Em guerra, Israel mantém juros em 4,75% ao ano

Banco Central, por outro lado, reduziu perspectiva do PIB e elevou a projeção para o déficit público

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Publicado em 23/10/2023 às 17:57h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 23/10/2023 às 17:57h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
Israel está em guerra contra o Hamas desde 7 de outubro (Shutterstock)
Israel está em guerra contra o Hamas desde 7 de outubro (Shutterstock)

O Banco Central de Israel decidiu manter as taxas de juros do país em 4,75% ao ano. A instituição, por outro lado, reduziu a perspectiva de crescimento econômico e aumentou a projeção para o déficit público por causa da guerra contra o Hamas.

Em reunião realizada nesta segunda-feira (23), o Banco Central de Israel destacou que a guerra tem diversas implicações econômica. Como exemplo, citou a desvalorização da moeda local, o shekel, além da alta das cotações internacionais de gás e de petróleo.

Por outro lado, a autoridade monetária disse que os mercados financeiros e que grande parte da atividade econômica continuam em funcionamento. "Existe grande incerteza quanto à profundidade e duração do impacto e isso será afetado pela extensão do combate", afirmou.

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Diante desse cenário de incertezas, o Banco Central de Israel decidiu manter as taxas de juros inalteradas, mas afirmou que seguirá atuando para reduzir a volatilidade nas cotações do shekel e garantir a liquidez necessária para o funcionamento dos mercados financeiros. O banco já anunciou um programa de US$ 30 bilhões em vendas de dólar e anunciou um adicional de US$ 15 bilhões de liquidez via swap cambial.

"A trajetória das taxas de juros e a utilização de instrumentos adicionais de política monetária serão determinadas de acordo com este propósito e a evolução da guerra, bem como com dados sobre a atividade econômica e a dinâmica da inflação, a fim de continuar a apoiar a estabilidade dos mercados e a alcançar os objetivos políticos e as necessidades da economia", afirma o comunicado publicado após a decisão de política monetária.

Inflação

O Banco Central de Israel manteve a projeção para a inflação de 2023 em 3,5% e elevou em apenas 0,1% a expectativa para o índice de preços de 2024, para 2,5%.

A meta de inflação de Israel varia de 1% a 3% ao ano. Segundo o Banco Central, a inflação acumula 3,8% nos 12 meses encerrados em setembro e as expectativas futuras de inflação permanecem relativamente estáveis, perto do teto da meta

PIB e déficit

O Banco Central de Israel também alterou as projeções econômicas diante da guerra contra o Hamas. A previsão para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) foi reduzida de 3% para 2,3% em 2023 e de 3% para 2,8% em 2024.

Por outro lado, a projeção para o déficit público foi elevada de 1,3% para 2,3% do PIB em 2023 e de 1,5% para 3,5% do PIB em 2024. O banco explicou que a guerra deve levar a uma queda na receita fiscal e a um aumento dos gastos públicos, especialmente as despesas de defesa e de assistência civil.

A instituição também disse, por sua vez, que as projeções são acompanhadas por uma "incerteza particularmente elevada" e partem do pressuposto de que a guerra se concentrará na frente sul de Israel no quarto trimestre de 2023. "Uma duração mais ou menos longa e a expansão da guerra para outras frentes podem alterar significativamente a previsão", ressaltou.