EUA e China chegam a acordo para restaurar trégua na guerra comercial

O acordo ainda será apresentado aos presidentes Donald Trump e Xi Jinping.

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Publicado em 11/06/2025 às 07:24h - Atualizado 2 dias atrás Publicado em 11/06/2025 às 07:24h Atualizado 2 dias atrás por Elanny Vlaxio
O acordo foi feito na última terça-feira (10) (Imagem: Shutterstock)
O acordo foi feito na última terça-feira (10) (Imagem: Shutterstock)

Na última terça-feira (10), autoridades americanas e chinesas chegaram a um acordo sobre uma estrutura que permitirá retomar a trégua na guerra comercial e suspender as restrições à exportação de terras raras pela China.  

“Chegamos a uma estrutura para implementar o consenso de Genebra e o acordo entre os 2 presidentes”, disse o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick. “A ideia é que vamos voltar e conversar com o presidente Trump para garantir que ele aprove. Eles vão voltar e conversar com o presidente Xi para garantir que ele aprove, e se isso for aprovado, implementaremos a estrutura”. 

Segundo Trump, já nesta quarta-feira (11), a tarifa sobre produtos americanos comprados pela China será de 55%, e os produtos chineses importados pelos EUA serão taxados em 10%. 

🗣️  Os 55% apontados por Trump resultam da junção de uma tarifa universal de 10% sobre todos os países (inclusive o Brasil), 20% ligados a uma penalidade pelo tráfico de fentanil e cerca de 25% referentes a tarifas criadas ainda em seu primeiro mandato, direcionadas a certos produtos da China, diz a "Bloomberg". 

O acordo ainda será apresentado aos presidentes Donald Trump e Xi Jinping, responsáveis por decidir se aprovam ou não os termos. Sem detalhes, os representantes dos dois países afirmaram que a nova estrutura de entendimento abrange o acordo assinado em Genebra, na Suíça, no mês anterior, e o diálogo entre Trump e Xi ocorrido na última quinta-feira (5). 

“As duas partes, em princípio, chegaram a um quadro para implementação do consenso alcançado pelos dois chefes de Estado durante a ligação telefônica de 5 de junho e também do consenso alcançado na reunião de Genebra”, disse Li Chenggang, vice-ministro do Comércio da China, a repórteres.

Relembre o caso

A disputa começou em fevereiro, quando os Estados Unidos impuseram uma sobretaxa de 10% sobre produtos chineses, além dos 10% já existentes. Em 2 de abril, o presidente Donald Trump anunciou tarifas recíprocas, adicionando uma nova alíquota de 34% sobre produtos da China, o que elevou o total para 54%.

A China respondeu na mesma medida, com uma tarifa de 34% sobre produtos norte-americanos. A Casa Branca, então, elevou novamente as taxas, desta vez em 50 pontos percentuais, chegando a 104%.

💰  Após a China sinalizar uma elevação para 84% nas tarifas contra os EUA, o governo Trump subiu novamente sua tarifa para 145%. “Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou, por meio deste, aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato”, escreveu Trump em sua rede social.

Como contra-ataque, a China elevou suas tarifas para 125% e criticou duramente os EUA, afirmando que as tarifas se tornarão “uma piada”: “Mesmo que os EUA continuem a impor tarifas mais altas, isso deixará de fazer sentido econômico e se tornará uma piada na história da economia mundial”.

Em 15 de abril, a Casa Branca declarou que a China enfrenta tarifas de 245% sobre produtos que entram nos EUA, justificando a medida como reação às represálias chinesas. Posteriormente, Trump anunciou que as tarifas seriam “substancialmente” reduzidas, mas que não chegarão a ser eliminadas.

O acordo e a 1ª conversa entre os chefes de Estado

Em maio, os EUA e a China fecharam um acordo para reduzir, por 90 dias, as tarifas recíprocas entre os dois países. Pelo acerto, os EUA diminuíram suas tarifas de 145% para 30%, enquanto a China reduziu de 125% para 10%, até o dia 14 de maio.

No entanto, desde a assinatura do acordo em Genebra, na Suíça, os Estados Unidos vêm acusando a China de não cumprir os compromissos estabelecidos, especialmente em relação à exportação de terras raras. "A China, talvez não de forma surpreendente para alguns, tem violado totalmente seu acordo com os EUA", disse Trump em publicação no Truth Social.

💬 Ele disse ainda que só concordou em reduzir as tarifas para ajudar a China. "Há duas semanas, a China corria grave perigo econômico! As tarifas altíssimas que estabeleci tornaram praticamente impossível para a China vender no mercado dos Estados Unidos, que é, de longe, o número um do mundo".

A China, no entanto, disse que as acusações feitas pelo presidente dos Estados Unidos sobre uma suposta violação do consenso nas negociações comerciais de Genebra são “infundadas” e disse que tomará medidas para defender seus interesses.

Já em junho, Trump e Xi conversaram pela 1ª desde o início da guerra comercial. Segundo Trump, os presidentes haviam concordado em resolver as diferenças relacionadas às tarifas. “Não deve mais haver dúvidas sobre a complexidade dos produtos de terras raras”, escreveu Trump no Truth Social. 

Além disso, antes mesmo de chegarem a um acordo na última terça-feira (10), Trump adiantou que o presidente chinês já havia aceitado reiniciar o fornecimento de minerais de terrar raras e ímãs aos Estados Unidos. Nesta quarta-feira (11), Trump disse ainda “Nosso acordo com a China está feito, sujeito só a aprovação final de Xi [presidente da China] e minha”, publicou na Truth Social.