Fed define rumo dos juros dos EUA com diretoria sob pressão de Trump
Demitida por Trump, Lisa Cook deve votar na reunião, assim como o assessor da Casa Branca Stephen Miran, recém-aprovado para o Fed.

O Fed (Federal Reserve) dá início nesta terça-feira (16) à reunião que deve abrir o ciclo de corte de juros nos Estados Unidos.
🏦 Contudo, o ajuste da política monetária não é o único diferencial deste encontro. Afinal, o presidente Donald Trump tem tentado ampliar a sua influência no conselho que decide o rumo dos juros americanos.
Trump anunciou no final de agosto a demissão da diretora Lisa Cook, sob a alegação de fraudes hipotecárias. Contudo, a diretora se negou a deixar o cargo e o Tribunal de Apelações dos Estados Unidos decidiu nessa segunda-feira (15) que ela pode continuar no posto enquanto o seu processo corre na justiça.
Com isso, Lisa Cook deve votar na reunião desta terça (16) e quarta-feira (17). No último encontro do Fed, em julho, ela defendeu a manutenção dos juros americanos.
Assessor de Trump estreia no Fed
A decisão de juros desta vez também deve contar com o voto de um aliado de Trump. Isso porque o Senado dos Estados Unidos aprovou nessa segunda-feira (15) a indicação de Stephen Miran para o conselho de diretores do Fed.
Miran é chefe do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca e não acredita que as tarifas anunciadas por Trump têm afetado a inflação americana.
Diante disso e da pressão de Trump pelo corte de juros, espera-se que Miran defenda a redução das taxas na sua primeira reunião do Fed.
Trump tem defendido o corte dos juros como uma forma de estimular a economia americana, inclusive fazendo críticas ao presidente do Fed, Jerome Powell.
Nas vésperas da reunião que deve marcar o primeiro corte dos juros do ano nos Estados Unidos, Trump disse que Powell deveria cortar os juros "agora" e em uma proporção maior do que a imaginada. "O setor imobiliário vai disparar", afirmou, nas redes sociais.
Corte de juros é dado como certo
O corte dos juros americanos é dado como certo no mercado, não por causa da pressão de Trump, mas da pressão dos juros altos no mercado de trabalho.
Como o Fed tem o duplo mandato de garantir a estabilidade dos preços e promover o pleno emprego, Powell admitiu a possibilidade de reduzir os juros em caso de aumento dos riscos no mercado de trabalho. E, conforme revelado na semana passada pelo payroll, a economia americana criou 22 mil vagas de trabalho em agosto, um resultado bem menor que os 75 mil postos de trabalho esperados pelo mercado.
✂️ Com isso, 96,4% do mercado acredita que o Fed fará um corte de 0,25 pontos dos juros americanos nesta reunião, o que levará a taxa a oscilar entre 4,00% e 4,25%, segundo a ferramenta FedWatch do CME Group.
A dúvida dos analistas recai, então, sobre as projeções que serão apresentadas pelo Federal Reserve.
No momento, o Fed projeta dois cortes de juros em 2025, além de corte de 0,25 ponto percentual por ano em 2026 e 2027. Contudo, o mercado acredita que pode haver espaço para mais ajustes e quer saber se o Fed confirma esse cenário.
Copom
O rumo da taxa básica de juros brasileira também está em discussão nesta terça (16) e quarta-feira (17).
💲 Por aqui, no entanto, a expectativa é de que o Copom (Comitê de Política Monetária) mantenha a taxa Selic nos atuais 15%.
Com as expectativas de inflação ainda superando o centro da meta perseguida pelo BC, o mercado acredita que a Selic só começa a cair em 2026, mas passou a ver mais espaço para cortes dos juros no próximo ano.
Segundo o Boletim Focus, o mercado reduziu a projeção para a Selic de 2026 para 12,38% nesta semana, depois de 32 semanas consecutivas mantendo a previsão em 12,50%.

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