Em resposta à The Economist, governo envia carta reagindo a críticas feitas a Lula
Governo brasileiro defendeu posição na guerra do Oriente Médio e defendeu parceria com país do BRICS.

Nesta terça-feira (1º), o governo brasileiro enviou uma carta à revista The Economist reagindo a uma reportagem que classificou o presidente Lula como “incoerente no exterior e impopular em casa”. A publicação fez críticas à posição brasileira no contexto global e repercutiu as pesquisas de opinião que mostram uma popularidade em baixa do governo Lula 3.
O documento enviado à redação britânica reage aos diversos pontos abordados pela reportagem e diz que o Brasil é um “raro exemplo de solidez institucional e de defesa da democracia”. A chancelaria brasileira também destacou que a posição do país na guerra de Israel e Irã é uma prova de que “não se faz tratamento à la carte do direito internacional”.
O artigo publicado pela mais importante revista de economia da Europa logo ganhou repercussão no Brasil dada a dimensão e as palavras usadas para classificar o líder brasileiro. A matéria dizia que o governo Lula tem adotado posições que distanciam o Brasil do ocidente e o aproxima de nações como China, Rússia e Irã, todos componentes do BRICS.
“Originalmente, ser um membro ofereceu ao Brasil uma plataforma para exercer influência global. Agora, faz o Brasil parecer cada vez mais hostil ao Ocidente”, diz o texto. O artigo também ressalta que o governo não buscou estreitar as relações com os EUA desde que Donald Trump assumiu a presidência.
Essa não é a primeira vez que a revista faz uma reportagem com críticas ao governo brasileiro. Recentemente, uma reportagem disse que a COP 30, marcada para acontecer em Belém (Pará) , será um caos.
“Belém é uma cidade esburacada na Amazônia brasileira, quente, pontilhada de esgoto a céu aberto e com escassez de leitos de hotel. Cerca de 40% de suas casas não têm rede de esgoto. E em novembro sediará a COP 30, a cúpula do clima da ONU deste ano, que certamente será um caos”, explica o texto.
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Veja íntegra da carta enviada pelo governo à The Economist
“Em relação ao recente artigo publicado na sua página na internet em 29 de junho, gostaria de fazer as seguintes considerações”, começa o texto assinado por Mauro Vieira, ministro das Relações Internacionais.
“Poucos líderes mundiais, como o Presidente Lula, podem dizer que sustentam com a mesma coerência os quatro pilares essenciais à humanidade e ao planeta: democracia, sustentabilidade, paz e multilateralismo. Como Presidente do G20, Lula construiu um difícil consenso entre os membros, no ano passado, e ao longo do processo logrou criar uma ampla aliança global contra a fome e a pobreza. Também apresentou uma ousada proposta de taxação de bilionários que terá incomodado muitos oligarcas.
O Brasil vê o BRICS como ator incontornável na luta por um mundo multipolar, menos assimétrico e mais pacífico. Nossa presidência trabalhará para fortalecer o perfil do grupo como espaço de concertação política em favor da reforma da governança global e como esfera de cooperação em prol do desenvolvimento e da sustentabilidade.
Sob a liderança de Lula, o Brasil tornou-se um raro exemplo de solidez institucional e de defesa da democracia. Mostrou-se um parceiro confiável que respeita as regras multilaterais de comércio e oferece segurança aos investidores. Como um país que não tem inimigos, o Brasil é também um coerente defensor do direito internacional e da resolução de disputas por meio da diplomacia. Não fazemos tratamento à la carte do direito internacional nem interpretações elásticas do direito de autodefesa. Lula é um eloquente defensor da Carta das Nações Unidas e das Convenções de Genebra.
A posição do Brasil quanto aos ataques ao Irã e, sobretudo, às instalações nucleares é coerente com esses princípios. Nossa condenação responde ao fato elementar de que essas ações constituem uma flagrante transgressão da Carta da ONU. Ferem, em particular, as normas da Agência Internacional de Energia Atômica, organização responsável por prevenir contaminação radioativa e desastres ambientais de larga escala.
Na gestão do Presidente Lula, o Brasil condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia, ao mesmo tempo em que apontou a necessidade de abrir caminhos para uma resolução diplomática do conflito, ainda em 2023.
Lula não é popular entre os negacionistas climáticos. Em face de uma nova corrida armamentista, ele está entre os líderes que denunciam a irracionalidade de investir na destruição, em detrimento da luta contra a fome e do aquecimento global.
Para humanistas de todo o mundo, incluindo políticos, líderes empresariais, acadêmicos e defensores dos direitos humanos, o respeito à autoridade moral do presidente Lula é indiscutível.”

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