ETFs de renda fixa explodem em 2025 e patrimônio já soma R$ 21 bilhões

Quando se fala em ETF, a primeira coisa que vem à mente de muita gente é aquela mescla de ações. No entanto, os fundos de índices também têm outros formatos que entregam diversificação na carteira de investimentos. 

Um dos modelos em alta é o ETF de renda fixa que, no Brasil, cresceu mais de 137% entre janeiro e novembro deste ano, conforme dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). No final do mês passado, o patrimônio desses ativos já era de R$ 21 bilhões.

Os ETFs de renda fixa mais escolhidos pelos investidores têm sido aqueles compostos por títulos públicos. Além de trazer segurança à carteira de investimentos, esses produtos mesclam diversos tipos de títulos, muitas vezes entregam uma valorização acima do que a compra de apenas uma opção.

Para os analistas do mercado, o sucesso da classe de investimentos nesse momento se justifica no atual cenário de juros. A Selic performa na casa de 15% ao ano, o que supera a possibilidade de variação de muitas ações ou fundos de investimentos.

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“O momento macroeconômico favoreceu os ETFs de renda fixa e enxergo um cenário parecido nos próximos anos. Possivelmente, a renda fixa continuará sendo uma fatia muito grande nas carteiras dos brasileiros e, nos ETFs, o fluxo será parecido”, afirma Cauê Mançanares, CEO da gestora Investo, em entrevista ao Valor. “Nos Estados Unidos, eles são grandes mesmo com os juros mais baixos. No Brasil, com o mercado de renda fixa sendo tão relevante, a fatia desses fundos deve ser maior do que o de renda variável”, diz.

Os investidores também têm à disposição os fundos de investimentos de renda fixa, mas duas principais vantagens fazem com que os investidores olhem para os fundos de índices. A primeira é a taxação do chamado “come-cotas” que é a antecipação do Imposto de Renda, repassada ao fisco a cada semestre; e a segunda é o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) que incide sobre aplicações retiradas antes de 30 dias.

Muitos ainda acreditam que o espaço dos ETFs de renda fixa na carteira de investimentos dos brasileiros deve crescer nos próximos anos. Isso porque, considerando o universo da indústria dos fundos de índices, os de renda fixa ainda são minoria. 

“O assessor e o consultor que ganham uma taxa fixa alocam os clientes em produtos mais eficientes como os ETFs, independentemente de quanto recebem de comissão”, afirma Bruno Stein, diretor executivo e responsável por ETFs na Galapagos Capital. “Do ponto de vista tributário, os ETFs de renda fixa são imbatíveis, especialmente porque a oferta de papéis isentos de Imposto de Renda está diminuindo”, diz.