‘Espero que meu sucessor não seja julgado pela camisa que usou ao votar’, diz Campos Neto
Ele também mencionou que o BC esteve muito perto de intervir no câmbio.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, negou a existência de conflitos internos na autoridade monetária. Em entrevista à colunista Miriam Leitão, do jornal "O Globo", ele afirmou que “nunca houve um espírito de equipe tão grande no Banco Central”.
🗣️ Campos Neto também comentou que o Copom (Comitê de Política Monetária) optou por não antecipar as decisões da próxima reunião, mas destacou que a situação internacional melhorou consideravelmente nas últimas semanas. De acordo com ele, enquanto o mercado está especulando sobre uma alta de juros, os economistas não estão alinhados com essa expectativa.
Ele também mencionou que o BC esteve muito perto de intervir no câmbio. “Mas a decisão de não intervir mostrou-se bastante acertada: o câmbio se estabilizou e a taxa de juros longa também retornou.” Campos Neto também comentou sobre ter usado a camisa da seleção brasileira no dia da eleição presidencial, o que gerou críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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💬 “Hoje eu teria feito diferente. O voto é um ato privado. Não acho que seria surpresa, as pessoas não achariam que eu não ia votar desta forma. Teria feito diferente, mas acho que, no fim das contas, a autonomia e a independência se fazem pelo que eu fiz ao longo do tempo no Banco Central. Fizemos a maior alta de juros em período eleitoral dos países emergentes”, pontuou.
Sobre sua sucessão, ele afirmou que não sabe quem será o próximo. “Quem vai me suceder aqui tenho certeza que vai ter proximidade com o governo atual, que vai participar de eventos do governo atual. E espero que ele não seja julgado por isso. Aliás, eu espero que a pessoa que venha me suceder aqui não seja julgada nem pela cor da camisa com a qual ele votou, nem pelas reuniões que ele fez, nem pelos jantares que ele fez, e sim pelas decisões técnicas que tomou”, finalizou.
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