o desenvolvimento contínuo do setor agrícola e para a segurança alimentar global.