Copom e Fed: O que esperar da Super Quarta?

Atualmente a taxa de juros, a Selic, está em 14,25% ao ano.

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Publicado em 06/05/2025 às 15:11h - Atualizado 4 horas atrás Publicado em 06/05/2025 às 15:11h Atualizado 4 horas atrás por Elanny Vlaxio
(Imagem: Shutterstock)
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🏦 O Copom (Comitê de Política Monetária) e o Fomc (Comitê de Mercado Aberto do Fed) realizarão suas reuniões de política monetária nesta quarta-feira (07), evento conhecido como Super Quarta. Atualmente a taxa de juros, a Selic, está em 14,25% ao ano. Em 2025, a Selic foi de 13,25%.

Além de anunciar as taxas de juros, os membros dos comitês também divulgarão suas expectativas para as próximas reuniões, oferecendo mais informações sobre as perspectivas econômicas. Do lado de cá, a expectativa é de que o Copom eleve a taxa de juros para 14,75%.

"A queda nas expectativas de inflação, a valorização do Real nos últimos meses, os efeitos defasados da política monetária e a taxa de juros real elevada compõem argumentos favoráveis à interrupção do ciclo de alta no Brasil", explicou Pedro Raffy Vartanian, Professor do Mestrado Profissional em Economia e Mercados da UPM (Universidade Presbiteriana Mackenzie).

💭 Para Everton Gonçalves, Diretor de Economia, Regulação e Produtos da ABBC (Associação Brasileira de Bancos) é esperado "que o Comitê eleve a taxa Selic em 0,50 p.p (ponto percentual), seguido de um ajuste residual de 0,25 p.p. na reunião de junho, encerrando o ciclo de alta em 15,00% a.a (ao ano)", avaliou.

Isso porque, segundo Gonçalves, "Tal estratégia seria a mais adequada para mitigar a alta volatilidade dos mercados em meio às incertezas crescentes". Ele ainda acrescentou que seria interessante, dadas as tensões comerciais, que "O Copom esboçasse uma avaliação preliminar acerca dos potenciais efeitos desses choques sobre a condução da política monetária".

Leia também: Boletim Focus: Mercado reduz projeção para inflação e Selic

Do lado de lá, é esperado que o Fed mantenha os juros entre 4,25% e 4,5%.

🗣️ "Ainda que a inflação esteja sob relativo controle, os efeitos da política comercial dos EUA sobre o nível de preços são bastante incertos, até pelo fato de o mundo acompanhar idas e vindas nos discursos do presidente Trump, que sinaliza aumento das tarifas e depois recua, afirmando buscar acordos para evitar impactos no comércio internacional", explicou o professor da UPM.

Na outra ponta, Julio Ortiz, CEO e co-fundador da CX3 Investimentos, acredita que o Fed será mais cauteloso na queda dos juros. "Por um longo período, o juros americano chegou a zero. O Fed tentava subir os juros e o mercado derrubava. O que acontece com os juros zero? O Banco Central perde a possibilidade de fazer uma politica monetária que incentive o consumo. E isso ficou muito marcado lá", explicou.

Segundo ele, o que acontece nos EUA é benéfico para alguns países, entre eles, o Brasil. "A bolsa brasileira subiu muito nos últimos dias por dois motivos: primeiro porque a política monetária americana, que administra a taxa de juros, sente que existe um espaço para cair, tornando a bolsa menos atrativa para os investidores", disse.

Para Ortiz, "A bolsa americana atingiu um teto muito alto, o que também afastou novos investimentos. Esses dois fatores têm beneficiado alguns países, entre eles o Brasil, pois o investidor começou a procurar alternativas fora dos EUA, movimentando os mercado externos de juros, renda fixa e bolsa", finalizou.

O que diz o último Boletim Focus sobre a Selic

O Boletim Focus divulgado na última segunda-feira (5) cortou a projeção da Selic para 2025. A taxa básica de juros caiu de 15% para 14,75%. As estimativas para a Selic em 2026 e 2027, por outro lado, permaneceram inalteradas em 12,50% e 10,50%, respectivamente.