Empresas latino-americanas perdem cerca de US$ 30 bi por fraudes financeiras

No Brasil, 32% das empresas admitem que as perdas representam mais de 10% do caixa operacional

Author
Publicado em 02/02/2024 às 12:32h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 02/02/2024 às 12:32h Atualizado 3 meses atrás por Jennifer Neves
Shutterstock
Shutterstock

💳 Um novo estudo da consultoria McKinsey revelou que as fraudes corporativas resultaram em perdas de aproximadamente US$ 130 bilhões para as empresas na América Latina. No Brasil, 32% das empresas admitem que as perdas devido a fraudes representam mais de 10% da geração de caixa operacional, medida pelo Ebitda. Para 57% das empresas na América Latina, o impacto representa mais de 5% do Ebitda.

A América Latina se destaca como uma região onde as fraudes corporativas são mais sofisticadas, especialmente em comparação com a Europa e os Estados Unidos. Patrick Rinski, sócio da McKinsey no Brasil, destaca que no país as fraudes estão diretamente ligadas à alta digitalização. Apesar de o país estar digitalizado, isso abre oportunidades para fraudadores, com casos até mesmo envolvendo o sistema de pagamentos Pix.

Setores em pleno movimento de digitalização, como agronegócio e varejo, estão se tornando alvos comuns para os fraudadores brasileiros. O Brasil apresenta o maior percentual de empresas na América Latina que declararam aumento no prejuízo por fraudes nos últimos dois anos: 60%, em comparação com a média regional, que é de 54%.

A McKinsey sugere que o grande número de vazamentos de dados no Brasil nos últimos anos contribui para o alto volume de fraudes. Os fraudadores, ao obterem dados pessoais, desenvolvem diversos tipos de golpes, incluindo a abertura de contas e empresas em nome de terceiros.

A falta de um setor dedicado à prevenção nas empresas é apontada como um dos fatores que permitiriam a identificação mais proativa de casos de fraude. A McKinsey estima que a implementação de medidas preventivas poderia reduzir as perdas com fraudes em US$ 35 bilhões a US$ 65 bilhões.

Fernanda Delbem, consultora associada da McKinsey, destaca a vulnerabilidade da região devido à falta de ferramentas de prevenção, mas sugere que a inteligência artificial generativa pode ser uma solução poderosa para combater as fraudes. O estudo identifica que as principais modalidades de fraude na região incluem phishing, malware, fraude logística, identidade falsa e roubo de cartão, sendo que o Brasil é o único onde a fraude interna está entre as três mais comuns.