Eletrobras (ELET3) e União selam acordo com mudanças no Conselho e futuro de Angra 3

O acordo prevê que a União poderá indicar três dos dez integrantes do conselho de administração da Eletrobras.

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Publicado em 28/02/2025 às 10:26h - Atualizado Agora Publicado em 28/02/2025 às 10:26h Atualizado Agora por Matheus Rodrigues
O acordo traz definições sobre a governança da empresa e o futuro da usina de Angra 3 (Imagem: Shutterstock)
O acordo traz definições sobre a governança da empresa e o futuro da usina de Angra 3 (Imagem: Shutterstock)

🚨 Após mais de um ano de intensas negociações, a Eletrobras (ELET3) e o governo federal chegaram a um entendimento para encerrar a disputa judicial no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a limitação do poder de voto da União na companhia.

O acordo traz definições importantes sobre a governança da empresa e o futuro da usina nuclear de Angra 3.

Com a privatização da Eletrobras em 2022, a União manteve uma participação relevante na companhia, com 43% do capital, mas teve seu poder de voto limitado a 10%, gerando questionamentos do governo.

O novo entendimento permite que o governo federal volte a ter influência na administração da empresa sem reverter as diretrizes do processo de privatização.

O acordo prevê que a União poderá indicar três dos dez integrantes do conselho de administração da Eletrobras e um dos cinco membros do conselho fiscal.

Antes da desestatização, o governo tinha cadeiras cativas nesses órgãos, posição que foi perdida com a reestruturação da empresa.

Em contrapartida, o governo concordou em não contestar mais a cláusula estatutária que limita a qualquer acionista ou grupo de acionistas o direito de exercer votos superiores a 10% do capital votante da companhia.

Angra 3: responsabilidades redefinidas

Outro ponto central da negociação diz respeito ao projeto da usina nuclear de Angra 3.

O acordo estabelece que a Eletrobras não terá mais a obrigação de aportar recursos bilionários para a construção da usina, mas manterá garantias financeiras de R$ 6,1 bilhões nos financiamentos concedidos pelo BNDES e Caixa Econômica Federal ao projeto.

Além disso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) será responsável por estruturar um novo modelo de viabilidade para Angra 3, considerando aspectos como equilíbrio econômico-financeiro, viabilidade de financiamento e tarifas acessíveis ao consumidor.

Esse estudo será analisado em um novo processo de conciliação no STF.

➡️ Leia mais: CPFL Energia (CPFE3): Lucro cresce 18,7% e atinge R$ 1,57 bi no 4T24

Desinvestimento na Eletronuclear

Outro ponto relevante do acordo envolve o plano de desinvestimento da Eletrobras em sua participação na Eletronuclear.

A ideia é que a empresa busque um novo acionista para assumir essa posição, reduzindo sua exposição no setor nuclear.

A Eletrobras também se comprometeu a apoiar a extensão da vida útil da usina de Angra 1, financiando parte desse projeto por meio da emissão de R$ 2,4 bilhões em debêntures conversíveis.

O prazo desses títulos será de 10 anos, com custo atrelado às NTN-B (títulos públicos indexados à inflação).

Homologação e próximos passos

📊 O acordo ainda precisa ser validado pela assembleia de acionistas da Eletrobras e homologado pelo STF para ter eficácia plena.

Paralelamente, caberá à Advocacia-Geral da União (AGU) e ao governo federal aprovar internamente as medidas necessárias para viabilizar as condições previstas no termo firmado entre as partes.

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